domingo, abril 17, 2005

Parabéns a você...

Dia de anos da minha irmã mais linda e mais querida...
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Acordámos bem cedo como é costume em Cabo Verde e ainda antes de tomarmos o pequeno almoço já a Rita tinha recebido a sua 3ª prenda (chávenas de café em barro, algo toscas por serem de produção manual). Seguimos para a sala/varanda do pequeno-almoço e aí, mais uma vez eu não resisti aos magníficos ovos estrelados... aqui os ovos têm mesmo sabor a ovos... em Portugal isto já não acontece... é óptimo.
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Depois do "repasto" e de fazer umas sandocas para o caminho decidimos ir alugar um carro... a foi assim que conhecemos o "corta-relvas"... Corta-relvas é nome carinhoso que nós demos ao nosso "super-jipe" vermelho... E porquê este nome? Ora bem... por onde hei-de começar?... O Jipe era vermelho, era um modelo SideKick, tinha os estofos em muito mau estado, não tinha ar condicionado, tinha 5 portas sendo que as duas portas do lado direito só abriam por fora, um vidro abria totalmente, outro abria pela metade, outro precisava de ajuda com a mão para o subir e descer direito e o outro não mexia porque lhe faltava o manípulo, os pneus estavam quase carecas e o pneu de trás do lado esquerdo já estava furado, o que era menos uma preocupação... o furo era lento por isso 1 vez por dia convinha ir encher outra vez, para além disto nunca sabíamos muito bem quanto íamos gastar de gasolina porque o ponteiro da gasolina estava partido e não mexia... Mas isto tudo não é nada... comparado com o barulho ensurdecedor que o motor fazia na maior parte das rotações, sendo necessário treinar o pé para evitar aquela chinfrineira que nos fez baptizar o jipe vermelho de Corta-Relvas...
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Agora com um carro todo o terreno que podíamos partir á vontade, decidimos ir explorar a ilha... Começamos por Shark's Bay, que é relativamente perto de Santa Maria, mas a única forma de lá chegar com o equipamento todo de kite é de jipe pelo meio da areia. Para além de quase termos ficado atolados no meio do nada, a viagem até que foi interessante... tentar escolher o melhor caminho porque o 4x4 não funcionava... era obra difícil mas não impossível.
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Quando começamos a tirar a tralha toda da pequeníssima bagageira do jipe percebi que o vento a sério tinha vindo para ficar, e logo na semana de férias da minha irmã... bolas é preciso ter azar...
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Não consegui sequer tirar a prancha de bodyboard de dentro do saco, apenas consegui tirar algumas fotos do Rui a "Kitar" (fazer Kite surf) mas com imenso cuidado para não avariar a super-máquina com os biliões de grãos de areia que me atacavam sem dó nem piedade...
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Depois de um rápido mergulho e de uma corridinha para secar ao longo da praia saímos a correr para ir buscar mais uma visita que aterrava às 12:30h. A minha Mãe.
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Todos salgados e despenteados lá corremos para o aeroporto dos Espargos com o corta-relvas a bombar e chupar gasolina... se tivéssemos ponteiro da gasolina quase que jurava que o teria visto a descer com a velocidade alucinante a que andávamos na única estrada a sério do Sal (íamos a 60 Km/h).
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Como o aeroporto é enorme....(ironia...) a minha mãe conseguiu sair por uma porta enquanto nós esperávamos na outra... mas nada que uns 30 passos não resolvessem rapidamente. Aiiii que saudades.... foi tão bom ter-te cá mamã...
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E com a excursão quase toda reunida, pegámos nas malas pesadíssimas carregadas com os bens de primeira necessidade que tanta falta me faziam aqui (batedeira, varinha mágica, recargas de sabonetes e gel de duche, e até massa...), e fomos conhecer a Murdeira. Murdeira é um condomínio fechado com vivendas e apartamentos, com praia privativa e com segurança 24h. Era aqui que iríamos ficar instaladas (eu e a minha mãe) até ao dia da partida para o Mindelo.
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Saímos rapidamente de casa, sem sequer abrir as malas e lá seguimos para Palmeira, uma terriola perto de Espargos, onde existem casinhas coloniais giríssimas e casas de cimento novas ainda por acabar e muito feias naquela que é a zona nova do lugar. Foi no meio desta zona mais periférica que encontrámos o restaurante "Nôs Pimba", eheheh delirante... Aqui comemos um bom marisco... finalmente... Cracas, camarão e perceves.... hummmm, que bom... tirámos a barriga de misérias.
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Depois do almoço seguimos outra vez no corta-relvas para novas paragens, Pedra de Lume. É nesta localidade que se encontram as salinas que "no tempo dos portugueses" produziam grande parte da riqueza desta ilha, e tinham os equipamentos mais sofisticados para a extracção e exploração deste "ouro branco". O Jô, guarda e guia das salinas explicou-nos que as salinas estão no meio de uma cratera de vulcão que abateu, e que a água que abastece estas "piscinas" não é do mar, é do vulcão (diz ele)... O Jô segue a tradição do seu pai e do seu avô a cuidar destas salinas agora geridas por italianos... e nas suas lides diárias é acompanhado por um fiel companheiro o fredão, um cão rafeiro giríssimo, e que afinal não é cão mas sim cadela... O Jô é que ainda não sabe...
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Fomos ver as salinas bem de perto e depois de termos ficado com uns pequenos “recuerdos” combinámos com o nosso anfitrião que no dia seguinte voltávamos para tomar um banho dentro da salina principal... Uauuuu... o mar morto em ponto pequeno.
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Voltámos ao quarto de hotel para tomar banho e trazer as minhas coisas e para depois seguirmos para o jantar de anos da Rita no famoso Funáná. Funáná é o nome de um estilo de música típica de Cabo Verde, mas no restaurante não era esta a música que se dançava e ouvia. O restaurante é engraçado, mas o "cenário" é mesmo para turista ver... queríamos finalmente comer um peixinho grelhado (supostamente uma das especialidades do restaurante) mas o carvão tinha acabado, e por isso tivemos de comer peixe frito... podia ter sido pior.
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Ao jantar a Rita recebeu a minha última prenda, um espanta-espíritos feito por mim com contas de vidro de murano (Itália), quem quiser um parecido faça as suas encomendas, mas aviso já que sai caro... mais pelo material do que pela mão de obra, é que as coisas em CV são caras para burro...

2 comentários:

Anónimo disse...

Um grande beijinho para a irmã mais xuxu do mundo :) A viagem foi mesmo assim, com todos esses pormenores... apenas aditar que o Rui gostou mais foi do VENTO!!!

Anónimo disse...

Parabéns atrasados para a Rita, e um beijão enorme para ti!!! (deixa lá, daqui a menos de um mês os parabéns são para ti :D)