Aiiii.... se tivesse escrito esta mensagem ontem... seria tão negativa...
Ontem pensei mil e uma vezes, ou talvez um milhão, quais teriam sido as razões que me mantinham aqui...
Tanto stress, tanto trabalho, tão poucas horas de sono... Senti por momentos que o mundo à minha volta desabava, caía aos pedaços sem que eu pudesse fazer alguma coisa para impedir, sem que tivesse forças para me agarrar mais ao meu sonho, ao sonho de estar aqui.
Estava cansada, demasiado cansada e já sem forças para falar ou receber más notícias. Mas o telefone tocou com 2 más notícias (não eram péssimas, apenas más). Mas aquela mensagem e os inúmeros telefonemas que se seguiram para resolver estes pequenos problemas de trabalho, deitaram-me abaixo e impediram-me de adormecer.
E como precisava de adormecer... em paz... descansar... recuperar das horas infinitas que me têm faltado de descanso neste último ano.
E pensava... o que me faz ainda insistir em ficar aqui, em continuar a lutar, a remar contra a maré? Será que sou só teimosa? ou não consigo admitir que algumas coisas falhem? e pensando bem percebi que o que tem falhado e me tem deitado abaixo nada tem a haver comigo, não depende de mim.
Então deveria ser capaz de descansar, mas não conseguia. Vi e revi todos os meus passos e decisões, não vi como poderia ter feito as coisas de forma diferente, e no entanto houve carros que avariaram, pessoas que faltaram, exigências e solicitações muitas e muito grandes... passei por tudo isto no seu devido tempo, mas parece que nada disto nunca tem fim.
São testes da vida? Não. É mesmo a vida.... a vida é que é assim. Cheia de provações, testes, desafios, batalhas, avanços e falhanços, conquistas, sorrisos, lágrimas, coisas boas e coisas más.
Finalmente consegui dormir. O meu mal era mesmo sono... Acordei com o telemóvel a tocar mais um problema... mas desta vez o sol deu-me energia e sem pensar muito fui resolvendo o que estava ao meu alcance resolver.
Olho agora para trás para estes dias e para ontem em particular e vejo que fiz tudo o que podia e que devia, tudo do que dependia de mim. Por isso estou de consciência tranquila e percebo que tenho que encarar o futuro como um percurso que não posso controlar, mas que trará sempre mais um desafio.
Apesar de estar longe da família neste dia, longe do meu meio nesta época de Natal, percebo que recebi a prenda que precisava de receber: compreender a minha verdadeira dimensão no mundo, o meu percurso, os limites do meu ser, querer e poder.
Tem sido sempre em momentos difíceis que percebo algo mais sobre mim e o que me rodeia, sobre o que é importante, verdadeiramente importante. É nestes momentos que se cresce e se olha para o mundo com os olhos de criança sábia, que aprecia o sol como se fosse a primeira vez, mas que no entanto percebe que precisa dele para viver.
E com isto me retiro para a ceia de Natal entre amigos que é já daqui a pouco. Presentes tenho poucos para dar, quase nenhuns, mas levo um sorriso nos lábios e uma leveza de espírito que ontem por esta hora não conseguia ter.
Bom Natal meus queridos amigos, mesmo de longe segue aquele abraço forte do fundo do meu coração.
quinta-feira, dezembro 24, 2009
quarta-feira, dezembro 23, 2009
Carta para as minhas amigas
Minhas queridas
tenho montes, toneladas de saudades de todas e dos nossos encontros.
Apesar de não me "cheirar" nada a Natal, porque está calor em vez de frio, porque está sol em vez de chuva, porque não há música de natal na rua, porque não estou numa casa cheia de gente, porque não há no ar aquele cheiro de fritos de natal, porque nem sequer tenho o bacalhau de molho à espera da ceia de amanhã... apesar de tudo isto, quero desejar-vos um bom natal.
Adorei as vossa fotos, as barriguinhas redondinhas e cheias de vida, o vosso encontro que foi também quase meu nesse dia de frio... parei um bocadinho para "entrar" nas vossas/nossas conversas, e apesar de não vos ter podido dar beijinhos e rir com as nossas histórias, sinto que estive um bocadinho aí.
Por aqui vou festejar o natal em casa de amigos, novos amigos, e isso é bom, muito bom. Montei uma árvore de natal em minha casa, quase que me enche a sala de luz e de cor. Costumo dizer que não tenho tempo para comprar prendas, mas sempre o consegui fazer. Só que desta vez parece que vai ser mesmo impossível. Não tenho uma fnac ou um allegro aqui bem perto para ir a correr ao fim do dia (bem tarde) para comprar o que gostava de oferecer. Mas outros dias virão, e tal como aprendi este ano, o natal é efectivamente quando e sempre que nós quisermos.
Por isso minhas amigas do coração, desejo que seja sempre natal para vocês.
Um beijinho gigante do tamanho do mundo para as meninas lindas e as suas barrigas (com ou sem bébé).
Ana
tenho montes, toneladas de saudades de todas e dos nossos encontros.
Apesar de não me "cheirar" nada a Natal, porque está calor em vez de frio, porque está sol em vez de chuva, porque não há música de natal na rua, porque não estou numa casa cheia de gente, porque não há no ar aquele cheiro de fritos de natal, porque nem sequer tenho o bacalhau de molho à espera da ceia de amanhã... apesar de tudo isto, quero desejar-vos um bom natal.
Adorei as vossa fotos, as barriguinhas redondinhas e cheias de vida, o vosso encontro que foi também quase meu nesse dia de frio... parei um bocadinho para "entrar" nas vossas/nossas conversas, e apesar de não vos ter podido dar beijinhos e rir com as nossas histórias, sinto que estive um bocadinho aí.
Por aqui vou festejar o natal em casa de amigos, novos amigos, e isso é bom, muito bom. Montei uma árvore de natal em minha casa, quase que me enche a sala de luz e de cor. Costumo dizer que não tenho tempo para comprar prendas, mas sempre o consegui fazer. Só que desta vez parece que vai ser mesmo impossível. Não tenho uma fnac ou um allegro aqui bem perto para ir a correr ao fim do dia (bem tarde) para comprar o que gostava de oferecer. Mas outros dias virão, e tal como aprendi este ano, o natal é efectivamente quando e sempre que nós quisermos.
Por isso minhas amigas do coração, desejo que seja sempre natal para vocês.
Um beijinho gigante do tamanho do mundo para as meninas lindas e as suas barrigas (com ou sem bébé).
