domingo, dezembro 28, 2008

Momento de Relax

Enquanto faço as malas (sim... já comprei as malas... um monte de malas, todas do mesmo conjunto, para condizer!!!), e porque não tenho tempo para escrever nada de jeito e tudo o que poderia escrever só ia provar que estou a ficar stressada... o costume... nada mais do que o normal a 1 semana da partida... Decidi que o melhor era recuperar um momento que me faz sempre rir e descontrair um bocadinho Mahnamahna.



Beijinhos para todos, boa semana e um óptimo ano de 2009.



terça-feira, dezembro 23, 2008

Finalmente Férias

E depois de um ano inteirinho a bulir que nem um mouro, lá me fiz à estrada e tive direito ao meu lugar ao sol e às tão merecidas férias...
Não posso dizer que foram umas grandes férias, nem que foram longe, sem interrupções, nem mesmo que deram para esquecer o trabalho... mas mesmo assim foram férias.
Na segunda-feira fui logo de manhã cedo à empresa (à nova empresa, mas à sede em Lisboa, não à empresa em Maputo) para ver se estava tudo em ordem. Ora pensava eu que estaria lá das 9h às 10h no máximo, mas era preciso ver isto e mais aquilo, levar este ficheiro, analisar o outro, falar com este e com o outro, fazer umas continhas, analisar o contrato... enfim... quando dei por mim eram 20h e já estava com umas olheiras demasiado grandes para me meter a fazer 300km que ainda me faltavam para o descanso do guerreiro.
Viagem adiada para o dia seguinte... isto já não estava a correr nada bem... menos 24h do que estava planeado, lá segue a comitiva no Toyota rumo ao Algarve. Destino final - Vale do Lobo... o nosso paraíso de descanso no mês de Dezembro.
Os nossos dias eram passados, basicamente assim: levantar tarde, sem despertadores, tomar banho com água escaldante, embaciar a casa de banho (cada uma tinha a sua... um luxo), tomar o pequeno almoço na varanda ao sol, andar sempre de t-shirt, sempre de calças de ganga, sempre com as botas de caminhada desapertadas, com o boné na cabeça e óculos de sol. Saída para um passeio a pé pelo empreendimento, pela praia, pela ria... o que quiséssemos. Apanhar sol e mais sol. Regresso a casa, almoçar aquelas coisas deliciosas que comprámos no meu supermercado preferido, gourmet do melhor que há (e do mais caro também) - o famoso Apolónia, que é de ir lá controlar bem a carteira e os impulsos consumistas, ou então arriscamo-nos a ficar sem 500€ de uma só ida às compras. À tarde, mais passeio, ler um livro, lanche, dormir, descansar, jogar às cartas, apanhar sol, ouvir música... era mesmo o que quiséssemos.
Passaram-se assim os dias, no bem bom, a descansar e a curtir o céu azul do nosso país, o calor... a paz.
Antes da partida estas férias serviram não só para descansar, mas também para reunir a família, para festejar o aniversário da minha mãe, e para mais uma vez reforçarmos os laços que nos unem tão firmemente. Esta tradição recente de ir para lá na semana do aniversário está a saber-nos muito bem, já está a fazer parte de nós, tanto que para o ano, se continuar lá fora terei de vir cá dentro para não quebrar a tradição.

sábado, dezembro 13, 2008

Jantar de Natal - Trabalho

Os jantares de Natal das empresas por onde tenho passado têm sido estranhos... alguns são hilariantes, outros uma verdadeira seca. Mas o deste ano foi muito muito bom. Eu devia estar de férias, ou melhor, de descanso compensatório das horas extra de trabalho acumulado deste ano, mas mesmo assim fui ao jantar que acabou por ser também a festa de despedida para a maior parte das pessoas.
Mal entrei percebi que não ia ser uma noite normal. "Ana! Dá-me um abraço." diziam-me de um lado "Ana, vieste!" ou então "Já estás aqui!", foi lindo... imensas caras familiares do meu dia-a-dia, desta vez com sorrisos abertos e ar descontraído, abraçavam-me e acolhiam-me com carinho. Até conseguir pedir o meu gin tónico do costume tive que passar por um mar de beijos e abraços quase interminável, e foi muito bom. Já com o copo na mão começou um desenrolar de perguntas sobre a viagem, o que me espera, sobre a minha aventura. Fomos interrompidos com um "temos de descer para o jantar", e eu obedientemente e porque a fome já apertava, lá fui. Os amigos do costume já tinham a mesa reservada, corri para o meu lugar na mais louca dança das cadeiras, para ver se fugia a ficar com algumas almas que se colam sempre... e lá conseguimos ficar com um grupo compostinho.
A comida não foi nada de especial, aliás ficamos sempre com fome neste jantares... não percebo muito bem porquê... mas é sempre a mesma coisa.
Quanto à música, isso sim esteve melhor do que em anos anteriores. Desde Kuduro, a Samba, a Pimba, a Rock, houve um pouco de tudo e dançou-se um pouco de tudo. Sinceramente houve momentos em que pensei "ohhh meus amigos, mas o que é que é isto??? eu não danço esta mer..." mas depois pensei "que se lix... parar é morrer, e hoje é mesmo para a despedida, é dançar até cair". Dançámos mesmo de tudo, até mesmo quando se meteu o Karaoke pelo meio, e aí dançámos e desafinámos em palco, foi de chorar a rir. Gritámos, gesticulámos, abraçámo-nos e até caímos ao som de "YMCA", "Sol da Caparica", "Contentores", "Maria"e até o "Feliz Natal" na versão original e na versão assassina do João "esfaqueei o Pai Natal". Eram já 1:30h da manhã quando literalmente nos cortaram o pio, e já tínhamos nós um público tão fiel que nos aplaudia entusiasticamente junto ao palco e pedia mais...
Saímos do restaurantes entre mais abraços e apertos de mão, muitas palavras de apoios e alguns "se precisar de ajuda lá em Moçambique mande-me chamar". Como ainda era cedo partimos para a discoteca maior e mais irreal aqui da zona, HK - Hacienda Klub. É um Centro Hípico (coitados dos cavalos) com 2 pistas de dança e cheias de miúdos... tão miúdos que tivemos de ficar a primeira hora no bar a cantar mais um bocadinho, desta vez foi o "We are the Champions" e o "Dancing Queen", e o resto da noite já mais quentes e habituados ao ritmo da música vibrante dançámos até ... nem vi as horas... não me lembro... sei apenas que cheguei a casa pouco antes do nascer do sol... fechei bem as persianas e meti-me debaixo do edredão para não entrar claridade... e dormi... dormi... dormi...
Que noite... que grande farra... diverti-me à grande. Doem-me os pés, mas tenho a alma cheia. Adorei. Beijinhos para todos.

PS - As fotos e vídeos deste jantar deviam ser publicadas neste blog, mas foram confiscadas por inviabilizarem o futuro político de algumas das personalidades nelas presentes

quinta-feira, dezembro 11, 2008

Provérbio chinês

"Não desespere jamais com as mais sombrias aflições da sua vida, pois das nuvens mais negras cai água límpida e fecunda."

Chovia

Começaram as despedidas aqui no trabalho... de algumas pessoas sentirei falta, de outras nem por isso, já se sabe que é mesmo assim.
Das que interessam recebi sorrisos largos, beijos e abraços, força, palavras de apoio, das outras não veio nada de especial, mas também não esperava nada de mais.
Senti o coração apertado em algumas despedidas, pela distância e pelo tempo que vão transformar a forma como nos vamos dar uns com os outros. Mas também isto sei que é normal.
Já parti algumas vezes, as vezes suficientes para saber que é mesmo assim, mas também as vezes suficientes para saber que custa sempre. Não me importo que custe, faz parte de mim sentir assim.
Por isso hoje quando corria de um edifício para o outro para fazer algumas despedidas chovia ao de leve, não me importei com a chuva da rua porque cá dentro a chuva miudinha que sentia era um bocadinho mais forte, hoje chovia um bocadinho mais dentro de mim.

quarta-feira, dezembro 10, 2008

Hoje não tenho palavras, só música dentro de mim...

