7h da manhã, toca o despertador, rebolo na cama, espreguiço-me duas vezes e salto com genica. Acendo a luz, ponho o aquecedor a funcionar e corro para a banheira. Tomo aquele banho quente, que enche a casa de banho de vapor, típico de uma manhã de inverno. Visto as calças de ganga e dou duas dobras na bainha, chove lá fora e como vou para o aterro, é melhor prevenir. Calço as botas de obra, visto a camisola, o impermeável, e não esqueço as luvas. Saio cedo, apanho boleia e sigo para a empresa com a Natacha.
Chove, mas a equipa auditora não esmorece, vamos para o aterro, lama até aos tornozelos, é preciso subir mais as calças, no meio das máquinas, dos camiões, pisando lixo e lama, falamos com o operador, com o encarregado e com chefe de divisão. Tiramos apontamentos, vemos folhas, registos, apertos de mão, mais lama, perguntas, respostas, o falcoeiro passa perto, descemos e vamos para outras paragens.
Seguimos atrás de um camião de recolha selectiva, ecoponto, recolhem as embalagens, movem os contentores, vemos as caixas de primeiros socorros, o absorvente, mais apertos de mão e mais registos, controle dos EPI, chove mais um bocadinho, e chega a hora de almoço.
Buffet, muita comida, pão de queijo, entradas e saladas, vários pratos, baba de camelo, engolimos quase tudo junto, um café queimado por cima, mais chuva, e de novo para a auditoria.
Segue-se a triagem, montes de embalagens, montes e montes delas, ao lado, paletes de fardos, em cima o tapete de triagem, senhoras na linha, pegam de um lado, puxam para o outro, tiram, afastam, atiram lá para baixo, quase não falam, respiram para a máscara, dizem o boa tarde e o sim de quem sabe que hoje há auditoria. Testamos os lava-olhos e um quase-banho ataca a auditora coordenadora alvo de uma brincadeira dos auditados, fossem todos assim e não havia os stresses de auditorias anteriores que nos tiravam do sério.
Depois disto vamos finalmente para uma sala, pousar os papéis pejados de rabiscos e falamos entre nós, conseguimos resumir o que vimos, tudo com provas, porque assim tem de ser, porque a isto nos obrigam. Fazemos o relatório, escrevemos no computador e finalmente às 20h reunimos para apresentar as nossas constatações.
Acabou. A minha última auditoria interna foi num só dia, foi sem parar, com direito a tudo, chuva, lama, lixo, apertos de mão, sensação de missão cumprida.
Pensei muitas vezes ao longo do dia "sim, vou ter saudades disto."
quinta-feira, dezembro 04, 2008
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