Ana
quinta-feira, dezembro 10, 2009
Árvore de Natal
Decidi comprar uma árvore de natal, mesmo pinheiro (de plástico, está claro) para montar na sala. Já que passo cá o Natal, ao menos que sinta que é Natal. Então fui ao Mica (uma espécie de Continente e Aki tudo num só sítio), depois de voltas e voltas, lá comprei o pinheiro. Com mais umas voltas comprei umas bolas e enfeites do género em dourado e vermelho, peguei também num conjunto de luzes pequeninas brancas e vim para casa. Abri o pinheiro e ficou bonito, coloquei as luzes e liguei à corrente... não eram brancas mas sim de todas as cores e a piscar... bolas... vou trocar esta porcaria. Tirei tudo da árvore e decidi que amanhã vou lá trocar. Entretanto como tinha comprado uma extensão também decidi experimentar para ver se funcionava. Liguei à corrente e PUM, apagaram-se as luzes todas... o quadro foi abaixo. Às apalpadelas lá encontrei o telemóvel e com a luz ténue consegui ir até às velas, acendi 3 e procurei o frontal que andava perdido numa das muitas gavetas desta casa. Fui ao quadro, liga, desliga, liga só um, só dois... não funciona... descobri que a arca congeladora está ligada, o quarto ao lado do meu tem luz, o modem também funciona e só uma tomada na sala... enfim, tudo o resto desligado... tv, rádio, frigorífico, fogão, termocumulador... ai que vou tomar banho de água fria... o que vale é que é verão.
Esta casa está a desfazer-se aos bocados... no outro dia caiu uma janela com dobradiças, caixilharia e tudo... não estava vento nem a janela estava aberta... enfim... não percebo.
O que será que vai acontecer a seguir? Vou de fim-de-semana para a Ponta do Ouro e preocupo-me com isto depois. :)
Esta casa está a desfazer-se aos bocados... no outro dia caiu uma janela com dobradiças, caixilharia e tudo... não estava vento nem a janela estava aberta... enfim... não percebo.
O que será que vai acontecer a seguir? Vou de fim-de-semana para a Ponta do Ouro e preocupo-me com isto depois. :)
quarta-feira, dezembro 09, 2009
O dia de ontem
Tantas coisas acontecem todos os dias por aqui… e não consigo arranjar tempo para as escrever, mas o dia de ontem vale a pena ser contado…
Acordei com o sol a bater na janela e soube-me tão bem que já me levantei com um sorriso nos lábios… Bem cedo já estava numa esplanada a tomar o pequeno-almoço com um amigo e em 10 minutos juntaram-se mais dois. Já com a energia em cima fui trabalhar e foi sempre a correr… dia produtivo, bem mais do que o normal.
Ao almoço estava um calor quase insuportável, aliás nestes dias a pele está sempre húmida e colante, até para vestir a roupa é complicado. Saí do trabalho e tive direito a um almoço caseiro que me soube pela vida. Depois do café Nespresso fiquei a descansar um bocadinho e voltei para o escritório.
Ao fim da tarde fui ao Mica para ver rodas de contentores e andei por ali enrolada em espírito consumista natalício a escolher a minha árvore de natal e os enfeites. Percebi que não tenho jeito nenhum para isto, mas enfim… fiz o que podia.
Segui para casa já só com tempo de tomar o 3º banho do dia, troquei de roupa e fui ao Moçambique Fashion Week. Era noite de “young desinners”, com roupas um bocado lunáticas que encobriam quase por completo ideias interessantes que gostava de reproduzir (gostei de muito poucas). No fim do desfile de cada estilista lá descia o idiota de cada colecção… e era vê-los passar ao som das palmas e risotas libertadas pela audiência. 2 ou 3 eram normais, mas os outros… desde um que não podia ser mais mariconço e enfezado, ao que trazia galochas azuis brilhante e mochila do Bugs Bunny (no mínimo estranho…), ou ainda a um outro que logo a seguir apareceu com umas jardineiras do Tweety… Foi risota total.
Saímos do desfile e com o estômago já a refilar decidimos e comer qualquer coisa. “CFM. Vamos aos pastéis de massa tenra”… azar, estava fechado. Então vamos aos frangos na feira popular, o único sítio que ainda estava aberto só vendia frangos para fora… não tinha nem uma mesa para sentar. Por fim rendi-me às propostas dos que estavam comigo: Gipsy. Um bar de luz vermelha com ambiente de ver jogos de futebol na televisão, localizado na rua de maior de boites e bares de meninas… Pergunto-me eu: porque é que um sítio que tem potencial para ser bom (atenção que tem boa clientela e são raras as meninas que por ali circulam), com pizzas óptimas e funcionários que vão atrás de nós para devolver o que nos esquecemos dentro do estabelecimento (a carteira da Patrícia foi devolvida ainda nem tínhamos dado pela falta dela), sim… porque é que um espaço destes tem de estar numa rua destas? Garanto-vos que se não fosse a fome e a insistência num teria pisado aquele sítio, mas o medo que tinha de ir a esta rua, foi superado pelo bom ambiente que se sentia dentro do bar.
Daqui, já com a barriga cheia, fui ao Rua d’Arte, a uma 3ª feira… uma loucura para mim que só saio aos fins-de-semana e só muito de vez em quando. Era noite de festa para os estilistas, que depois do desfile fizeram a noite aqui. Uma amiga minha fazia anos e estava também a festejar ao som da música que não varia, mas que é o mais próximo do que gosto de ouvir, que há em Maputo. Dançar, dançar, saltar, muitos sorrisos de abraços, reencontros com amigos que já não via à muito tempo (isto de estar fechada no meu casulo não pode continuar). Adorei a noite e a companhia, o som e o calor abrasador que mesmo às 2h30 da manhã se fazia sentir. Esta tarde já tenho combinada a cervejinha semanal com os amigos no sítio do costume (Piri-piri). Vai ser bom como sempre é, aos poucos e poucos uma “família” de amigos começa a formar-se aqui, num sitio a que aos poucos vamos chamando casa, a 8500km do ponto de origem.
Acordei com o sol a bater na janela e soube-me tão bem que já me levantei com um sorriso nos lábios… Bem cedo já estava numa esplanada a tomar o pequeno-almoço com um amigo e em 10 minutos juntaram-se mais dois. Já com a energia em cima fui trabalhar e foi sempre a correr… dia produtivo, bem mais do que o normal.
Ao almoço estava um calor quase insuportável, aliás nestes dias a pele está sempre húmida e colante, até para vestir a roupa é complicado. Saí do trabalho e tive direito a um almoço caseiro que me soube pela vida. Depois do café Nespresso fiquei a descansar um bocadinho e voltei para o escritório.