Don’t run away
If you know that you’ve got what it takes
Don’t shy away (No, no)
Sleep now
Dream here
And hopefully the night will ease your fears
Hey
There will be tears to shed again
Time to begin
And time to end
Baby and you say I’ll be sad
But that depends

Come on recognise me
I know that you know my face
Weren’t you’re the one who told me once you would be there
And every time I try to walk away
You keep me in my place
I try to break away but I’m much too much too scared
Try to break away but I’m much too much too scared

And you think of your chance
Cuz life will grant you one and that’s your last
Hey
Baby, don’t think too fast
No, no
You can’t have mine
All I do is move you round in time
Baby, there will be nights to sleep alone?
Time to fight, and time to grow
Baby and you say I’ll be sad
But you don’t know
You don’t know

Come on, recognise me
I know that you know my face
Weren’t you’re the one who told me once you would be there
And every time I try to walk away
You keep me in my place
Baby, I try to break away but I’m much too much too scared
I try to break away but I’m much too much too scared
Try to break away but I’m much too much too scared
Hey, yeah, yeah
Baby, hey
Baby now
Baby now
Hey, yeah, ohh
Baby now, come on recognise me
I know that you know my face
Weren’t you’re the one who told me once you would be there
And, every time I try to walk away
You keep me in my place
And I try to break away but I’m much too much too scared
I try to break away but I’m much too much too scared
Yeah, I try to break away but I’m much too scared

The hardest thing I ever had to do was let you go
The hardest thing I ever had to do was let you go
Baby, now come on,
Now, come on
Hey, come on
Yeah, I try to break away but I’m much too much too scared
I try to break away but I’m much too much too scared

Ana Free

terça-feira, dezembro 09, 2008

Count Down

"5 dias de trabalho é quanto falta" foi o que pensei hoje logo de manhã.
Acabar os quadros do mês, fazer o último envio dos dados, quadros de controlo de gestão, análise de desvios, e depois, mais uma vez na minha curta vida, arrumar a secretária e seguir viagem.
Tenho já só 5 dias para tudo isto e para as despedidas.
Estou a ficar ansiosa e emocionada... eu sou assim... falo com as pessoas e, sem que elas percebam, gravo na minha memória as suas vozes, as suas feições, expressões, tiques, pequenos jeitos, pequenos gestos, aqueles que as tornam únicas e diferentes. Gravo-as na minha memória.
Gravo também o cheiro do ar, o som dos pássaros, a cor do céu, o som das árvores a abanar ao vento, o frio das manhãs e o calor do meio-dia.
Gravo na pele os abraços, nos ouvidos as palavras, no nariz o cheiro do campo, nos olhos os sorrisos e na boca o doce sabor dos dias que passam agora a correr mais do que nunca.
Saudades, sei que as vou sentir, já as sinto chegar, tocam-me nas pontas dos pés por antecipação e a pouco e pouco vão subindo e não tarda chegam ao coração.

segunda-feira, dezembro 08, 2008

Frio... Neve...

E antes de ser abraçada por uma onda de calor decidi ir despedir-me do frio. No fim-de-semana eu e o grupo do costume enfiámos os gorros e os casacões nos carros e partimos naquela estrada em direcção ao ponto mais alto de Portugal continental - Serra da Estrela.
Palmilhámos a aldeia de Águas e os terrenos do nosso cicerone e grande latifundiário da região para conhecer os terrenos e os seus planos de expansão territorial. Ouvíamos sempre ao longe as badaladas do sino da igreja e o cheiro a lareira enchia os caminhos de pedra. Chovia sempre, tanto que nem se conseguia sentir o cheiro da terra molhada de tão ensopada que estava.
Depois de uma refeição de alho francês à brás subimos à serra em busca de neve. O nevão do fim-de-semana anterior praticamente tinha desaparecido, mas bem perto da Torre os primeiros vestígios começaram a encher os meus olhos. A temperatura ia descendo, passando dos 12 para os 1ºC em apenas alguns minutos, mas continuava sempre a chover.
Saímos do carro já totalmente equipados, mas o vento cortante conseguia sempre encontrar uma brecha na roupa e fazer assim enregelar os ossos. Mal se conseguia respirar... As calças de ganga mais uma vez provaram não ser à prova de neve e chuva, e por isso ficaram geladas e fizeram as pernas parecer dois blocos de gelo do ártico. Descobrimos um disco de plástico para fazer sku, directamente para uma poça de água, e quase que caímos lá dentro. As bolas de neve compactas iam voando em todas as direcções, os risos também, mas o frio transportado pelo vento levou a melhor e obrigou-nos a procurar refúgio junto dos queijos e presuntos no "centro comercial" mais concorrido do local. Já abastecidos para regressar a Lisboa dizendo que efectivamente fomos à Serra, decidimos que era melhor voltar para o carro e começar a descer para tentar descongelar as calças.
Parámos no Fundão onde me abasteci ainda dos bolos da minha infância "esquecidos", "broinhas de mel" e "bolos de leite", seguimos para casa com paragem num restaurante/tascas onde uma dobrada com feijão branco de tamanho gigante esperava por mim.
O resto do serão passou-se junto à lareira já quentinhos a comer castanhas e a jogar ao Party, Situação Limite e o Assassino, com dois dos melhores narradores de histórias e muitas gargalhadas.
No dia seguinte passeio, passeio e passeio, quase não falei, só queria sentir a serra e a boa companhia... às vezes nas viagens sou assim, só ando por ali, sem falar, só estou. Foi o que fiz, estive, vi, ouvi, senti, vivi... e gostei.
Penha Garcia e Monsanto, adorei adorei adorei. Era capaz de ficar sentada horas nas rochas, nos muros, nas muralhas, a olhar, a sentir a brisa e mesmo a chuva miudinha na cara e a ouvir as vozes que me são familiares a contar histórias de fazer rir.
Foi um fim-de-semana de frio e de neve, foi também um fim-de-semana de calor de muito calor. Obrigada amigos, levo-vos comigo para lá para as terras quentes, para todo os sítios onde eu for.

quinta-feira, dezembro 04, 2008

Última auditoria

7h da manhã, toca o despertador, rebolo na cama, espreguiço-me duas vezes e salto com genica. Acendo a luz, ponho o aquecedor a funcionar e corro para a banheira. Tomo aquele banho quente, que enche a casa de banho de vapor, típico de uma manhã de inverno. Visto as calças de ganga e dou duas dobras na bainha, chove lá fora e como vou para o aterro, é melhor prevenir. Calço as botas de obra, visto a camisola, o impermeável, e não esqueço as luvas. Saio cedo, apanho boleia e sigo para a empresa com a Natacha.
Chove, mas a equipa auditora não esmorece, vamos para o aterro, lama até aos tornozelos, é preciso subir mais as calças, no meio das máquinas, dos camiões, pisando lixo e lama, falamos com o operador, com o encarregado e com chefe de divisão. Tiramos apontamentos, vemos folhas, registos, apertos de mão, mais lama, perguntas, respostas, o falcoeiro passa perto, descemos e vamos para outras paragens.
Seguimos atrás de um camião de recolha selectiva, ecoponto, recolhem as embalagens, movem os contentores, vemos as caixas de primeiros socorros, o absorvente, mais apertos de mão e mais registos, controle dos EPI, chove mais um bocadinho, e chega a hora de almoço.
Buffet, muita comida, pão de queijo, entradas e saladas, vários pratos, baba de camelo, engolimos quase tudo junto, um café queimado por cima, mais chuva, e de novo para a auditoria.
Segue-se a triagem, montes de embalagens, montes e montes delas, ao lado, paletes de fardos, em cima o tapete de triagem, senhoras na linha, pegam de um lado, puxam para o outro, tiram, afastam, atiram lá para baixo, quase não falam, respiram para a máscara, dizem o boa tarde e o sim de quem sabe que hoje há auditoria. Testamos os lava-olhos e um quase-banho ataca a auditora coordenadora alvo de uma brincadeira dos auditados, fossem todos assim e não havia os stresses de auditorias anteriores que nos tiravam do sério.
Depois disto vamos finalmente para uma sala, pousar os papéis pejados de rabiscos e falamos entre nós, conseguimos resumir o que vimos, tudo com provas, porque assim tem de ser, porque a isto nos obrigam. Fazemos o relatório, escrevemos no computador e finalmente às 20h reunimos para apresentar as nossas constatações.
Acabou. A minha última auditoria interna foi num só dia, foi sem parar, com direito a tudo, chuva, lama, lixo, apertos de mão, sensação de missão cumprida.
Pensei muitas vezes ao longo do dia "sim, vou ter saudades disto."

quarta-feira, dezembro 03, 2008

Rumo a sul

E é assim...
Este é um ano de objectivos cumpridos e de regressos. Acabei o mestrado, comprei casa, acabei de pagar o carro, cresci, reencontrei-me em Portugal, reencontrei amigos, reencontrei o meu lugar no mundo, caí e voltei a levantar-me, e agora depois de tudo isto, vou partir rumo a sul.
Mais um regresso.
16,5 anos depois de levantar voo da cidade de Maputo com as lágrimas no olhos e o coração apertado, regresso finalmente para concretizar um dos meus mais velhos sonhos. Vou regressar para trabalhar lá, na terra que viu nascer o meu pai, na terra onde se conheceram, casaram e viveram os meus pais, na terra onde vivi na pré-adolescência e de onde tenho muitas recordações felizes.
Parto no início de Janeiro com a mala cheia de tudo e de nada. Estou ansiosa e expectante. As partidas nunca são fáceis, mas esta em particular...
Ainda não consigo verbalizar o que sinto, tenho um turbilhão de sentimentos no meu peito... sinto uma energia crescente cá dentro e um tremor a percorrer-me a pele...
Às vezes penso que esta ansiedade deve-se em parte ao facto de eu ser do signo gémeos, devo estar a sentir uma necessidade de me dividir em duas e seguir dois caminhos diferentes... mas como uma única que sou, vou toda eu, carregada de malas e bagagens para lá.

Moçambique
terra vermelha
longa, extensa, interminável
qual a mais bonita savana
se não a que se estende para lá do Cabo da Boa Esperança.

quarta-feira, novembro 26, 2008

Convite

Pessoal, que tal umas bejecas e uns minuins na tasca ali do lado?

Ensaio sobre a cegueira

terça-feira, novembro 25, 2008

Estrelas

"As pessoas têm estrelas que não são as mesmas. Para uns, que viajam, as estrelas são guias. Para outros, elas não passam de pequenas luzes. Para outros, os sábios, são problemas. Para o meu negociante, eram ouro. Mas todas essas estrelas se calam. Tu porém, terás estrelas como ninguém... Quero dizer: quando olhares o céu de noite, (porque habitarei uma delas e estarei rindo), então será como se todas as estrelas te rissem! E tu terás estrelas que sabem sorrir! Assim, tu te sentirás contente por me teres conhecido. Tu serás sempre meu amigo (basta olhar para o céu e estarei lá). Terás vontade de rir comigo. E abrirás, às vezes, a janela à toa, por gosto... e teus amigos ficarão espantados de ouvir-te rir olhando o céu. Sim, as estrelas, elas sempre me fazem rir!"

