domingo, março 20, 2005

Holanda

Holanda é o nome de uma tasca rasca mas com boa comida que está plantada mesmo em frente à Lajinha. Este tasco para além de ser por vezes o meu poiso depois de um mergulho rápido à hora de almoço, muitas vezes ao fim-de-semana também me sento aqui para petiscar enquanto leio um livro.
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Este Holanda tem coisas curiosas:
- servem toda a comida com ketchup e maionese
- é mais fácil servirem bifes do que peixe grelhado apesar de estar mesmo em frente à praia
- tem sempre à frente uns lavadores de bicicletas e de carros
- tem uma empregada que deve ter entrado no guiness à conta do bigode enorme que lhe salta da cara, mas atenção a senhora é uma simpatia...
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Este Holanda herdou o nome dos imensos emigrantes que vivem e viveram nesse país.
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Este Holanda tem às sextas e sábados à noite música caboverdiana, música verdadeira, que vem dos bairros que circundam a cidade, música que não se vende em cd's, mas uma música que entra e não mais sai do ouvido.
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Foi aqui que acabámos a noite de um dos dias mais agitados desde que cheguei. Aqui fomos com a Belem, com a Marta (já vos falo delas mais à frente), com o Fausto que está no Mindelo com uma equipa de filmagem para rodar um filme do artista plástico Leão Lopes. A este bar foi também a São que é uma assistente social que vivia tranquilamente em Lisboa, lá apaixonou-se por uma Caboverdiano com quem casou e com quem decidiu vir morar para o Mindelo. Entretanto separaram-se mas ela cá ficou com os dois filhos e agora está a conseguir por de pé um projecto que tanto ambicionava, "A Quintinha". "A Quintinha" é uma casa que irá recolher miúdos que necessitem de apoio e é aqui que se pretende que eles se integrem novamente na sociedade, é um projecto muito giro que ao fim de dois anos de luta está agora a dar os seus frutos.
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Mas voltando ao Holanda, aqui estivemos tranquilamente a ouvir músicas tocadas e cantadas por gente normal e local, com uns personagens algo diferentes pelo meio. No tambor a marcar o ritmo estava uma mulher, toda aperaltada como se fosse a um casamento, na guitarra estava um tipo que se achava o máximo e que não parou de piscar o olho a todas as meninas que ali estavam e ao cavaquinho estava um Sr. muito fininho, magrinho, enfezadinho, mas com um ar muito divertido e simpático, eu só nunca sabia para onde é que o Sr. estava a olhar... é que ele era muito estrábico.

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