Ao fim da tarde fui ao Mica para ver rodas de contentores e andei por ali enrolada em espírito consumista natalício a escolher a minha árvore de natal e os enfeites. Percebi que não tenho jeito nenhum para isto, mas enfim… fiz o que podia.
Segui para casa já só com tempo de tomar o 3º banho do dia, troquei de roupa e fui ao Moçambique Fashion Week. Era noite de “young desinners”, com roupas um bocado lunáticas que encobriam quase por completo ideias interessantes que gostava de reproduzir (gostei de muito poucas). No fim do desfile de cada estilista lá descia o idiota de cada colecção… e era vê-los passar ao som das palmas e risotas libertadas pela audiência. 2 ou 3 eram normais, mas os outros… desde um que não podia ser mais mariconço e enfezado, ao que trazia galochas azuis brilhante e mochila do Bugs Bunny (no mínimo estranho…), ou ainda a um outro que logo a seguir apareceu com umas jardineiras do Tweety… Foi risota total.
Saímos do desfile e com o estômago já a refilar decidimos e comer qualquer coisa. “CFM. Vamos aos pastéis de massa tenra”… azar, estava fechado. Então vamos aos frangos na feira popular, o único sítio que ainda estava aberto só vendia frangos para fora… não tinha nem uma mesa para sentar. Por fim rendi-me às propostas dos que estavam comigo: Gipsy. Um bar de luz vermelha com ambiente de ver jogos de futebol na televisão, localizado na rua de maior de boites e bares de meninas… Pergunto-me eu: porque é que um sítio que tem potencial para ser bom (atenção que tem boa clientela e são raras as meninas que por ali circulam), com pizzas óptimas e funcionários que vão atrás de nós para devolver o que nos esquecemos dentro do estabelecimento (a carteira da Patrícia foi devolvida ainda nem tínhamos dado pela falta dela), sim… porque é que um espaço destes tem de estar numa rua destas? Garanto-vos que se não fosse a fome e a insistência num teria pisado aquele sítio, mas o medo que tinha de ir a esta rua, foi superado pelo bom ambiente que se sentia dentro do bar.
Daqui, já com a barriga cheia, fui ao Rua d’Arte, a uma 3ª feira… uma loucura para mim que só saio aos fins-de-semana e só muito de vez em quando. Era noite de festa para os estilistas, que depois do desfile fizeram a noite aqui. Uma amiga minha fazia anos e estava também a festejar ao som da música que não varia, mas que é o mais próximo do que gosto de ouvir, que há em Maputo. Dançar, dançar, saltar, muitos sorrisos de abraços, reencontros com amigos que já não via à muito tempo (isto de estar fechada no meu casulo não pode continuar). Adorei a noite e a companhia, o som e o calor abrasador que mesmo às 2h30 da manhã se fazia sentir. Esta tarde já tenho combinada a cervejinha semanal com os amigos no sítio do costume (Piri-piri). Vai ser bom como sempre é, aos poucos e poucos uma “família” de amigos começa a formar-se aqui, num sitio a que aos poucos vamos chamando casa, a 8500km do ponto de origem.
quarta-feira, novembro 04, 2009
O Acidente
Na 2ª feira da semana passada tive um acidente de carro.
Tinha ido de manhã à África do Sul com um motorista de pesados e um responsável da manutenção das viaturas, para ir buscar um camião que tinha ido para reparação. Teoricamente chegávamos a Nelspruit (que entretanto mudou de nome para Mbombela) e depois de almoçar iniciávamos a viagem já com o camião atrás do meu carro. Mas como na empresa só fizeram metade do que estava programado acabámos por esperar 3 horas para a viatura estar pronta. Neste tempo decidi ir comer ao 1º Mac Donalds que aqui na zona (já fui lá duas vezes… o vícios são difíceis de largar). Fui depois ao Mall (Riverside Mall – o antro de perdição para pessoas loucas por fazer compras…) é gigante e para quem não tem muita paciência para ir para sítios fechados barulhentos e cheios de gente, como eu, é quase um martírio ir lá. Mas acabei por aproveitar para comprar algumas coisas que me faziam falta lá em casa e que ainda não tinha tido tempo para ir comprar.
Enchi a bagageira do carro, e com os 2 funcionários voltámos às oficinas onde fizemos nova inspecção da viatura. Tudo em ordem, ou aparentemente em ordem, meti-me no carro com o camião a seguir-me de perto porque era eu que sabia o caminho (mal… mas ainda assim sabia-o).
Já estava escuro quando saímos da cidade (aqui está a escurecer por volta das 18h), e a estrada cheia de carros impedia-nos de seguir a mais de 80 km/h. Fizemos tranquilamente o caminho de 2 h até à fronteira, tratámos das papeladas todas do lado sul-africano e depois do lado moçambicano, e seguimos viagem.
Para quem não conhece a N4, estrada nacional que faz a ligação Maputo-Nelspruit, explico que não passa por povoação nenhuma até chegarmos quase às portas de Maputo. É só mato e mais mato. Sem iluminação na estrada e com muitos camiões e carros a circularem sem luzes. Mas esta noite até estava calma, quase não passavam carros por nós.
Já a meio do caminho íamos a 100 km/h, nada demais quando o limite é 120… eu à frente o camião atrás, felizmente bem atrás. Uma pick-up inicia a ultrapassagem ao meu carro e quando estava ao meu lado surge no meio da via em sentido contrário um homem a pé. Eu só o vi quando estava a menos de 20 m de nós. O carro que me ultrapassava, travou mas não o suficiente, e teve que guinar o volante perdendo o controlo do carro, para não atropelar o homem. Ao perder o controlo bate de lado na parte de trás do meu carro e… bem… o meu carro perdeu o contacto com o piso, saiu disparado para a faixa contrária em direcção ao mato e à valeta que não existe. Percebi imediatamente que se saísse da estrada corria sérios riscos de capotar devido ao desnível. Agarrei-me ao volante e numa cena quase de filme tentava controlar o carro impedindo-o de fazer piões completos. Consegui fazer 3 meios piões, num dos quais fiquei de frente para o camião que me seguia. Consegui voltar a virar noutra direcção, vi pelo espelho retrovisor a pick-up a cair de lado na beira da estrada, e em segundos consegui também imobilizar o meu carro, já fora da estrada.
