quarta-feira, maio 12, 2010

3 meses de altos e baixos - ou mais...

Desde o último post (já lá vai muito tempo) muita coisa se passou à minha volta e comigo. Em Fevereiro, trabalhei muito e dormi pouco. Em Março trabalhei muito e dormi pouco, veio cá a comitiva do Primeiro Ministro, muitos eventos sociais e de trabalho, seminários, recepções, inaugurações de exposições, concerto da Mariza, reuniões de trabalho, etc e tal. Em Abril 2 semanas de muito trabalho e pouco descanso, como já vem sendo hábito, e na segunda quinzena, embarque para as tão merecidas férias e resgate de horas de sono. Andava por aqui por Maputo que nem louca, a dormir uma média (quase máxima) de 4 horas por noite, muitas vezes interrompidas com telefonemas cheios de problemas de trabalho... foi desgastante, até porque este ritmo começou assim em Dezembro do ano passado.
Mas antes de chegarmos às férias, tenho que dizer que cheguei ao ponto mais baixo (em termos físicos) nos dias que antecederam a viagem. Fiquei doente com uma otite, constipação que se transformou em gripe, e a rinite alérgica atacou em força, e como não foi nada de ligeiro, fiquei 2 semanas a antibiótico e mais drogas afins, e 1 semaninha inteira de cama. Médico atrás de médico e farmácias, eram os únicos motivos para sair de casa. No fim-de-semana anterior à ida para Portugal fui tentar recuperar forças para o meu spot: Kruger Park. Domingo de manhã sentia-me bem e por isso fiz-me à estrada. Bichos, muitos bichos, e só perto da meia-noite regressei a casa. Desta vez, e porque já estão todos fartos, não mostro fotos, até porque deixei a máquina em casa e dediquei-me a fazer um filme com a minha mini-máquina de filmar. Logo que consiga fazer a edição vou tentar passar para aqui.
Dia 16 de Abril embarquei para Portugal, cheguei à noite depois de 12h de viagem (com paragem de escala). Cheguei, liguei o telemóvel e ainda antes de sair do avisão, rebentou a maior crise de trabalho que já tive. Quando cheguei ao pé da minha mãe e da minha prima/afilhada, já estava totalmente esgotada e sentia-me de alguma forma derrotada. Foi a primeira vez que me senti assim, foi o acumular de cansaço que me derrubou, mas não por muito tempo.
Durante o tempo que estive em Portugal (peço desculpa não ter dito a todos, nem ter sido possível estar com todos os que queria), dormi, descansei, fiz as coisas do costume (comprar roupa, médicos e algum/muito trabalho) e também fiz as coisas que não são costume (visitei museus, comprei um quadro, caminhei). No meio de tudo o que fiz as coisas boas e que me fizeram bem foram:
- passear com a minha mãe
- almoçar com a minha avó
- festejar o aniversário da minha irmã e da minha avó
- festejar o dia da mãe
- conhecer a casa da minha irmã (e ainda mais importante, sentir-me em casa lá)
- receber uma prenda carinhosa e surpreendente da minha irmã
- jantar com os primos
- jantar com os amigos
- aquela saída à noite entre amigos
- conhecer as bébés lindas das minhas amigas
- saber que vem mais uma barriguinha a caminho
- ser convidada para ser madrinha de um grande amigo
- ficar emocionada por andar na rua, por conduzir pelas estradas, por ver a luz de Lisboa, por sentir o cheiro do Tejo, comer naqueles sítios, estar com aquelas pessoas, viver, sonhar e descansar...
Foi tudo muito bom, estava mesmo a precisar e acho que nunca vai ser demais. Custou-me regressar ao aeroporto tão cedo, mas à medida que me encaminhava para a sala de embarque, sentia que cada passo saía mais revigorada do que antes, sentia que seria possível voltar a dormir descansada, e que conseguiria controlar melhor o meu stress diário.
Embarquei com mais leveza e com a certeza de que algumas coisas teriam de mudar na minha vida, para que possa efectivamente chamar-lhe vida e não me limite a sobreviver. Essas mudanças (re)começaram em Portugal, mas agora que as ponho diariamente em prática em Moçambique, percebo que estou bem mais calma, ponderada, e principalmente mais feliz.
Com tudo isto quero acrescentar que tenho novas histórias para contar, e espero manter o ritmo das novas aventuras. Dou só uma pista: aquelas águas límpidas e quentes que me abraçaram dando as boas vindas... hum... que bom.

3 comentários:

LC disse...

Isto é de loucos..acho que te devias proteger mais....

Já não conseguiste o que querias da tua experiência?

Pensa nisso.

Eu sei o que é estar longe dos nossos durante 15 anos...e acho que não compensa!

Beijo grande!

AG disse...

Mas para além de todo o stress dos últimos 16 meses, há coisas boas, muito boas de estar aqui. Voltar é sempre uma hipótese que mantenho em aberto, mas por enquanto ainda falta viver tanto este país...
Beijinhos e obrigada por te preocupares comigo. Tenho saudades tuas e de todos

Cila disse...

Ola, este post emocionou-me e as lagrimas saltaram ca para fora.. Estou ca a pouco tempo, mas tb me senti assim quando regressei ha 3 semanas a portugal e regressei a maputo. deixo-te o meu email, talvez combinemos um cafezinho de tugas! beijinhos (cilamarques8@gmail.com)