Antoine de Saint-Exupéry

segunda-feira, novembro 24, 2008

Mamma Mia

E o fim-de-semana começou bem... para relaxar um bocadinho "Mamma Mia" no cinema mais perto de casa depois de jantar um fondue caseiro... a sala com o ecrã gigante, do qual já tinha muitas saudades, estava praticamente vazia e isso soube-me tão bem... Adoro ver filmes à vontade, assim posso rir sempre que me apetece sem me preocupar com o que os outros pensam. E desta vez para além de rir cantámos, eu e a minha irmã, praticamente todas as músicas que passaram no filme. Não sou propriamente fã dos ABBA, mas quando era pequena lembro-me bem de por o disco de vinil a tocar no gira discos, que ainda hoje funciona a custo, e de nós as duas de microfone em punho disputarmos a glória do momento perante as caras risonhas dos pais e avós que nos aplaudiam e fotografavam. Tal como os Beatles e alguns discos de Bossa Nova, os ABBA fizeram parte da minha infância, e mais do que ver na 6ª feira um filme de amor passado numa qualquer ilha grega, ao melhor estilo dos contos de fada, revivi pedaços sorridentes da minha infância. Saí do cinema mesmo no fim do filme, no fim da música, fomos as últimas a sair e saímos a dançar.

sexta-feira, novembro 21, 2008

Muito sol

Consegui terminar mais uma tarefa, às vezes não é fácil e este não foi um mês fácil, mas esta etapa chegou ao fim.
A todos bom fim-de-semana, muito sol, muitos sorrisos, livros, música, almoços, jantares, convívios e sonos repousantes... (acho que finalmente vou conseguir dormir).
Mil beijinhos

quinta-feira, novembro 20, 2008

Alma de criança

Prof.: - O que estás a fazer?
Criança: - Um desenho.
Prof.: - Estás a desenhar o quê?
Criança: - Estou a desenhar Deus.
Prof.: - Mas ninguém sabe como Deus é!
Criança: - Em 1 minuto vão saber.

Deus Toth

Parece que as pessoas estão sempre à procura de justificações para o que não conseguem ou não querem explicar acerca do seu "Eu", acerca do que são, do que sentem, do que fazem... Numa dessas buscas, que eu própria acabo por fazer mesmo que não de forma sistemática nem mesmo de forma pensada ou consciente, cruzei-me com uma breve descrição do Deus Toth, que em teoria seria o deus egípcio protector do meu mês de nascimento. E a descrição é a que se segue.

"É uma divindade auto-concebida, que apareceu no mundo sobre uma flor de lótus, no amanhecer dos tempos. É um dos deuses primordiais. É o senhor das palavras, criador da fala e da escrita, deus do tempo e das medidas, criador de todas as ciências, portador das forças civilizadoras. É representado como um homem com cabeça de Íbis, a ave sagrada. Por ter recuperado o olho de Rá, que tinha fugido para Núbia na forma de Tefnut, como prêmio o deus Rá deu a Toth a Lua, e o transformou no deus do disco branco, governador das estrelas; também foi advogado do deus assassinado, Osíris, e de seu filho Hórus. As pessoas nascidas sob sua proteção têm grande capacidade de comunicação e uma inteligência rápida e penetrante. Seus protegidos têm uma natureza dupla, nervosa e inconstante, são muito ativos, sempre inventando coisas para fazer ou dizer. Embora sensíveis como a flor de lótus, no amor eles são frios como a lua e inconstantes como as aves, voando de galho em galho."

Agora digam-me... será que todos os gémeos são assim? será que eu própria sou assim ? só assim? a minha resposta é um redondo NÃO. Ainda posso concordar um bocadinho com a parte "têm uma natureza dupla, nervosa e inconstante, são muito ativos, sempre inventando coisas para fazer" mas julgo que tudo o resto, e mesmo esta expressão, não passa muitas vezes de um conjunto de palavras que, igual a todos os outros, diz tudo a quem procura um pouco que seja e não diz nada a quem nada procura... Perceberam, ou baralhei-me? O que quero dizer é que lemos e interpretamos apenas o que estamos predispostos a ouvir, e nem sempre temos o botão da racionalidade ligado para podermos distinguir o que são ideias do que são verdades.

quarta-feira, novembro 19, 2008

Piadinha

«The USA have Obama, Stevie Wonder, Bob Hope and Johnny Cash. We have Sócrates, no wonder, no hope and no cash…».

terça-feira, novembro 18, 2008

Análises

Isto de acordar às 7h da manhã depois de um jejum de 12 horas e ir direitinha para o laboratório de análises para nos espetarem uma agulha no braço e tirarem sangue... está mal... e dói. Percebem?
Ia desmaiando... a sério... agulhas não é comigo. Sentada na cadeira começo a ver tudo a andar à roda, lá tenho que despejar um pacote de açúcar para dentro da boca e depois arrastar-me cambaleante para o bar para finalmente comer alguma coisa a custo.
A analista com um sorriso nos lábios dizia-me assim "um dia que queira engravidar vai ter de se habituar, ou então terá um problema", e eu pensava cá para mim "vou ter mesmo um grande problema, porque habituar-me é mentira".

segunda-feira, novembro 17, 2008

Regresso a Santos

Quando andava no liceu e durante a faculdade, ir aos bares de Santos era algo habitual para mim. Se calhar não tanto como para alguns amigos, mas ia duas vezes por mês, mais coisa menos coisa. Mas sinceramente sempre achei que eram poucos os sítios que passavam boa música, e como nunca fui para lá para beber até cair para o lado... acho que ia mesmo para estar um bocado à conversa enquanto os interlocutores ainda diziam coisas coerentes e depois acabava sempre ou por ir para casa, ou para o Bairro Alto ou, de vez em quando, dançar numa qualquer discoteca com os mais resistentes.
No fim-de-semana, passados cerca de 7 anos, regressei com amigos aos bares de Santos, e chegámos à conclusão que nada mudou. A qualidade da música é a mesma, nem melhor nem pior, continuam a cambalear por ali magotes de gente de todo o tipo, e cá fora, à porta dos bares (sempre foi o meu sítio de eleição) ficámos à conversa, os mesmos do costume, com a sobriedade do costume, a falar da amizade que nos mantém unidos aqui em Santos ou em qualquer outra sítio. Gargalhadas soltas, sorrisos cúmplices, desabafos bons, perguntas directas com respostas prontas, abraços e brindes.
Obrigada amigos. Um beijinho

Consultas em pós-laboral

Pode parecer estranho à maioria das pessoas, mas para mim já não é... As consultas com o meu ginecologista são sempre a horas muito fora do normal, impraticáveis para grande parte das pessoas.
A primeira consulta estava marcada para as 19h, como a clínica é perto da casa da minha avó, decidi ir jantar com ela e fiquei lá a fazer-lhe companhia até que me telefonassem para o telemóvel a avisar que podia ir para o consultório (tal como estava combinado), eram 21h e ainda não tinha sido chamada... entrei na consulta às 22h.
A 2ª consulta foi marcada para as 22h e só se atrasou para as 22:30h, até que não foi nada mau.
A 3ª estava para as 19h, mas como havia um jogo de futebol de Portugal a essa hora o médico ligou-me a perguntar se não me importava de passar a consulta para depois do jogo, obviamente não me importei. A alternativa de ver o jogo com o médico a meio de uma consulta de ginecologia não me parecia muito viável...
A 4ª consulta era para ser às 22h e foi-se atrasando para as 24h quando fui atendida.
Mas a melhor de todas foi mesmo a última consulta. Estava prevista para as 21h, claro que quando foi marcada, fui logo avisada "sabe que pode não ser bem às 21h...", "eu sei, deve ser mais pelas 22h ou 23h, não se preocupe" respondi eu. Então nesse dia saí do trabalho fui ter com uma amiga minha e fomos jantar. Avisei logo que tinha uma consulta que devia estar a ser atrasada a qualquer momento. Às 19h recebo um telefonema a dizer "já temos uma previsão para a sua consulta, não se assuste, está prevista para a 1h da manhã", eu largo uma gargalhada e digo "não se preocupe que eu vou jantar fora, até me dá jeito". Depois viro-me para a minha amiga e digo "Susy, temos até à 1h", resposta dela "se não estivesses aqui comigo não acreditava". Lá fomos jantar e por a conversa em dia. O atraso do ginecologista veio mesmo a calhar, soube tão bem ter aquele tempo todo para conversar contigo. Já estávamos a precisar deste tipo de momentos. Com o telemóvel sempre por perto para não falhar as horas, vejo que recebo uma mensagem, a consulta foi atrasada para a 1:30h, e pronto, "tens de me aturar mais meia-horita". Às 2h da manhã fui atendida e cheguei a casa às 3h. Que longo dia...
Porque é que continuo a ir a este médico? Porque ele é o melhor. E não me importo nada de esperar para ser atendida por ele, confio a minha saúde na experiência dele. Porque me havia de importar se ainda por cima me dá a oportunidade de combinar encontros com amigas e com a família de cada vez que espero por ele?

domingo, novembro 16, 2008

E se Obama fosse africano?

