Chegadas à localidade da Ribeira Grande, as três jovens aventureiras foram pousar a bagagem na Residencial 5 de Julho.
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A propósito do nome da residencial... já vos disse que 5 de Julho é uma data muito importante aqui? No dia 5 de Julho celebra-se a independência de Cabo Verde, e ao longo dos anos esta data tem servido para grandes festejos, para nomes de ruas e de praças, de residenciais e claro para as inaugurações que todos os presidentes de Câmara utilizam como arma para a reeleição... no Mindelo a cidade já só cheira a tinta e a cimento fresco de tantos edifícios que se pintam e de novas praças que se constroem...
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Mas voltando a Sto Antão. Depois de conhecermos a dona da residencial D. Escolástica, e a sua ajudante D. Osvaldina, e claro o famoso fiel companheiro Tupi Jorge, lá descansámos no nosso mini-quarto para 3 pessoas... Quase não cabiam as três camas, mas pelo menos tínhamos casa de banho privativa e depois de uma boa limpeza o quarto já nos parecia quase o céu na terra.
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Fomos almoçar com os nossos novos amigos na "varanda" da residencial, muito ao estilo colonial, e que serve de ponto de encontro de toda a vila da Ribeira Grande. Este é mesmo o ponto central da vida social... é aqui que se joga às cartas enquanto se bebe uma cerveja a meio da tarde, é aqui que se bebe o último grogue antes de ir para casa e é aqui também que os homens (apenas homens) se juntam para durante a manhã discutir o jogo de futebol do dia anterior, em altos berros provocados pelo excesso de álcool que ainda ou já lhes corre no sangue logo de manhã.
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Depois de encher a minha já enorme barriga com uma belíssima cachupa rica, a melhor que já comi aqui... (não consigo deixar de gostar de comer... e estas comidinhas caseiras óptimas não ajudam nada a dieta... ), pegámos nas nossas máquinas super-fotográficas e fomos ver um pouco desta vila.
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A Ribeira Grande é um concelho enorme com algumas povoações e casas dispersas e que se divide em duas localidades principais: Ribeira Grande e Ponta do Sol (acho que não me enganei... são tantos nomes...). A Ribeira Grande geralmente é o que os turistas vêm primeiro depois da viagem a atravessar a ilha, mas deve ser a localidade menos interessante deste lado verdejante. A vila foi construída no ponto mais baixo e perto do mar de uma enorme ribeira, que cavou a rocha vulcânica ao longo dos anos. Ao longo de toda a ribeira existem terrenos agrícolas que se desenvolvem em socalcos, e que têm sistemas engenhosos de transporte da água para os diferentes patamares. Estes terrenos são explorados por agricultores que vivem em casinhas e comunidadezinhas dispersas em todas as encostas da ribeira. A Ribeira Grande, no meio deste cenário é uma autêntica cidade em ponto pequeno, tem comércio, principalmente chinês (as lojas dos chineses já chegaram a este ponto extremo do mundo), tem cafés e restaurantes (poucos, mas existem), tem bomba de gasolina e tem ruas calcetadas. Nas ruas da vila andam sempre de um lado para o outro várias Hiaces e pick-up que fazem o transporte das pessoas para quase todas as localidades desta ilha.
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Mas para além deste "frenesim" todo, as pessoas são muito diferentes das pessoas das cidades... vêm-se e ouvem-se coisas que já não existem noutros lados, ora vejam estes exemplos:
- Estávamos nós a descansar da vida atribulada que temos levado estes dias, sentadas num banco de uma pequeníssima praça, talvez a única da vila, quando um menino que não parava de olhar para nós se aproximou e disse, apontando para o chão, que tínhamos deixado cair alguma coisa. Olhámos para o chão e lá estava uma nota de 500$00 que me tinha caído da carteira. Se isto se passasse no Mindelo e em qualquer outra parte do mundo, o miúdo tinha ficado calado e esperava que nós nos fossemos embora e teria ficado com o dinheiro para si.
- Uma outra coisa que nos surpreendeu pela positiva foi que na rua as pessoas passam umas pelas outras e por nós e dizem sempre bom dia. Uma pessoa como eu que já não esteja habituada a estas tão simples simpatias, pode passar por mal educada... eu no Mindelo não posso responder a ninguém que não conheça pois corro o risco de nunca mais me deixarem em paz a pedir dinheiro e a pedir em casamento... aqui em Sto Antão, a tendência imediata foi a de não responder, mas quando me apercebi que o bom dia não significava nada mais do que isso, passámos a cumprimentar todas as pessoas que se cruzavam no nosso caminho.
- O facto de estarmos num local pequeno também nos faz ver coisas que não se vêm em mais lado nenhum... quando estávamos sem fazer nada, reparámos que um senhor do outro lado da rua chamou a sua esposa que estava à janela e esta fez descer um cesto numa corda para servir de elevador do que o marido trazia para ela... imagens como esta já estão a desaparecer...
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Depois destas voltinhas para conhecer o terreno, em menos de meia hora já estávamos de volta à residencial onde íamos encontrar com o nosso guia e motorista, o Djin-Djim, que tem uma Hiace vermelha que mais parece um jipe a andar nos caminhos difíceis desta ilha.