Parei, respirei fundo… está tudo bem. O funcionário que me acompanhava saiu a correr do carro, eu desliguei o motor e tirei a chave, procurei o telemóvel que entretanto tinha voado juntamente com tudo o que estava solto no carro. Ainda a fechar o carro comecei a fazer as chamadas a pedir auxílio. Procurei o homem que se tinha atravessado na estrada, mas não havia sinal dele. Fui ter com o condutor do outro carro que entretanto saía da viatura virada de lado. Estamos todos bem…
Só na manhã seguinte quando acordei é que me apercebi do perigo que isto foi, podia ter corrido tudo muito mal, mas felizmente correu bem. Não capotei (se isso tivesse acontecido provavelmente não estava aqui hoje), ninguém se magoou (nem um arranhão), e os carros saíram a andar sozinhos… nem sei muito bem como…
Valeu-me o telemóvel, a ajuda de quem passava e de alguns amigos que me apoiaram nas horas e dia seguinte.
Estes últimos dias tenho andado muito zen… ou perto disso. Estou contente por estar bem… e penso nas pequenas coisas que me fazem bem… todas elas muito mais importantes do que a correria do dia-a-dia… Tempo de balanço mais uma vez… E depois desta continua-se em frente com mais força e mais cuidado, com um sorriso nos lábios por, tão simplesmente, ver o sol nascer, mais uma vez.
Tinha ido de manhã à África do Sul com um motorista de pesados e um responsável da manutenção das viaturas, para ir buscar um camião que tinha ido para reparação. Teoricamente chegávamos a Nelspruit (que entretanto mudou de nome para Mbombela) e depois de almoçar iniciávamos a viagem já com o camião atrás do meu carro. Mas como na empresa só fizeram metade do que estava programado acabámos por esperar 3 horas para a viatura estar pronta. Neste tempo decidi ir comer ao 1º Mac Donalds que aqui na zona (já fui lá duas vezes… o vícios são difíceis de largar). Fui depois ao Mall (Riverside Mall – o antro de perdição para pessoas loucas por fazer compras…) é gigante e para quem não tem muita paciência para ir para sítios fechados barulhentos e cheios de gente, como eu, é quase um martírio ir lá. Mas acabei por aproveitar para comprar algumas coisas que me faziam falta lá em casa e que ainda não tinha tido tempo para ir comprar.
Enchi a bagageira do carro, e com os 2 funcionários voltámos às oficinas onde fizemos nova inspecção da viatura. Tudo em ordem, ou aparentemente em ordem, meti-me no carro com o camião a seguir-me de perto porque era eu que sabia o caminho (mal… mas ainda assim sabia-o).
Já estava escuro quando saímos da cidade (aqui está a escurecer por volta das 18h), e a estrada cheia de carros impedia-nos de seguir a mais de 80 km/h. Fizemos tranquilamente o caminho de 2 h até à fronteira, tratámos das papeladas todas do lado sul-africano e depois do lado moçambicano, e seguimos viagem.
Para quem não conhece a N4, estrada nacional que faz a ligação Maputo-Nelspruit, explico que não passa por povoação nenhuma até chegarmos quase às portas de Maputo. É só mato e mais mato. Sem iluminação na estrada e com muitos camiões e carros a circularem sem luzes. Mas esta noite até estava calma, quase não passavam carros por nós.
Já a meio do caminho íamos a 100 km/h, nada demais quando o limite é 120… eu à frente o camião atrás, felizmente bem atrás. Uma pick-up inicia a ultrapassagem ao meu carro e quando estava ao meu lado surge no meio da via em sentido contrário um homem a pé. Eu só o vi quando estava a menos de 20 m de nós. O carro que me ultrapassava, travou mas não o suficiente, e teve que guinar o volante perdendo o controlo do carro, para não atropelar o homem. Ao perder o controlo bate de lado na parte de trás do meu carro e… bem… o meu carro perdeu o contacto com o piso, saiu disparado para a faixa contrária em direcção ao mato e à valeta que não existe. Percebi imediatamente que se saísse da estrada corria sérios riscos de capotar devido ao desnível. Agarrei-me ao volante e numa cena quase de filme tentava controlar o carro impedindo-o de fazer piões completos. Consegui fazer 3 meios piões, num dos quais fiquei de frente para o camião que me seguia. Consegui voltar a virar noutra direcção, vi pelo espelho retrovisor a pick-up a cair de lado na beira da estrada, e em segundos consegui também imobilizar o meu carro, já fora da estrada.
Parei, respirei fundo… está tudo bem. O funcionário que me acompanhava saiu a correr do carro, eu desliguei o motor e tirei a chave, procurei o telemóvel que entretanto tinha voado juntamente com tudo o que estava solto no carro. Ainda a fechar o carro comecei a fazer as chamadas a pedir auxílio. Procurei o homem que se tinha atravessado na estrada, mas não havia sinal dele. Fui ter com o condutor do outro carro que entretanto saía da viatura virada de lado. Estamos todos bem…
Só na manhã seguinte quando acordei é que me apercebi do perigo que isto foi, podia ter corrido tudo muito mal, mas felizmente correu bem. Não capotei (se isso tivesse acontecido provavelmente não estava aqui hoje), ninguém se magoou (nem um arranhão), e os carros saíram a andar sozinhos… nem sei muito bem como…
Valeu-me o telemóvel, a ajuda de quem passava e de alguns amigos que me apoiaram nas horas e dia seguinte.
Estes últimos dias tenho andado muito zen… ou perto disso. Estou contente por estar bem… e penso nas pequenas coisas que me fazem bem… todas elas muito mais importantes do que a correria do dia-a-dia… Tempo de balanço mais uma vez… E depois desta continua-se em frente com mais força e mais cuidado, com um sorriso nos lábios por, tão simplesmente, ver o sol nascer, mais uma vez.
terça-feira, outubro 13, 2009
E se...
Esta expressão acompanha-me desde que me lembro de mim e significa tão simplesmente que todos os dias, a cada momento, para pequenas e grandes decisões (desde escolher o que vou beber ao almoço, qual o próximo destino de férias, onde vou morar...), vejo e revejo rapidamente todas as alternativas que se me apresentam perante o problema.
A decisão normalmente é tomada por impulso (pelo menos eu faço assim), sabendo que nas decisões mais difíceis peso sempre a razão também, mas quase invariavalmente opto pelo que me apetece, sigo o meu "feeling". Não me arrependo disso porque todas as decisões tomadas contribuíram para chegar onde cheguei hoje, para ser quem sou, para alcançar aqueles objectivos maiores da minha vida, contribuíram para que no fundo hoje seja feliz com o que tenho e esteja tranquila quanto ao caminho que segui.
Sim, sei que estou a ser confusa, mas esta reflexão começou pouco antes da minha vinda para Moçambique, numa reconstrução interior do meu percurso, e nos últimos dias tem assomado à minha cabeça de forma muito mais intensa do que o normal.