"Os africanos rejubilaram com a vitória de Obama. Eu fui um deles. Depois de uma noite em claro, na irrealidade da penumbra da madrugada, as lágrimas corriam-me quando ele pronunciou o discurso de vencedor. Nesse momento, eu era também um vencedor. A mesma felicidade me atravessara quando Nelson Mandela foi libertado e o novo estadista sul-africano consolidava um caminho de dignificação de África.
Na noite de 5 de Novembro, o novo presidente norte-americano não era apenas um homem que falava. Era a sufocada voz da esperança que se reerguia, liberta, dentro de nós. Meu coração tinha votado, mesmo sem permissão: habituado a pedir pouco, eu festejava uma vitória sem dimensões. Ao sair à rua, a minha cidade se havia deslocado para Chicago, negros e brancos respirando comungando de uma mesma surpresa feliz. Porque a vitória de Obama não foi a de uma raça sobre outra: sem a participação massiva dos americanos de todas as raças (incluindo a da maioria branca) os Estados Unidos da América não nos entregariam motivo para festejarmos.
Nos dias seguintes, fui colhendo as reacções eufóricas dos mais diversos recantos do nosso continente. Pessoas anónimas, cidadãos comuns querem testemunhar a sua felicidade. Ao mesmo tempo fui tomando nota, com algumas reservas, das mensagens solidárias de dirigentes africanos. Quase todos chamavam Obama de "nosso irmão". E pensei: estarão todos esses dirigentes sendo sinceros? Será Barack Obama familiar de tanta gente politicamente tão diversa? Tenho dúvidas. Na pressa de ver preconceitos somente nos outros, não somos capazes de ver os nossos próprios racismos e xenofobias. Na pressa de condenar o Ocidente, esquecemo-nos de aceitar as lições que nos chegam desse outro lado do mundo.
Foi então que me chegou às mãos um texto de um escritor camaronês, Patrice Nganang, intitulado: " E se Obama fosse camaronês?". As questões que o meu colega dos Camarões levantava sugeriram-me perguntas diversas, formuladas agora em redor da seguinte hipótese: e se Obama fosse africano e concorresse à presidência num país africano? São estas perguntas que gostaria de explorar neste texto. E se Obama fosse africano e candidato a uma presidência africana?
1. Se Obama fosse africano, um seu concorrente (um qualquer George Bush das Áfricas) inventaria mudanças na Constituição para prolongar o seu mandato para além do previsto. E o nosso Obama teria que esperar mais uns anos para voltar a candidatar-se. A espera poderia ser longa, se tomarmos em conta a permanência de um mesmo presidente no poder em África. Uns 41 anos no Gabão, 39 na Líbia, 28 no Zimbabwe, 28 na Guiné Equatorial, 28 em Angola, 27 no Egipto, 26 nos Camarões. E por aí fora, perfazendo uma quinzena de presidentes que governam há mais de 20 anos consecutivos no continente. Mugabe terá 90 anos quando terminar o mandato para o qual se impôs acima do veredicto popular.
2. Se Obama fosse africano, o mais provável era que, sendo um candidato do partido da oposição, não teria espaço para fazer campanha. Far-Ihe-iam como, por exemplo, no Zimbabwe ou nos Camarões: seria agredido fisicamente, seria preso consecutivamente, ser-Ihe-ia retirado o passaporte. Os Bushs de África não toleram opositores, não toleram a democracia.
3. Se Obama fosse africano, não seria sequer elegível em grande parte dos países porque as elites no poder inventaram leis restritivas que fecham as portas da presidência a filhos de estrangeiros e a descendentes de imigrantes. O nacionalista zambiano Kenneth Kaunda está sendo questionado, no seu próprio país, como filho de malawianos. Convenientemente "descobriram" que o homem que conduziu a Zâmbia à independência e governou por mais de 25 anos era, afinal, filho de malawianos e durante todo esse tempo tinha governado 'ilegalmente". Preso por alegadas intenções golpistas, o nosso Kenneth Kaunda (que dá nome a uma das mais nobres avenidas de Maputo) será interdito de fazer política e assim, o regime vigente, se verá livre de um opositor.
4. Sejamos claros: Obama é negro nos Estados Unidos. Em África ele é mulato. Se Obama fosse africano, veria a sua raça atirada contra o seu próprio rosto. Não que a cor da pele fosse importante para os povos que esperam ver nos seus líderes competência e trabalho sério. Mas as elites predadoras fariam campanha contra alguém que designariam por um "não autêntico africano". O mesmo irmão negro que hoje é saudado como novo Presidente americano seria vilipendiado em casa como sendo representante dos "outros", dos de outra raça, de outra bandeira (ou de nenhuma bandeira?).
5. Se fosse africano, o nosso "irmão" teria que dar muita explicação aos moralistas de serviço quando pensasse em incluir no discurso de agradecimento o apoio que recebeu dos homossexuais. Pecado mortal para os advogados da chamada "pureza africana". Para estes moralistas – tantas vezes no poder, tantas vezes com poder - a homossexualidade é um inaceitável vício mortal que é exterior a África e aos africanos.
6. Se ganhasse as eleições, Obama teria provavelmente que sentar-se à mesa de negociações e partilhar o poder com o derrotado, num processo negocial degradante que mostra que, em certos países africanos, o perdedor pode negociar aquilo que parece sagrado - a vontade do povo expressa nos votos. Nesta altura, estaria Barack Obama sentado numa mesa com um qualquer Bush em infinitas rondas negociais com mediadores africanos que nos ensinam que nos devemos contentar com as migalhas dos processos eleitorais que não correm a favor dos ditadores.
Inconclusivas conclusões
Fique claro: existem excepções neste quadro generalista. Sabemos todos de que excepções estamos falando e nós mesmos moçambicanos, fomos capazes de construir uma dessas condições à parte.
Fique igualmente claro: todos estes entraves a um Obama africano não seriam impostos pelo povo, mas pelos donos do poder, por elites que fazem da governação fonte de enriquecimento sem escrúpulos.
A verdade é que Obama não é africano. A verdade é que os africanos - as pessoas simples e os trabalhadores anónimos - festejaram com toda a alma a vitória americana de Obama. Mas não creio que os ditadores e corruptos de África tenham o direito de se fazerem convidados para esta festa.
Porque a alegria que milhões de africanos experimentaram no dia 5 de Novembro nascia de eles investirem em Obama exactamente o oposto daquilo que conheciam da sua experiência com os seus próprios dirigentes. Por muito que nos custe admitir, apenas uma minoria de estados africanos conhecem ou conheceram dirigentes preocupados com o bem público.
No mesmo dia em que Obama confirmava a condição de vencedor, os noticiários internacionais abarrotavam de notícias terríveis sobre África. No mesmo dia da vitória da maioria norte-americana, África continuava sendo derrotada por guerras, má gestão, ambição desmesurada de políticos gananciosos. Depois de terem morto a democracia, esses políticos estão matando a própria política. Resta a guerra, em alguns casos. Outros, a desistência e o cinismo.
Só há um modo verdadeiro de celebrar Obama nos países africanos: é lutar para que mais bandeiras de esperança possam nascer aqui, no nosso continente. É lutar para que Obamas africanos possam também vencer. E nós, africanos de todas as etnias e raças, vencermos com esses Obamas e celebrarmos em nossa casa aquilo que agora festejamos em casa alheia."

Mia Couto
14/11/2008, jornal Savana, Maputo

sexta-feira, novembro 14, 2008

Pela Paz

Acho que por vezes ficamos demasiados passivos e calados, quando a alternativa de agir não custa mais do que mandar um mail, mesmo para os que "não têm tempo".
Agora, como noutros casos, é preciso que unamos esforços e façamos ouvir a nossa voz "Stand with the people of Congo" para que um dia não sejamos nós a precisar de ajuda.

"Na primeira noite, eles se aproximam
E colhem uma flor de nosso jardim.
E não dizemos nada.

Na segunda noite, já não se escondem,
Pisam as flores, matam nosso cão,
E não dizemos nada.

Até que um dia, o mais frágil deles,
Entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua e,
Conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.

E porque não dissemos nada,
Já não podemos dizer nada."

Maiakovsky

quinta-feira, novembro 13, 2008

Jornalismo

Hoje no Correio da Manhã, a propósito da eleição de Obama, Leonor Pinhão escrevia assim:
"(...) "Então, já notaste muitas mudanças no Mundo?" Sim, imensas. E George W. Bush também já notou. Esta semana recebeu a família Obama para um chá na Casa Branca e conduziu o presidente eleito à sala Oval. Isto foi esta semana. Porque há quatro anos, quando se conheceram, a primeira coisa que Bush fez depois de cumprimentar o negro foi ir a correr à casa de banho lavar as mãos. Por causa "das constipações" explicou Bush na altura. Esta semana nem espirrou. Porque o Mundo mudou."

O que tenho na minha secretária?

O que vamos acumulando no metro quadrado em que nos confinamos a maior parte do nosso dia, pode dizer muito de nós. Ora hoje dei por mim a olhar para o que tenha em cima da minha secretária e a lista é no mínimo variada, já para não dizer estranha aos olhos dos que a vêm de fora.

Para além do computador, teclado ergonómico e monitor plano topo de gama, sempre o melhor e mais actualizado da empresa (devo ser a menina mais pedinchona de bons monitores que já passou por aqui), tenho ainda um rato normalíssimo, um tapete de rato da empresa (porque eu sou daquelas pessoas que veste a camisola da empresa onde trabalha) e ainda um apoio para o pulso que é nada mais nada menos do que uma vaca de gel (que já mereceu variadíssimos comentários sempre divertidos).