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A propósito do nome da residencial... já vos disse que 5 de Julho é uma data muito importante aqui? No dia 5 de Julho celebra-se a independência de Cabo Verde, e ao longo dos anos esta data tem servido para grandes festejos, para nomes de ruas e de praças, de residenciais e claro para as inaugurações que todos os presidentes de Câmara utilizam como arma para a reeleição... no Mindelo a cidade já só cheira a tinta e a cimento fresco de tantos edifícios que se pintam e de novas praças que se constroem...
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Mas voltando a Sto Antão. Depois de conhecermos a dona da residencial D. Escolástica, e a sua ajudante D. Osvaldina, e claro o famoso fiel companheiro Tupi Jorge, lá descansámos no nosso mini-quarto para 3 pessoas... Quase não cabiam as três camas, mas pelo menos tínhamos casa de banho privativa e depois de uma boa limpeza o quarto já nos parecia quase o céu na terra.
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Fomos almoçar com os nossos novos amigos na "varanda" da residencial, muito ao estilo colonial, e que serve de ponto de encontro de toda a vila da Ribeira Grande. Este é mesmo o ponto central da vida social... é aqui que se joga às cartas enquanto se bebe uma cerveja a meio da tarde, é aqui que se bebe o último grogue antes de ir para casa e é aqui também que os homens (apenas homens) se juntam para durante a manhã discutir o jogo de futebol do dia anterior, em altos berros provocados pelo excesso de álcool que ainda ou já lhes corre no sangue logo de manhã.
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Depois de encher a minha já enorme barriga com uma belíssima cachupa rica, a melhor que já comi aqui... (não consigo deixar de gostar de comer... e estas comidinhas caseiras óptimas não ajudam nada a dieta... ), pegámos nas nossas máquinas super-fotográficas e fomos ver um pouco desta vila.
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A Ribeira Grande é um concelho enorme com algumas povoações e casas dispersas e que se divide em duas localidades principais: Ribeira Grande e Ponta do Sol (acho que não me enganei... são tantos nomes...). A Ribeira Grande geralmente é o que os turistas vêm primeiro depois da viagem a atravessar a ilha, mas deve ser a localidade menos interessante deste lado verdejante. A vila foi construída no ponto mais baixo e perto do mar de uma enorme ribeira, que cavou a rocha vulcânica ao longo dos anos. Ao longo de toda a ribeira existem terrenos agrícolas que se desenvolvem em socalcos, e que têm sistemas engenhosos de transporte da água para os diferentes patamares. Estes terrenos são explorados por agricultores que vivem em casinhas e comunidadezinhas dispersas em todas as encostas da ribeira. A Ribeira Grande, no meio deste cenário é uma autêntica cidade em ponto pequeno, tem comércio, principalmente chinês (as lojas dos chineses já chegaram a este ponto extremo do mundo), tem cafés e restaurantes (poucos, mas existem), tem bomba de gasolina e tem ruas calcetadas. Nas ruas da vila andam sempre de um lado para o outro várias Hiaces e pick-up que fazem o transporte das pessoas para quase todas as localidades desta ilha.
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Mas para além deste "frenesim" todo, as pessoas são muito diferentes das pessoas das cidades... vêm-se e ouvem-se coisas que já não existem noutros lados, ora vejam estes exemplos:
- Estávamos nós a descansar da vida atribulada que temos levado estes dias, sentadas num banco de uma pequeníssima praça, talvez a única da vila, quando um menino que não parava de olhar para nós se aproximou e disse, apontando para o chão, que tínhamos deixado cair alguma coisa. Olhámos para o chão e lá estava uma nota de 500$00 que me tinha caído da carteira. Se isto se passasse no Mindelo e em qualquer outra parte do mundo, o miúdo tinha ficado calado e esperava que nós nos fossemos embora e teria ficado com o dinheiro para si.
- Uma outra coisa que nos surpreendeu pela positiva foi que na rua as pessoas passam umas pelas outras e por nós e dizem sempre bom dia. Uma pessoa como eu que já não esteja habituada a estas tão simples simpatias, pode passar por mal educada... eu no Mindelo não posso responder a ninguém que não conheça pois corro o risco de nunca mais me deixarem em paz a pedir dinheiro e a pedir em casamento... aqui em Sto Antão, a tendência imediata foi a de não responder, mas quando me apercebi que o bom dia não significava nada mais do que isso, passámos a cumprimentar todas as pessoas que se cruzavam no nosso caminho.
- O facto de estarmos num local pequeno também nos faz ver coisas que não se vêm em mais lado nenhum... quando estávamos sem fazer nada, reparámos que um senhor do outro lado da rua chamou a sua esposa que estava à janela e esta fez descer um cesto numa corda para servir de elevador do que o marido trazia para ela... imagens como esta já estão a desaparecer...
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Depois destas voltinhas para conhecer o terreno, em menos de meia hora já estávamos de volta à residencial onde íamos encontrar com o nosso guia e motorista, o Djin-Djim, que tem uma Hiace vermelha que mais parece um jipe a andar nos caminhos difíceis desta ilha.
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