Ultimamente pergunto-me "e se tivesse ficado em Portugal?". Independentemente da perspectiva que uso para analisar esta questão, chego sempre à mesma conclusão: se não tivesse vindo, se naquele momento de decisão tivesse optado por Portugal, não tenho dúvidas que já teria arranjado um outro momento de decisão que me levaria a sair de lá. No fundo o sair de Portugal era já um dado adquirido, o lugar para onde ir é que tomou muitas formas e a escolha estava apenas dependente das oportunidades no momento. Quando Moçambique voltou a surgir no meu mapa, então o destino final desta saída ficou claro e eu vim.
Deve ter sido uma das decisões mais rápidas da minha vida, acho mesmo que já estava tomada antes de me ser apresentada a questão. Sabia que viria para cá mais cedo ou mais tarde, também isso já estava decidido, por isso fiz as malas e vim.
Agora aqui, passados 9 meses da minha estadia, concluo que a vinda e estes primeiros tempos foram "um parto difícil" por várias razões: este era um regresso cheio de emoções, um desafio profissional intenso e um desafio pessoal que perseguia há já algum tempo. Passada esta fase percebo que resisti aos primeiros choques, resisti e estou cá.
Feliz por estar onde sinto que devia, é preciso agora olhar outra vez à minha volta e arranjar novos desafios. Agora passada a fase de regresso, vamos então à fase de integração (ou reintegração). Neste cenário abrem-se novos caminhos e alternativas. Preciso de ponderar questões como "o que fazer a seguir" para todos os campos da minha vida: viajar - sim, voluntariado - talvez (mas preciso de tempo com dias fixos para o fazer), associativismo - está em ponderação, formação - claramente, desportos - quais? (Yoga parece-me uma ideia cada vez mais presente).
Mesmo antes do fim do ano já penso que o primeiro ciclo está a fechar, agora vem esta nova fase cheia de novas perspectivas que preciso de considerar. Ano novo vida nova... vamos avançar.
A decisão normalmente é tomada por impulso (pelo menos eu faço assim), sabendo que nas decisões mais difíceis peso sempre a razão também, mas quase invariavalmente opto pelo que me apetece, sigo o meu "feeling". Não me arrependo disso porque todas as decisões tomadas contribuíram para chegar onde cheguei hoje, para ser quem sou, para alcançar aqueles objectivos maiores da minha vida, contribuíram para que no fundo hoje seja feliz com o que tenho e esteja tranquila quanto ao caminho que segui.
Sim, sei que estou a ser confusa, mas esta reflexão começou pouco antes da minha vinda para Moçambique, numa reconstrução interior do meu percurso, e nos últimos dias tem assomado à minha cabeça de forma muito mais intensa do que o normal.
Ultimamente pergunto-me "e se tivesse ficado em Portugal?". Independentemente da perspectiva que uso para analisar esta questão, chego sempre à mesma conclusão: se não tivesse vindo, se naquele momento de decisão tivesse optado por Portugal, não tenho dúvidas que já teria arranjado um outro momento de decisão que me levaria a sair de lá. No fundo o sair de Portugal era já um dado adquirido, o lugar para onde ir é que tomou muitas formas e a escolha estava apenas dependente das oportunidades no momento. Quando Moçambique voltou a surgir no meu mapa, então o destino final desta saída ficou claro e eu vim.
Deve ter sido uma das decisões mais rápidas da minha vida, acho mesmo que já estava tomada antes de me ser apresentada a questão. Sabia que viria para cá mais cedo ou mais tarde, também isso já estava decidido, por isso fiz as malas e vim.
Agora aqui, passados 9 meses da minha estadia, concluo que a vinda e estes primeiros tempos foram "um parto difícil" por várias razões: este era um regresso cheio de emoções, um desafio profissional intenso e um desafio pessoal que perseguia há já algum tempo. Passada esta fase percebo que resisti aos primeiros choques, resisti e estou cá.
Feliz por estar onde sinto que devia, é preciso agora olhar outra vez à minha volta e arranjar novos desafios. Agora passada a fase de regresso, vamos então à fase de integração (ou reintegração). Neste cenário abrem-se novos caminhos e alternativas. Preciso de ponderar questões como "o que fazer a seguir" para todos os campos da minha vida: viajar - sim, voluntariado - talvez (mas preciso de tempo com dias fixos para o fazer), associativismo - está em ponderação, formação - claramente, desportos - quais? (Yoga parece-me uma ideia cada vez mais presente).
Mesmo antes do fim do ano já penso que o primeiro ciclo está a fechar, agora vem esta nova fase cheia de novas perspectivas que preciso de considerar. Ano novo vida nova... vamos avançar.
terça-feira, outubro 06, 2009
Marloth Park mais uma vez
Chidenguele
No fim-de-semana grande de 4 de Setembro parti numa caravana de barcos por estrada para a lagoa de Chidenguele onde iríamos participar em mais uma regata. Não tenho muitas fotos da competição em si, mas do cenário que nos rodeava... hummm lindo....
Os preparativos para a viagem, barcos nos atrelados, atrelados nos carros e fazemo-nos à estrada
Os montinhos de madeira que se vende à beira da estrada nacional
Caminho longo, longo demais para quem carrega à cabeça a água tão essencial
Chegados a Chidenguele, fui ver os aposentos. E o melhor de tudo era sem dúvida a vista. Lá ao fundo no mar, durante estes 3 dias, passaram baleias que saltavam bem alto e nos davam um espectáculo único ao pequeno-almoço
A entrada no campo das regatas, isto já na lagoa
Os preparativos para a viagem, barcos nos atrelados, atrelados nos carros e fazemo-nos à estrada
Os montinhos de madeira que se vende à beira da estrada nacional
Caminho longo, longo demais para quem carrega à cabeça a água tão essencial
Chegados a Chidenguele, fui ver os aposentos. E o melhor de tudo era sem dúvida a vista. Lá ao fundo no mar, durante estes 3 dias, passaram baleias que saltavam bem alto e nos davam um espectáculo único ao pequeno-almoço
A entrada no campo das regatas, isto já na lagoa
sexta-feira, outubro 02, 2009
E hoje quando acordei... saiu-me isto.
Sinto-me perdida nestas voltas da vida
porque corro e ando e volto para trás,
quero ir mais longe e saltar de alegria
mas nos dias cinzentos não sou capaz.
Por vezes preciso de uns raios de sol,
de um sorriso na cara, de um olhar de carinho,
de um bom dia que me abraça
quando os lençóis brancos ainda me agarram aos sonhos
enquanto rebolo mais uma vez neste ninho.
porque corro e ando e volto para trás,
quero ir mais longe e saltar de alegria
mas nos dias cinzentos não sou capaz.