Tenho depois todos os utensílios que se consideram indispensáveis num escritório, uma caixa tipo "desk set" com milhentas canetas de todas as cores, sendo que algumas funcionam e outras nem por isso, lápis, lapiseiras, réguas, borrachas, correctores, agrafadores, furadores, clips, molas, post-its novos e outros cheios de notas, tesoura, minas, e outras coisas mais.

Do lado esquerdo do computador tenho 5 pilhas de papéis e dossiers, que resumem todos os assuntos em que estou sempre a trabalhar e que acabam sempre por ser o meu arquivo e a minha biblioteca diária.

Um manual de Hidraúlica e um de Gestão de Resíduos, as minhas bíblias, fazem companhia a um pacote de bolachas e à minha caneca de chá cor-de-rosa que tem gatos desenhados e que me acompanha sempre para todos os trabalhos (já tive várias versões, mas o chá fez sempre parte).

E depois no meio disto tudo vêm as coisas mais pessoais: Um copo para as canetas, em madeira que veio de Moçambique que traz imensas recordações e me leva um bocadinho às minhas origens; 3 gatos (2 em madeira e 1 em pêlo) que me acompanham desde o meu primeiro trabalho, um deles desde o meu primeiro dia; 1 burro para me relembrar que nunca somos donos e senhores do saber e que temos sempre muito ainda por aprender; 1 barco em madeira que veio de Cabo Verde para recordar o trabalho que fiz lá e para recordar que a vida é uma viagem; 1 coral que existe desde que me lembro de mim; 1 pá de colocar cimento que veio do meu 3º trabalho para me lembrar que tudo na vida se constrói; 2 cavalos porque os adoro e admiro; 1 gota de água anti-stress e para lembrar que este é um bem precioso; 1 bruxinha protectora dos animais que me trouxe um amigo do caminho de Santiago; 1 borboleta efémera e bela, livre como o vento.

Confuso? não.... no meio do que parece ser esta confusão está muita muita organização.

quarta-feira, novembro 12, 2008

Se eu pudesse...

Se eu pudesse escolher o que fazer à hora de almoço do dia de hoje sem restrições nenhumas de espaço, tempo ou dinheiro, o que é que escolhia?
Tenho duas respostas, uma para se fosse um lugar/espaço/tempo já conhecido e já passado, outra para uma nova ideia, um novo lugar. Mas hoje escolho um sítio do passado.
Teletransportava-me para o Vietnam, mais precisamente para uma embarcação tradicional com a proa em forma de cabeça de dragão que navega deslizante pelas águas lisas do rio Perfume, partindo de Hue a cidade imperial, e almoçava aqueles deliciosos springrolls, aqueles noodles, aqueles indecifráveis acepipes de todas as cores e feitios, que foram confeccionados a bordo. Recostava-me depois tranquilamente a apreciar a paisagem que passa devagar, os templos que se sucedem, as embarcações de pesca tradicional à rede, os chapéus em bico, repouso a minha mão na água do rio, troco sorrisos com os meus companheiros de viagem e penso "Amigos, como é bom estar aqui".

terça-feira, novembro 11, 2008

1ª Árvore de Natal

Este ano vou comprar a minha primeira árvore de Natal, mas esta tarefa simples está a revelar-se bem mais complicada do que eu pensava. Primeiro vão dos 5€ aos 199€, ridículo... depois há-as de todas as cores: verdes, azuis, vermelhas, douradas, castanhas, pretas, prateadas, de arame, de luz, de ráfia, enfim... Algumas nem parecem árvores de natal... Com esta variedade toda tive que primeiro definir o que é que eu procurava: uma árvore tipo pinheiro, verde, até 1,50m de altura, farfalhudo, fácil de arrumar e que não se desfaça de cada vez que passe uma brisa.
Não, não opto por nenhuma árvore natural, e a explicação é simples, a maior parte das árvores naturais que se vendem nesta época não as cortadas por haver excedente, são mesmo as que se cortam para fazer dinheiro. Ainda se fosse para ajudar ao ordenamento da floresta portuguesa ou qualquer coisa do género, mas agora para encher os bolsos de alguns e contribuir para o abate descontrolado de pequenas árvores... isso não. Por outro lado podia ser uma planta natural envasada sem ser cortada, mas aí iria estar a condenar a pequena planta a uma morte lenta, visto ter as janelas fechadas ao longo de todo o dia e o sol só entrar lá em casa ao fim-de-semana quando eu tenho tempo para as lides da casa. Tenho ainda uma outra opção, armar-me em louca comprar dezenas de metros de luzes de exterior, trepar para a árvore do relvado que existe à entrada do prédio e decorar ao meu gosto. Mas aí o mais provável seria ser visitada por uns senhores simpáticos de bata branca que me levariam numa carrinha almofadada para um sítio calmo para descansar.
Optando então pela solução mais racional e razoável, ou seja "árvore tipo pinheiro, verde, até 1,50m de altura, farfalhudo, fácil de arrumar e que não se desfaça de cada vez que passe uma brisa" verifiquei que as lojas do Chinês ficam logo postas de parte, bem como todas as árvores baratinhas (até 29,90€). Agora, resta-me percorrer alguns hipermercados e centros comerciais (bolas...) em horas de jogos de futebol que é para ver se não sou atropelada pela enchente de gente em crise que compra quinhentas mil coisas desnecessárias com o parco ordenado que recebem todos os meses e com o crédito pessoal que foi aprovado à 15 dias num balcão de um qualquer banco.
Para não desanimar, e caso não tenha paciência para me aventurar nesta odisseia (que é o mais provável) comprei um mini-pai natal autocolante que já aderiu à janela da minha sala, e por este andar já não deve conseguir sair de lá nos próximos 10 anos... (é da loja do chinês do bairro).
Entretanto vou descobrindo os enfeites que tinha guardado para a dita árvore de natal e vou espalhando pelas estantes... fica original. Se calhar é mesmo melhor pensar em criar a minha tradição natalícia lá em casa e esquecer, pelo menos por este ano, as tradições que tenho desde pequena.
Se tiver coragem ainda pergunto ao meu colega João quando é que o Benfica joga que é para ir nessa hora ao AKI.

segunda-feira, novembro 10, 2008

Chá no Bairro Alto

O que fazer ao fim-de-semana?
Por vezes a imaginação esgota-se com o stress e o cansaço da semana, e esta vez parecia não estar a ser excepção.
Sexta jantar com os amigos, finalmente conseguimos reunir o grupo todo, ou quase todo, e foi muito muito bom.
No sábado dormir, ler, passear e tratar daquelas coisas chatas da casa, mas que todos temos de fazer.
Domingo - tempo para descansar mais um bocadinho e depois um chá/lanche revigorante com as amigas. "Vamos onde?" "Aqui ao lado", "Um bocadinho mais lá à frente", "A esta casa de chá"... hum... a indecisão do costume... e fomos parar a um dos meus sítios preferidos - Bairro Alto.
Parámos o carro no Príncipe Real com o objectivo de ir dar a conhecer o Pavilhão Chinês, que eu adoro, a uma das amigas, mas estava fechado.
Enquanto caminhávamos pela R. D. Pedro V iam surgindo algumas surpresas, todas as lojas e galerias estavam abertas, ouvia-se música em toda a rua e passeava um casal trajado à século XIX.
Fomos descendo à procura de uma mesa numa das pastelarias ou casas de chá, mas tudo estava cheio, parámos no miradouro junto à Calçada da Glória para apreciar a vista e a luminosidade magnífica da nossa cidade de Lisboa.
Continuámos a descida e finalmente encontrámos um recanto no café Royale já perto do Largo do Carmo.
À falta de sconnes vieram as torradas esquisitas e largos minutos de conversa.
Já era noite quando decidimos retomar a subida e o regresso a casa, o friozinho do Outono já estava a apertar principalmente para quem tinha decidido andar com roupa de verão, como tinha sido o meu caso.
Ao chegar novamente à R. D. Pedro V a música chegou novamente aos nossos ouvidos, mas desta vez ouviam-se também cantores que às janelas de um dos edifícios cantavam para quem passava e quisesse ficar a ouvir.
Dezenas de pessoas ficaram paradas nos passeios, os carros abrandavam e ficámos ali até ao fim.
Aplausos e mais aplausos... a melhor para mim foi "Amsterdam" de Jacques Brel... ouvi-la assim, uma música que adoro, num lugar que me é muito querido.... ai Lisboa Lisboa, são estes os momentos que ficam em mim.


sexta-feira, novembro 07, 2008

Estes últimos dias têm sido de loucos... a ansiedade parece que decidiu voltar a entrar em mim... isto não pode ser. Preciso gastar energias, dançar, correr, dar murros, nadar, gritar,... o que seja... preciso disso tudo e de dormir profundamente também, e de preferência antes de começar a bater com a cabeça nas paredes.
Tenho acordado sempre antes do despertador... sei que muitos de vocês dizem que isso não é nada mais do que o normal... mas não me venham dizer que depois de me deitar à 1h da manhã, é normal acordar às 5h sabendo que o despertador só estava programado para tocar às 7h... E agora imaginem isto todos os dias... Bolas, já chega.

Se isto continua assim o mais provável é cumprir rapidamente com todos os pontos do post anterior... e nessa altura o melhor mesmo é preparar-me para meter baixa por insanidade, não tenho a menor dúvida que qualquer médico ma dará de bom grado sem ser sequer necessário ir lá pedir.

