Se houve uma coisa que percebi no dia de ontem, é que são principalmente as pessoas que fazem os “lugares”.
As saudades que sinto de Portugal, não são reais… claro que sinto saudades de Óbidos, da Arrifana, da Moitalina e de Lisboa (algumas partes de Lisboa), sinto também saudades do pão alentejano, dos enchidos e dos queijos, do arroz de galinha, do bacalhau, etc etc etc.
Mas as saudades reais que tenho de Portugal são saudades das pessoas, não de todas é claro, mas de muitas, daquelas que foram e são minhas amigas, daquelas que um dia contribuíram para o meu crescimento e para a minha felicidade.
Não tenho saudades do ritmo, do estilo de vida, nem das rotinas, muito pelo contrário, acho que a vida aqui se adapta muito mais à minha pessoa.
.
Agora, ainda sobre o dia de ontem, aqueles poucos que ficaram sentiram de repente um vazio nas suas vidas, partiram algumas das pessoas que, de uma forma mais intensa ou não, faziam parte do nosso dia-a-dia. E de um momento para o outro esta cidade mudou.
Agora, ainda sobre o dia de ontem, aqueles poucos que ficaram sentiram de repente um vazio nas suas vidas, partiram algumas das pessoas que, de uma forma mais intensa ou não, faziam parte do nosso dia-a-dia. E de um momento para o outro esta cidade mudou.
Adoro este lugar, cada vez gosto mais desta cidade, mas a vida que todos construímos aqui fazia muito mais sentido com todos os elementos que já partiram. Talvez eu seja a pessoa que estou mais segura de voltar a encontrar todos um dia mais tarde na minha vida, acho que a ligação que criei com alguns deles foi uma relação demasiado forte, que não é só deste tempo e deste lugar, é uma ligação que cresceu de tal forma que tem tudo para se manter para o resto da vida.
Há sempre pessoas, que conhecemos nas nossas viagens, que nos marcam, e essas pessoas geralmente marcam-nos por estarmos num lugar comum durante um tempo partilhado, nessa altura as pessoas encaixam perfeitamente connosco, no entanto nada nos garante que essas pessoas continuem a ser importantes para nós mais tarde.
Depois de regressarmos ao lugar de partida, tentamos reajustar-nos, e nesse processo temos necessariamente que largar algumas das coisas e pessoas que conquistámos, no entanto são sempre as mais importantes que ficam. E se as coisas mais importantes tiverem o poder de mudar a nossa vida, o reajustamento ao lugar inicial já não será tão fácil, podendo mesmo ser impossível.
.
Digo isto porquê? Porque eu, tal como todos aqueles com quem tenho partilhado a minha experiência, mudámos. Nós olhamos uns para os outros e percebemos que estamos todos diferentes desde aquele dia que falámos pela primeira vez.
Digo isto porquê? Porque eu, tal como todos aqueles com quem tenho partilhado a minha experiência, mudámos. Nós olhamos uns para os outros e percebemos que estamos todos diferentes desde aquele dia que falámos pela primeira vez.
Mudámos por nos termos conhecido uns aos outros e por termos ficado com um pouco de cada um, mudámos porque o processo de troca é mútuo, porque crescemos juntos, porque demos uma passo gigante em frente na nossa vida, um passo maior do que o tempo que ficámos por cá. Mudamos também porque esta cidade, este país, estas pessoas, estas ilhas tão diferentes, nos fizeram olhar para o mundo, para a vida e para as coisas importantes, de uma maneira totalmente diferente. E acima de tudo mudámos porque agora nenhum de nós quer perder esta nova forma de olhar o mundo e a vida.