Por vezes preciso de uns raios de sol,
de um sorriso na cara, de um olhar de carinho,
de um bom dia que me abraça
quando os lençóis brancos ainda me agarram aos sonhos
enquanto rebolo mais uma vez neste ninho.
segunda-feira, setembro 21, 2009
sexta-feira, setembro 11, 2009
Mozambique
I like to spend some time in Mozambique
The sunny sky is aqua blue
And all the couples dancing cheek to cheek.
It's very nice to stay a week or two.
There's lots of pretty girls in Mozambique
And plenty time for good romance
And everybody likes to stop and speak
To give the special one you seek a chance
Or maybe say hello with just a glance.
Lying next to her by the ocean
Reaching out and touching her hand,
Whispering your secret emotion
Magic in a magical land.
And when it's time for leaving Mozambique,
To say goodbye to sand and sea,
You turn around to take a final peek
And you see why it's so unique to be
Among the lovely people living free
Upon the beach of sunny Mozambique.
The sunny sky is aqua blue
And all the couples dancing cheek to cheek.
It's very nice to stay a week or two.
There's lots of pretty girls in Mozambique
And plenty time for good romance
And everybody likes to stop and speak
To give the special one you seek a chance
Or maybe say hello with just a glance.
Lying next to her by the ocean
Reaching out and touching her hand,
Whispering your secret emotion
Magic in a magical land.
And when it's time for leaving Mozambique,
To say goodbye to sand and sea,
You turn around to take a final peek
And you see why it's so unique to be
Among the lovely people living free
Upon the beach of sunny Mozambique.
(Bob Dylan and Jaques Levy)
quarta-feira, setembro 09, 2009
Regresso de férias
Já voltei de férias há quase 2 semanas... muito muito tempo...
Souberam bem. Deu para descansar, estar com a família, com alguns amigos e ainda deu para fazer compras, que já não fazia a sério desde que tinha saído de Portugal.
Os reencontros que tive em PT foram muito bons e alguns foram mesmo saborosos, recuperando sabores de que gosto e que, mesmo sem saber, me faziam falta. E com isto falo nos ovos moles, nas queijadas de Sintra e no queijo fresco (sim, queijo fresco).
O regresso a Moz foi demasiado cedo para quem sente ainda muitas saudades, mas por outro lado, foi na altura certa. Quando se é expatriado temos de encontrar um equilíbrio no tempo de regresso a casa. Não pode ser de menos senão não descansamos, não vemos ninguém, não tratamos de tudo o que ficou pendente (bancos, finanças e afins); mas também não pode ser demais senão voltamos a entrar naquele ciclo do "está tudo na mesma". Temos de ficar o tempo certo para ver as pessoas que queremos, saber as novidades maiores, e ter um bocadinho de colo. Temos de regressar no dia em que não nos dói demais sair de PT nem nos bate a saudade do sítio novo onde vivemos - Moz.
Se calhar não me fiz entender muito bem, mas sei que praticamente todos os expatriados que conheço sentem o mesmo que eu. Aliás as nossas conversas antes, durante e depois das viagens de verão de emigrante, eram basicamente à volta deste tema.
Enfim... regressei. Não dormi nada no voo como já vem sendo hábito, e por isso fiquei com os horários todos trocados. Mas depois de umas horas de sono reposto voltei a entrar no ritmo normal.
Por aqui tudo se tinha aguentado e fui muito bem recebida no trabalho e pelos amigos. A minha casa está na mesma, e é a minha casa. Sabe bem regressar a este lar emprestado, cada vez mais meu.
Mas apesar de ter sido um regresso aparentemente fácil, tenho saudadinhas... muitas... e os telefonemas e mails (dos poucos que escrevo) estão carregados desse sentimento tão português.
Bem... mas adiante. O que fiz depois do regresso? Fui a Marloth Park, fiz uma apresentação sobre resíduos na FACIM (Feira Internacional de Maputo), e fui fazer um fim-de-semana de regatas a Chidenguele.
Sobre os passeios elaboro mais e vou colocar fotos... até porque vale mesmo a pena ver os sítios por onde andei.
Sobre a FACIM... nervosismo... muito stress... mas correu tudo bem.
Souberam bem. Deu para descansar, estar com a família, com alguns amigos e ainda deu para fazer compras, que já não fazia a sério desde que tinha saído de Portugal.
Os reencontros que tive em PT foram muito bons e alguns foram mesmo saborosos, recuperando sabores de que gosto e que, mesmo sem saber, me faziam falta. E com isto falo nos ovos moles, nas queijadas de Sintra e no queijo fresco (sim, queijo fresco).
O regresso a Moz foi demasiado cedo para quem sente ainda muitas saudades, mas por outro lado, foi na altura certa. Quando se é expatriado temos de encontrar um equilíbrio no tempo de regresso a casa. Não pode ser de menos senão não descansamos, não vemos ninguém, não tratamos de tudo o que ficou pendente (bancos, finanças e afins); mas também não pode ser demais senão voltamos a entrar naquele ciclo do "está tudo na mesma". Temos de ficar o tempo certo para ver as pessoas que queremos, saber as novidades maiores, e ter um bocadinho de colo. Temos de regressar no dia em que não nos dói demais sair de PT nem nos bate a saudade do sítio novo onde vivemos - Moz.
Se calhar não me fiz entender muito bem, mas sei que praticamente todos os expatriados que conheço sentem o mesmo que eu. Aliás as nossas conversas antes, durante e depois das viagens de verão de emigrante, eram basicamente à volta deste tema.
Enfim... regressei. Não dormi nada no voo como já vem sendo hábito, e por isso fiquei com os horários todos trocados. Mas depois de umas horas de sono reposto voltei a entrar no ritmo normal.
Por aqui tudo se tinha aguentado e fui muito bem recebida no trabalho e pelos amigos. A minha casa está na mesma, e é a minha casa. Sabe bem regressar a este lar emprestado, cada vez mais meu.
Mas apesar de ter sido um regresso aparentemente fácil, tenho saudadinhas... muitas... e os telefonemas e mails (dos poucos que escrevo) estão carregados desse sentimento tão português.
Bem... mas adiante. O que fiz depois do regresso? Fui a Marloth Park, fiz uma apresentação sobre resíduos na FACIM (Feira Internacional de Maputo), e fui fazer um fim-de-semana de regatas a Chidenguele.
Sobre os passeios elaboro mais e vou colocar fotos... até porque vale mesmo a pena ver os sítios por onde andei.
Sobre a FACIM... nervosismo... muito stress... mas correu tudo bem.
quinta-feira, agosto 06, 2009
FÉRIAS!!!!
Pessoal... não tenho dito nada de nada... a razão é muito simples: Estou de férias :)
ahhh e sabe tão bem...
quando voltar vão ter de me aturar de novo.