Mas antes que isso aconteça, amigos preparem-se, hoje quero borga, quero e, se não desmaiar de sono, vou sair para dançar.

Como mostrar e manter um certo nível de insanidade

1. Na sua hora de almoço, sente-se no seu carro estacionado, ponha os óculos escuros e aponte um secador de cabelos para os carros que passam. Veja se eles diminuem a velocidade.
2. Sempre que alguém lhe pedir para fazer alguma coisa, pergunte se quer batatas fritas a acompanhar.
3. Encoraje os seus colegas de gabinete a fazerem uma dança de cadeiras sincronizada consigo.
4. Coloque o seu recipiente do lixo sobre a mesa de trabalho e escreva nele, 'Entrada de Documentos'.
5. Desenvolva um estranho medo aos agrafadores.
6. Ponha café descafeinado na máquina de café, durante três semanas. Quando todos tiverem perdido o vício da cafeína, mude para café expresso.
7. No verso de todos os seus cheques, escreva, 'referente a suborno'.
8. Sempre que alguém lhe disser alguma coisa, responda, ' isso é o que tu pensas '.
9. Termine todas as suas frases com, ' de acordo com a profecia'.
10. Ajuste o brilho do seu monitor para o ní­vel máximo, de forma a iluminar toda a área de trabalho. Insista com os outros de que gosta assim.
11. Não use pontuação nos seus textos.
12. Sempre que possível, salte em vez de andar.
13. Pergunte às pessoas de que sexos são. Ria, histericamente, depois delas responderem.
14. Quando for à Ópera, cante com os actores.
15. Vá a um recital de poesia e pergunte por que é que os poemas não rimam.
16. Descubra onde o seu chefe faz compras e compre exactamente as mesmas roupas. Use-as um dia depois do seu chefe as usar. Tem, ainda, mais impacto, se o seu chefe for do sexo oposto.
17. Mande E-mail's para o resto da empresa, dizendo o que está a fazer, em cada momento. Por exemplo: 'Se precisarem de mim, estou na casa de banho'.
18. Coloque um mosquiteiro à volta da sua secretária e ponha um CD com sons da floresta, durante o dia inteiro.
19. Quando sair dinheiro da caixa Multibanco, grite.
20. Ao sair do jardim zoológico, corra na direcção do parque de estacionamento, gritando, 'Salve-se quem puder! Eles estão soltos!'
21. À hora do jantar, anuncie aos seus filhos: 'devido à nossa situação económica, teremos de mandar embora um de vós’.
22. Todas as vezes que vir uma vassoura, grite, 'Amor, a tua mãe chegou!'

quinta-feira, novembro 06, 2008

Girl talk

Ontem a minha amiga Sónia, amiga de longa data, desde o colégio, foi passar uma parte do serão comigo... o tempo passou demasiado depressa, mas mesmo assim conseguimos por a conversa em dia. Entre um brinde e outro aos bons velhos tempos, ao presente e ao futuro, recordámos histórias e rimos um bom bocado, como é hábito sempre que nos encontramos.
Obrigada amiga.
À nossa.

Nothing sweet about me

Ooh, watching me
Hanging by
A string this time
Don't, easily
The climax
Of the perfect lie
Ooh, watching me
Hanging by
A string this time
Don't, easily
Smile worth
A hundred lies

If there's lessons
To be learned
I'd rather get
My jamming words
In first, so
Tell you something
That I've found
That the world's
A better place
When it's
Upside down, boy

If there's lessons
To be learned
I'd rather get
My jamming words
In first, so
When your playing
With desire
Don't come running
To my place
When it burns
Like fire, boy

Chorus (4x):
Sweet about me
Nothing sweet
About me, yeah

Blue, blue, blue
Waves, they crash
As time goes by
So hard to catch
Too, too smooth
Ain't all that
Why don't you ride
On my side
Of the tracks

If there's lessons
To be learned
I'd rather get
My jamming words
In first, so
Tell you something
That I've found
That the world's
A better place
When it's
Upside down, boy

If there's lessons
To be learned
I'd rather get
My jamming words
In first, so
When your playing
With desire
Don't come running
To my place
When it burns
Like fire, boy

Chorus (6x):
Sweet about me
Nothing sweet
About me, yeah

Gabriela Cilmi

quarta-feira, novembro 05, 2008

Desculpa... mas explodi


Os lugares da minha vida

Já vivi em muitos sítios e viajei por muitos lugares, todos deixaram marcas, de todos tenho lembranças e memórias que fazem de mim quem sou e que moldam o que penso do mundo.
Hoje listo os lugares onde morei, e chego à conclusão que a maior parte começa pela letra M, M de Maravilhoso:
- Carnaxide, Portugal: desde que nasci em 1978 até que fui para o interior do país
- Manteigas, Portugal: enfiada num vale da Serra da Estrela entre 1985 e 1989
- Maputo, Moçambique: durante a guerra civil entre 1989 e 1992
- Miraflores, Portugal: colégio, liceu, faculdade e primeiros anos de trabalho (4 trabalhos em 4 anos), entre 1992 e 2004
- Mindelo, Cabo Verde: ilha de festa onde não se pode ter sono, durante 2005
- Miraflores, Portugal: regresso a casa, novo trabalho, novos desafios, crescer, entre 2005 e 2008
- Carnaxide, Portugal: mais um regresso mas para uma nova casa e uma nova vida, a minha primeira casa, T2 à minha medida, 2008

Lugar seguinte? esperem para ver...

Yes we can

Sim podemos. Podemos sempre.
Não é só uma expressão dita e aplicável a Barack Obama, é também uma expressão aplicável a muitos dos que conheço. Amigos e amigas que abraçaram e abraçam ainda novos desafios, que se lançam em novos rumos e novos percursos de vida. Mudam de país, de emprego, têm filhos, partem para o desconhecido e fazem dele o seu dia-a-dia, conhecem novas realidades e fazem-nas suas.
Deixando Portugal para trás numa fase das suas vidas relembro a menina de caracóis vermelhos que se lançou na descoberta da arquitectura tradicional da ilha de Santo Antão; a sonhadora bióloga que mergulhou primeiro por mares de S. Vicente e depois por mares açorianos; a morena que se apaixonou por Moçambique quando foi numa missão de apoio ao desenvolvimento e desde então ficou amarrada a África, passando da baía de Maputo para a agitada Luanda e agora lançando-se na maravilhosa aventura da maternidade; o casal que queria ter filhos e não podia, viajou para o Mindelo onde encontrou a menina dos olhos doces a que hoje chamam sua filha; o menino das bermudas que sempre soube tudo, partiu para o frio de Bristol onde desenha as asas que me levam para o outro lado do mundo.
Deixando outras paragens ainda lembro a menina sorridente e agitada que hoje cumpre o seu sonho na grande barreira de coral da Austrália; os dois espanhóis que tinham um bar em Barcelona e que decidiram pura e simplesmente deixar tudo e viver aquele ano no Mindelo para depois seguirem rumos diferentes e seguirem as suas vidas...
Todas estas pessoas e muitas muitas mais, sem esquecer as que não partem mas que ficam e cumprem cá os seus sonhos e desejos, todas estas lutaram e lutam pelo que querem, pelo que acreditam, pela sua vida. E todas estas disseram e ainda dizem "Yes I Can"

terça-feira, novembro 04, 2008

ZEN

Hoje preciso mesmo de ter o meu momento Zen... tenho que fugir à hora de almoço e deixar que os meus pensamentos voem para longe daqui.

segunda-feira, novembro 03, 2008

Aboborita escrevia assim...

Chegam de novo as aves e as flores
cobrindo a terra alumiada,
renasce uma natureza perdida
com a primavera abençoada.

Beija-me a pele,
abraça o meu corpo esfaimado,
sacia minha sede de paixão,
toca com os lábios a minha face,
afasta os cabelos doirados
enaltecendo meus ombros,
tocam-me os raios divinos
alimentando meus olhos,

Os dedos brincam nos seios
descobertos pela suave brisa,
cantam os anjos nas nuvens
que se apressam na despedida,

Grita o sol bem alto
com regozijo profundo,
soltam as flores o odor
que reconforta o meu mundo.

Liberta-se então a minha alma
ouvindo as aves cantar,
santa melodia do monte
que corre desesperadamente para o mar.

A brisa me eleva bem alto,
acima da terra e do mar,
bate o coração mais forte
ansioso por estar a sonhar,

A paixão sobe-me ao rosto
fazendo meus olhos brilhar,
brinca o vento em meu corpo
tornando-o livre como o mar,

Soltos meus cabelos voam
o mais alto que podem chegar,
tocam o azul do céu infinito,
fim deste mundo bendito,

que me dá conforto e paz.

quinta-feira, outubro 30, 2008

Cavalia

Fui ver um dos mais bonitos espectáculos de sempre... para mim, claro...
CAVALIA
Harmonia entre o homem e o cavalo, respeito e amizade entre dois seres diferentes e ao mesmo tempo complementares.
Assisti a tudo com um sorriso nos lábios e com o coração a palpitar no peito ao som da música e ao ritmo dos cascos, aplaudia a cada momento e frequentemente uma lágrima feliz caia pelo rosto... sem encontrar palavras que descrevam mais o que senti, apenas posso dizer Adorei.

quarta-feira, outubro 29, 2008

"Sliding Doors"

Sinto-me quase num momento "Sliding Doors". Para quem já viu o filme sabe mais ou menos do que estou a falar... Mas eu explico.
Nas últimas semanas tenho estado numa fase em que sinto claramente que tenho 2 percursos de vida que posso escolher, e tento imaginar como seria cada um deles. Consigo mesmo visualizar os próximos meses em cada uma das decisões que tome. Sinto que, se pudesse, queria viver estas duas realidades paralelas, tal como no filme. Mas ambas auguram cenários positivos, diferentes e emocionantes. Tenho dado por mim a "sonhar" com os meus 2 percursos de vida que se abrem nesta bifurcação clara que se marcou no meu caminho. Ambos têm coisas boas, ambos devem ter com certeza coisas más... mas ainda não consigo ter a dimensão correcta do que se perspectiva em qualquer um deles, porque a vida é cheia de incertezas. Ambos os percursos apresentam-se como desafios, agora qual deles o maior, qual o mais aliciante, qual o que tem mais a haver comigo?
A decisão está tomada, e foi tomada quase sem hesitações... terá sido por ser uma decisão que estava já tomada muito antes de ter surgido a dúvida? Claramente. Já sabia o que queria, este era um dos meus objectivos de vida, e todos os que partilharam algumas conversas e desabafos sabem-no bem.
Apesar de já ter decidido, e de forma convicta (devo acrescentar), relembro que como boa nativa de Gémeos que sou, se pudesse, preferia mesmo seguir os 2 percursos, viver 2 vidas, seguir pelos 2 caminhos que a vida me apresenta. Mas por agora vou só por um, pelo da direita (porque assim o defini), e mais tarde, se assim o entender, retomarei o outro caminho onde e quando tiver que ser, quando e se este se cruzar com o que hoje escolho, porque julgo não me enganar quando digo que o caminho que agora escolho é o meu caminho. E continuo viver a vida percorrendo cada passo com vista ao objectivo maior "Felicidade" e com a expressão "Carpe diem" na ponta da língua.

"È bella la strada per chi cammina,
è bella la strada per chi va,
è bella la strada che porta a casa
e dove ti aspettano già."

Claudio Chieffo

Tradução
"É bonita a estrada para quem caminha,
é bonita a estrada para quem vai,
é bonita a estrada que leva para casa
e onde já te esperam."

terça-feira, outubro 28, 2008

Atonement

Vi este filme no sábado, em português "Expiação". Comecei, como é costume por o "gozar" um bocadinho com o filme, achando que era leve... mas em pouco tempo percebi que não conseguia despegar os olhos da televisão, cada pormenor era importante, cada vez mais importante. Comecei a sentir um aperto no peito, e todas as sensações de quem vibra com os filmes... algo que já não me acontecia à algum tempo...
no fim acabei quase a chorar...
o filme é bom, é mesmo muito bom.
Têm de o ver.

segunda-feira, outubro 27, 2008

Diziam que...

Quando era pequena, lá para o final dos anos 80, época em que vivíamos em Manteigas, no coração da Serra da Estrela, lembro-me de se dizer que havia sempre um dia da semana em que cada um de nós não fazia anos. Ou seja, todos os anos o dia da semana a que calha o nosso aniversário muda, mas alguém dizia que havia sempre um desses dias da semana que nunca calhava, e eu lembro-me na altura de pensar que era a 5ª feira. Não sei bem porquê tive esta ideia... era ainda muito miúda e tinha poucos anos de lembranças para saber a que dias tinham calhado os meus aniversários.
Obviamente isto não passa de uma daquelas mentirinhas de criança... mas se fosse verdade e se eu pudesse escolher, escolhia a 2ª feira. É que se há dias difíceis geralmente são as 2ª feiras.

sexta-feira, outubro 24, 2008

Blimundo

"Havia um boi chamado Blimundo. Era grande, forte e amante da vida e da liberdade. Além disso, era muito amado e respeitado por todos, pois sabia pensar por si próprio, além de ser muito gentil com todos.
Ao saber da existência de criatura tão autêntica, Senhor Rei perguntou-se que boi seria esse, que ousava ser tão livre em seus posicionamentos e fazendo com que os outros bois lhe seguissem o exemplo. Se ele continuasse assim, quem faria, depois, o trabalho pesado do reino.
Ordenou, então, que Blimundo fosse pego morto ou vivo, a trazido até a sua presença.
Os homens do Senhor Rei saíram em busca do boi, mas este os encontrou primeiro e deu um fim neles. Ao saber da notícia, Senhor Rei reuniu os homens mais valentes do reino e os mandou capturar Blimundo, e os homens partiram. O boi, novamente, deu cabo dos homens. Quando recebeu tão triste notícia, Senhor Rei desesperou-se, mas logo ouviu falar de um rapaz que fora criado no borralho da cinza e que se prontifica a ir buscar Blimundo.
O menino pediu um cavaquinho, um “bli” dágua e uma bolsa de “prentém”. Além disso, quando retornasse queria a metade da riqueza do reino e a mão da princesa. Senhor Rei concordou e o jovem partiu. Então o jovem sai em busca do boi cantando uma canção que deixa Bilmundo encantado, na qual o jovem diz que, se Blimundo for com ele, casará com a Vaquinha da Praia. O boi pergunta se é verdade, o rapaz responde que sim. O jovem pede a Blimundo que o deixe montar, pois o caminho é muito longo. Ele deixa com a condição de que o rapaz continue cantando.
Senhor Rei colocou a tropa em pontos estratégicos para receber Blimundo. Ao ver o boi chegar, carregando o rapaz no lombo, cansado e feliz, Senhor Rei não acreditou. À porta do palácio, o rapaz pediu para descer do lombo de Blimundo a fim de fazer a barba antes de ser apresentado à Vaquinha da Praia. O jovem conta o seu plano ao Senhor Rei e leva até o boi um barbeiro com seus instrumentos. Atrás deles, Senhor Rei.
O barbeiro, enquanto Blimundo sonha com o amor da Vaquinha da Praia, corta-lhe a garganta com a navalha. Antes de morrer, o boi atinge o rei com uma patada que o mata. O rapaz e o barbeiro fogem, mas jamais esquecem o último olhar de revolta de uma criatura cujo único erro foi acreditar na harmonia, na justiça e na liberdade."

Conto Popular de Cabo Verde

quinta-feira, outubro 23, 2008

Era um vez no Espaço

Lembram-se? Eu lembro-me bem :)

"Lá em cima, há planícies sem fim
Há estrelas que parecem correr
Há o sol e a vida a nascer
Nós aqui sem parar numa terra a girar

Lá em cima, há um céu de cetim
Há cometas, há planetas sem fim
Galileu teve um sonho assim
Há uma nave no espaco, a subir passo a passo

Lá em cima pode ser o futuro
A alegria, vamos saltar o muro
E a rir, unidos num abraço
Vamos contar uma historia
Era uma vez... o Espaço

Lá em cima, já não há sentinelas
Sinfonia toda feita de estrelas
Uma casa sem portas nem janelas
É estenderes o braços e tu estás no espaço!"

por Paulo Carvalho

quarta-feira, outubro 22, 2008

Doentinha


Hoje devia estar na cama... tenho a garganta a doer, um peso nos olhos, um arrepio a percorrer todo o corpo. Vagueio pelo edifício com a chávena "miau" cheia de chá quentinho, pondero a hipótese de meter drogas no sistema (leia-se "Ben-u-ron") e vou tentando trabalhar mais um bocado.

segunda-feira, outubro 20, 2008

E com um gancho direito derrubo o meu adversário.
"KO" anuncia o juiz, e eu saio de cena cheia de energia e pronta para outras lutas.

terça-feira, outubro 14, 2008

Teoria do Gato Flutuante

"Soma de 2 teorias que resulta em uma nova teoria que irá revolucionar o MUNDO!

TEORIA Nº1: Teoria do Gato
Já dizia Murphy que sempre que jogar um gato para cima, ele nunca cairá de costas, sempre em pé.

TEORIA Nº1: Teoria da Bolacha
Já dizia Murphy que toda a bolacha com manteiga jogada para cima, vai cair no chão com o lado da manteiga para baixo.

SOMA DAS 2 TEORIAS Nº1 + Nº2 = TEORIA Nº3:Teoria do Gato Flutuante
Essa teoria soma as duas teorias, resultando em uma nova.
Pegue no gato, passe manteiga nas costas e jogue para cima.
Pela 1ª Lei ele não cairá de costas e pela 2ª Lei ele tem de cair com o lado da manteiga para baixo.
As forças se anulam e ele FLUTUARÁ!!"

segunda-feira, outubro 13, 2008

E por hoje chega.

2ª feira, dia 13 - "ainda bem que não é 6ª feira dia 13, serão seria um dia de azar" (Pensei eu logo de manhã ao abrir o computador).
Mais valia ter ficado calada... não foi propriamente um dia de azar, mas sim um dia muito muito mau... cheio de merdas (desculpem a expressão), cheio de chatices, gente a buzinar os ouvidos e mesmo gente a gritar comigo por causa de coisas que nem sequer têm directamente a haver comigo... enfim...
Acho que alguém lá de cima (o todo poderoso) se enganou. Fica no entanto o aviso para quem manda: Atenção, Hoje não é 6ª feira! e mesmo sendo dia 13, não significa que o dia tenha que correr assim! Obrigada pela atenção. Ahhh e já agora gostava de pedir que o dia de amanhã fosse normal... ou pelo menos um bocadinho melhor. Pode ser?

True Love...