Muito sol para todos
ahhh e sabe tão bem...
quando voltar vão ter de me aturar de novo.
Muito sol para todos
sexta-feira, julho 24, 2009
Odeio gente burra!!!!!
Ahhhhh!!!! Odeio gente burra!!!!
Imaginem alguém que tem toda a escolaridade mais um curso superior, tem 10 anos de experiência (teoricamente comprovada) e eu digo-lhe "1+1=2, ok?"
Pronto.
Passado uma semana nada de resultados, então explico outra vez que "1+1=2", e a resposta dele: "mas pode ser 3..."
Burro, burro, burro...
tem dúvidas e só ao fim de 1 semana é que me diz????
AHHHHH
Imaginem alguém que tem toda a escolaridade mais um curso superior, tem 10 anos de experiência (teoricamente comprovada) e eu digo-lhe "1+1=2, ok?"
Pronto.
Passado uma semana nada de resultados, então explico outra vez que "1+1=2", e a resposta dele: "mas pode ser 3..."
Burro, burro, burro...
tem dúvidas e só ao fim de 1 semana é que me diz????
AHHHHH
terça-feira, julho 07, 2009
Fotos do Bilene
Com os atrelados montados e cheios é tempo de nos fazermos à estrada.
Campeonato no Bilene
Dia 25 de Junho foi feriado aqui, era uma quinta-feira e eu como precisava de sair de Maputo, precisava mesmo, deixei tudo organizado, transferi as comunicações para o telemóvel (Skype, MSN e afins) e parti logo cedo para o Bilene.
Estava programado há já uns meses um campeonato de vela na lagoa, e a ansiedade foi crescendo no grupo de velejadores que às 8h da manhã davam os últimos toques nos atrelados que seguiriam na caravana.
A viagem de cerca de 3 horas não teve percalços e logo que chegámos ao lodge que acolhia os barcos, tratámos de comer e alinhar os 19 cascos no areal. O cenário era incrível.
Já era um bocado tarde mas mesmo assim a vontade de ir para dentro de água era imensa. Nós, os dois "malucos" do Clube Naval (os únicos a representar este clube) decidimos entrar pouco antes do pôr-do-sol, e a aventura compensou. Um descanso, uma paz... dos melhores pores-do-sol que já vi na minha vida.
Voltámos para terra para apreciar a paisagem, bebemos uma 2M sentados no areal, até que fomos enxotados por mosquitos irritantes. Decidimos então ir outra vez para dentro de água. Desta vez nenhum barco nos seguiu. Estava aquele lusco-fusco de fim de tarde e a lua em quarto crescente a reflectir na água. Velejámos sem ver as velas, sentíamos só o barco, ouvíamos o som da brisa a deslizar nas velas, sentíamos a tensão dos cabos e o balanço do barco. Recostámo-nos para trás e em silêncio olhámos o céu estrelado...
Fizemos uma aproximação ao lodge para acabar com o passeio, mas as luzes do bar e o barulho das vozes fez-nos voltar para o meio da lagoa, só para mais um bocadinho, mais uma voltinha.
Quando já tínhamos enchido a alma de coisas boas voltámos então para terra, subimos o barco e deixámo-lo pronto para as regatas que estavam para vir.
Nesse dia fizemos um churrasco, bebemos vinho da África do Sul e comemos na varandinha do alojamento. Deitámo-nos já tarde, mas satisfeitos.
No dia seguinte devia haver a concentração às 9h da manhã. Eram 7h30 estava eu a pé a ver a paisagem. Espreitei para a margem e vi os barcos tombados, uma ventania gelada e forte tinha deitado vários por terra. Tomei banho e agasalhei-me com a camisola polar e já na areia endireitei um por um. Já cansada fui tomar o pequeno-almoço reforçado e voltei para a cama para ler um bocado. Ainda ninguém tinha comparecido, a força do vento impedia-nos de velejar.
A meio da manhã uns corajosos reuniram-se no areal e decidimos ir jogar futebol e basket, não valia a pena entrar na água... as rajadas tinham em média 25 nós e não estava a ficar melhor.
O resto do dia foi passado na conversa e a jogar bilhar, nada mais podíamos fazer senão esperar.
Sábado de manhã eram 8h lá estávamos outra vez a reunir, agora sim... mais uma vez pequeno-almoço reforçado, licra quentinha vestida, boné e óculos de sol. Vamos entrar.
2 regatas de manhã, depois um almoço de sandes e mais 2 regatas de tarde. Não nos correu propriamente bem... ficámos em 5º lugar.... fiquei tão irritada... que andei a barafustar até ao jantar. Mas depois de um banho quente e já na entrega de prémios a neura passou e o convívio mais uma vez veio para ficar.
Na última manhã arrumámos os barcos e fizemo-nos à estrada, mais uma vez em caravana. Encontro final no Clube Marítimo onde parei para comer um prego e uma sopa. Depois disto... dormir... só dormir... soube bem, muito bem. Quero mais.
Estava programado há já uns meses um campeonato de vela na lagoa, e a ansiedade foi crescendo no grupo de velejadores que às 8h da manhã davam os últimos toques nos atrelados que seguiriam na caravana.
A viagem de cerca de 3 horas não teve percalços e logo que chegámos ao lodge que acolhia os barcos, tratámos de comer e alinhar os 19 cascos no areal. O cenário era incrível.
Já era um bocado tarde mas mesmo assim a vontade de ir para dentro de água era imensa. Nós, os dois "malucos" do Clube Naval (os únicos a representar este clube) decidimos entrar pouco antes do pôr-do-sol, e a aventura compensou. Um descanso, uma paz... dos melhores pores-do-sol que já vi na minha vida.
Voltámos para terra para apreciar a paisagem, bebemos uma 2M sentados no areal, até que fomos enxotados por mosquitos irritantes. Decidimos então ir outra vez para dentro de água. Desta vez nenhum barco nos seguiu. Estava aquele lusco-fusco de fim de tarde e a lua em quarto crescente a reflectir na água. Velejámos sem ver as velas, sentíamos só o barco, ouvíamos o som da brisa a deslizar nas velas, sentíamos a tensão dos cabos e o balanço do barco. Recostámo-nos para trás e em silêncio olhámos o céu estrelado...
Fizemos uma aproximação ao lodge para acabar com o passeio, mas as luzes do bar e o barulho das vozes fez-nos voltar para o meio da lagoa, só para mais um bocadinho, mais uma voltinha.
Quando já tínhamos enchido a alma de coisas boas voltámos então para terra, subimos o barco e deixámo-lo pronto para as regatas que estavam para vir.
Nesse dia fizemos um churrasco, bebemos vinho da África do Sul e comemos na varandinha do alojamento. Deitámo-nos já tarde, mas satisfeitos.
No dia seguinte devia haver a concentração às 9h da manhã. Eram 7h30 estava eu a pé a ver a paisagem. Espreitei para a margem e vi os barcos tombados, uma ventania gelada e forte tinha deitado vários por terra. Tomei banho e agasalhei-me com a camisola polar e já na areia endireitei um por um. Já cansada fui tomar o pequeno-almoço reforçado e voltei para a cama para ler um bocado. Ainda ninguém tinha comparecido, a força do vento impedia-nos de velejar.
A meio da manhã uns corajosos reuniram-se no areal e decidimos ir jogar futebol e basket, não valia a pena entrar na água... as rajadas tinham em média 25 nós e não estava a ficar melhor.
O resto do dia foi passado na conversa e a jogar bilhar, nada mais podíamos fazer senão esperar.
Sábado de manhã eram 8h lá estávamos outra vez a reunir, agora sim... mais uma vez pequeno-almoço reforçado, licra quentinha vestida, boné e óculos de sol. Vamos entrar.
2 regatas de manhã, depois um almoço de sandes e mais 2 regatas de tarde. Não nos correu propriamente bem... ficámos em 5º lugar.... fiquei tão irritada... que andei a barafustar até ao jantar. Mas depois de um banho quente e já na entrega de prémios a neura passou e o convívio mais uma vez veio para ficar.
Na última manhã arrumámos os barcos e fizemo-nos à estrada, mais uma vez em caravana. Encontro final no Clube Marítimo onde parei para comer um prego e uma sopa. Depois disto... dormir... só dormir... soube bem, muito bem. Quero mais.
Tanto tempo depois...
Estive quase em hibernação... passaram-se semanas de trabalho duro, sem direito a pausas, com poucas horas de sono... mas quase um mês depois e já com o sono reposto, já estou a voltar ao meu ritmo normal e já tenho mais histórias para contar.
No sábado de 13 de Junho a comunidade portuguesa juntou-se para comemorar o 10 de Junho, na Escola Portuguesa (onde estudei, mas nas instalações que ainda não conhecia). Era um monte de gente, havia música, comida tipicamente portuguesa, mesas e mesas redondas cheias de caras conhecidas, e eram muitos os que iam saltando de mesa em mesa para confraternizar. Houve momentos de Hino Nacional emocionantes, teatro, bandas a tocar, violinos, saxofone e cavaquinho (de arrepiar). O sol estava abrasador e o calor puxava à festa, à dança. No final da noite a marrabenta inundou o lugar já quase vazio e os poucos resistentes (borguistas) dançaram, dançaram, subiram para o palco e animaram a festa que terminou num auge de sorrisos e vontade de mais festa. Saí já no fim, o meu carro era, provavelmente, o último a sair do recinto. Jantei no Mundo's mas como ainda tinha energias para dar e vender, a noite estendeu-se para o "Face to face", uma discoteca na feira popular mais ao género de sala de baile com música ao vivo para dançar a dois, onde dancei, dancei, até não poder mais.
No dia seguinte era suposto ir fazer uma regata... mas tanto eu como o meu colega estávamos mais interessados em descansar, e após uma breve troca de mensagens decidimos ficar na ronha. Passei o dia a ver filmes e a conversar, sem pressas, sem stress, com amigos. Tempo de recuperar energias para a semana que se adivinhava difícil.
Voltei a acordar para a vida 10 dias depois, já com o trabalho a estabilizar de novo e com uma visita muito querida em minha casa. A minha amiga MB (das GMB - sim é um código só nosso, não é amigas?) veio passar cá uns dias. Começou por se recordar desta cidade, teve tempo para descansar e depois ainda consegui levá-la a ouvir música ao vivo e a comer os magníficos camarões do Costa do Sol. Nessa primeira semana outra amiga que está cá a trabalhar também ficou lá em casa, e estes momentos com elas foram preciosos para mim. Soube-me bem ter aquelas conversas de amigas, daquelas que dizemos disparates, ou nem tanto, que fazemos confidências e nos rimos das coisas absurdas que se passam na vida. Foi muito bom, amigas, ter-vos aqui. Obrigada
No sábado de 13 de Junho a comunidade portuguesa juntou-se para comemorar o 10 de Junho, na Escola Portuguesa (onde estudei, mas nas instalações que ainda não conhecia). Era um monte de gente, havia música, comida tipicamente portuguesa, mesas e mesas redondas cheias de caras conhecidas, e eram muitos os que iam saltando de mesa em mesa para confraternizar. Houve momentos de Hino Nacional emocionantes, teatro, bandas a tocar, violinos, saxofone e cavaquinho (de arrepiar). O sol estava abrasador e o calor puxava à festa, à dança. No final da noite a marrabenta inundou o lugar já quase vazio e os poucos resistentes (borguistas) dançaram, dançaram, subiram para o palco e animaram a festa que terminou num auge de sorrisos e vontade de mais festa. Saí já no fim, o meu carro era, provavelmente, o último a sair do recinto. Jantei no Mundo's mas como ainda tinha energias para dar e vender, a noite estendeu-se para o "Face to face", uma discoteca na feira popular mais ao género de sala de baile com música ao vivo para dançar a dois, onde dancei, dancei, até não poder mais.
No dia seguinte era suposto ir fazer uma regata... mas tanto eu como o meu colega estávamos mais interessados em descansar, e após uma breve troca de mensagens decidimos ficar na ronha. Passei o dia a ver filmes e a conversar, sem pressas, sem stress, com amigos. Tempo de recuperar energias para a semana que se adivinhava difícil.
Voltei a acordar para a vida 10 dias depois, já com o trabalho a estabilizar de novo e com uma visita muito querida em minha casa. A minha amiga MB (das GMB - sim é um código só nosso, não é amigas?) veio passar cá uns dias. Começou por se recordar desta cidade, teve tempo para descansar e depois ainda consegui levá-la a ouvir música ao vivo e a comer os magníficos camarões do Costa do Sol. Nessa primeira semana outra amiga que está cá a trabalhar também ficou lá em casa, e estes momentos com elas foram preciosos para mim. Soube-me bem ter aquelas conversas de amigas, daquelas que dizemos disparates, ou nem tanto, que fazemos confidências e nos rimos das coisas absurdas que se passam na vida. Foi muito bom, amigas, ter-vos aqui. Obrigada
Etiquetas:
Amizade,
Espectáculos,
Eu,
Moçambique
terça-feira, junho 16, 2009
Momentos de paz... na baía de Maputo
Subscrever:
Mensagens (Atom)