His wife is injured and the condition is very appalling

He brings her food and attends to her with love and compassion

He brings more food but is shocked with her death and tries to move her
Aware that his sweetheart is dead he cries with adoring love
Standing beside her screaming because of her death
Finally aware that she would not return to him he stands beside her body
Photos of two birds have been pictured in the Republic of Ukraine .
The photographer sold these pictures for a nominal price to the most famous newspaper in France . And all the copies of that newspaper were sold out on the day of publishing these pictures.

Fim-de-semana

Mais um fim-de-semana passado... e este bem bom :)
Amigas e mais amigas, conversas que estavam adiadas à tanto tempo, finalmente fluiram à volta da mesa na Fábrica de Braço de Prata. Antes de ir lá já sabia que aquele espaço me inspirava... hummmm que bom...
Primeiro largos minutos cá fora sob as estrelas, a embalar as palavras com a brisa amena, depois entrámos palmilhámos cada canto, observámos cada fotografia, absorvermos bem a energia deste espaço. Seguimos para a livraria e, sem esperar, por detrás de uma porta pequena começo a ouvir as notas de um dos concertos que julgávamos já ter perdido. Entrámos e uma mesa vagou mesmo à nossa frente, melhor convite para ficar era impossível. Música a embalar os sentidos... a pouco e pouco o corpo descontraída com a massagem de sons, por dentro o coração vibrava... nos curtos intervalos aplaudíamos e lá fazíamos mais um ou outro comentário sobre "como estamos bem aqui"... Mesmo depois do concerto quase familiar, não conseguíamos vir embora, conversa, risota e até um chocolatinho delicioso para acompanhar.
O programa cultural era outro - Fado - mas acabámos mesmo a ouvir Jazz ( "Assim falava Jazzatustra" de Júlio Resende e convidados) e a conversar...

sexta-feira, outubro 10, 2008

Desabafos

Voltar de férias não é fácil. Isso já eu sabia, mas mesmo assim mentalizei-me para o regresso e depois das primeiras 24 horas dolorosas, tudo parecia estar a voltar ao normal. O ritmo acelerou brutalmente e na 4ª feira já estava com o mesmo nível de stress que tinha antes de ir de férias, a única diferença é que estou muito mais descansada e já consigo dormir (algo que me faltou nos últimos 3 meses). Para tentar manter o espírito ao melhor nível e olhar sempre para o lado positivo tentei, e consegui, sair sempre praticamente a horas e curtir as últimas horas de cada dia. Executei algumas das tarefas que tinha planeadas e abracei mais umas novas, e segui em frente. Tentei sempre manter um espírito positivo, a sério que tentei. Mas há dias, ou melhor, há momentos em que bastam duas ou três palavras para deitar por terra o nosso ânimo. Parece que gostam de ver a pessoa em baixo, a pôr em causa as suas opiniões, o seu trabalho, e as suas energias.... bolas... Têm algum prazer especial em fazer isso? Passei as últimas horas a dizer "acho incrível", "como é que é possível", "isto não é normal"... Acho que já todos passámos por isto, mas continuo a achar que "não havia necessidade"...
Bem... o que vale é que com os desabafos volto a ganhar um bocadinho de mim... a fúria começa a passar e penso "deixa estar". Volto a agarrar o meu objectivo de vida "felicidade" e um dos meus lemas preferidos "carpe diem" e sigo em frente. Logo à noite encontro com os amigos, daqueles que me fazem bem. Daqui a 5 minutos já saiu a nuvem negra do meu sistema, e a vida continua, o sol brilha ainda e eu canto "I'm walking on sunshine oohhh oohhh".

Hoje recebi um mail que dizia assim...

Aprendi....que ninguém é perfeito
enquanto não te apaixonas.

Aprendi....que a vida é dura
mas eu sou mais que ela!!

Aprendi que...as oportunidades nunca se perdem
aquelas que desperdiças... alguém as aproveita

Aprendi que...quando te importas com rancores e amarguras
a felicidade vai para outra parte.

Aprendi que... devemos sempre dar palavras boas...
porque amanhã nunca se sabe as que temos que ouvir.

Aprendi que...um sorriso
é uma maneira económica de melhorar o teu aspecto.

Aprendi que... não posso escolher como me sinto...
mas posso sempre fazer alguma coisa.

Aprendi que...quando o teu filho recém-nascido segura o teu dedo na sua mão
têm-te preso para toda a vida

Aprendi que...todos querem viver no cimo da montanha...
mas toda a felicidade está durante a subida.

Aprendi que... temos que gozar da viagem
e não apenas pensar na chegada.

Aprendi que...o melhor é dar conselhos só em duas circunstancias...
quando são pedidos e quando deles depende a vida.

Aprendi que...quanto menos tempo se desperdiça...
mais coisas posso fazer.

quinta-feira, outubro 09, 2008

Che (1928 - 1967)

Hoje o sol cantava...

You're a falling star, You're the get away car.
You're the line in the sand when I go too far.
You're the swimming pool, on an August day.
And You're the perfect thing to see.

And you play your card, but it's kinda cute.
Ah, When you smile at me you know exactly what you do.
Baby don't pretend, that you don't know it's true.
Cause you can see it when I look at you.

And in this crazy life, and through these crazy times
It's you, it's you, You make me sing.
You're every line, you're every word, you're everything.

You're a carousel, you're a wishing well,
And you light me up, when you ring my bell.
You're a mystery, you're from outer space,
You're every minute of my everyday.

And I can't believe, that I'm your man,
And I get to kiss you baby just because I can.
Whatever comes our way, ah we'll see it through,
And you know that's what our love can do.

And in this crazy life, and through these crazy times
It's you, it's you, You make me sing
You're every line, you're every word, you're everything.

So, La, La, La, La, La, La, La
So, La, La, La, La, La, La, La

And in this crazy life, and through these crazy times
It's you, it's you, You make me sing.
You're every line, you're every word, you're everything.
You're every song, and I sing along.
'Cause you're my everything.

yeah, yeah

So, La, La, La, La, La, La, La
So, La, La, La, La, La, La, La

Kamikase

Porque é que os kamikase usavam capacete?
Parece-me um desperdício de recursos...

Pergunta sem resposta do dia

"Porque é que temos os despertadores adiantados 10 minutos, se depois ficamos a dormir mais 11 minutos e acabamos sempre por chegar atrasados?"

quarta-feira, outubro 08, 2008

casa-trabalho

Saio de casa, apanho um bocadinho de pára-arranca, sigo pelas rotundas de Carnaxide e entro na A5, anda-se bem até à fila no alto de Monsanto, desço para a ponte 25 de Abril e aqui vou eu na A2, geralmente na via mais à esquerda porque todos os dias apanho molengões na autoestrada. São 38 km de relax a ouvir a rádio, antes ainda tinha stress, estava sempre com pressa e atrasada, mas agora já desisti... mais vale ir descansada e acabo por chegar à mesma hora.
No inverno temos gelo nos campos já a chegar a Coina, no verão o sol bate nos braços e na cara... humm... como sabe bem.
Chego ao trabalho e aquele friozinho instala-se quase nos ossos enquanto percorro a pé o troço mais bonito do percurso. Cruzo-me com caracóis, lagartixas, pássaros, borboletas e outros. Sabe-me bem chegar aqui. Árvores, relvado e a quinta do Sr aqui do lado... em algumas épocas ainda consigo colher uns frutos mesmo junto ao meu edifício, e como sorte à hora do almoço ainda consigo ir fazer uma pequena caminhada pelo perímetro... trabalhar em Lisboa? Não, agora não obrigada. Estou bem aqui.

terça-feira, outubro 07, 2008

Bunker

Este meu bunker é um desespero... trabalho, trabalho, pessoas batem à janela e fazem adeus, não temos rede de telemóvel, a luz é sempre artificial... Chove lá fora e nem damos conta, o mundo por detrás da janela para o corredor continua e nós nem damos conta... parecemos 2 peixinhos dourados no aquário às voltas com os números no computador e quase a bater com a cabeça na parede (ou no vidro do aquário).
Passa mais um colega no corredor a fazer adeus, e eu respondo à peixinho... sempre dá para largarmos uma gargalhada e animar um bocadinho estes momentos.
Daqui a pouco são 6 horas e o resto do dia lá fora ainda promete, só é pena não estar sol, mas mesmo a chuvinha na cara é bem vinda, faz-me sentir bem, faz-me sentir com vida.

segunda-feira, outubro 06, 2008

E para recordar...
Ilha de Sto Antão.
Para mim sinónimo de paz, tranquilidade, ar puro, serenidade, gente simples, cheiro a verde, mel de cana e grogue.

Tantas coisas novas

Passado um ano desde a última vez que escrevi no blog tenho muitas novidades para contar. :) Neste momento só posso falar sobre algumas porque as outras ainda são ideias que estão a maturar. Este ano:
- Comecei e acabei a tese de mestrado;
- Paguei o meu carro;
- Comprei uma casa e mudei-me para lá;
- No trabalho as coisas correm bem;
- Na APEA também tudo sobre rodas.
Como têm sido muitas as coisas tem sobrado pouco tempo para as outras que me dão muito prazer, mas a pouco e pouco retomo o ritmo dos encontros com os amigos, dos passeios por Portugal ao fim-de-semana e dos jantares com a família.
Este para mim está a ser um ano de regressos, depois de uns anos difíceis, a vida volta novamente a ganhar forma e o sol volta a brilhar.
Mais uma vez o meu girassol canta cheio de ritmo e eu com ele danço, danço, danço até não poder mais.

sexta-feira, setembro 26, 2008