Nem parece que já chegou o verão, o sol brilha com medo, as nuvens estão sempre presentes e de vez em quando lá decidem deixar cair mais uma chuvinha... o vento continua frio e a água do mar.... essa nem se fala. Se no calendário não dissesse que o verão tinha chegado, quase que não acreditava...
Mas não escrevo hoje este blog por causa do que o verão este ano ainda não trouxe, mas sim por causa das coisas que o verão já trouxe. Animais abandonados... às dezenas aqui perto... porquê?
Todos os dias a caminho do trabalho olho para as bermas à procura de algum gato ou cão que precisem da minha ajuda, mas invariavelmente o que encontro são corpos estendidos pelos quais já nada posso fazer. Todos os anos este cenário repete-se, mas nunca tinha chegado a ter um impacto assim tão grande em mim... é que agora ao trabalhar numa zona rural e longe das cidades, a história parece que se repete com maior intensidade, são muito mais do que eu estava à espera.
E pergunto mais uma vez, porquê?
Porque é que as pessoas decidem a certa altura da sua vida ter um animal de estimação, e depois, como se fosse muito normal, fartem-se deles no verão, só porque "dá muito trabalho", "não tenho onde os deixar"... e outras desculpas igualmente estúpidas...
Pois bem... será que estas pessoas ainda não perceberam que existem canis? e hotéis? e famílias de acolhimento? e até mesmo locais onde passam as férias que já aceitam animais nas suas instalações?
Será que estas pessoas não percebem que ao abandonar um fiel amigo não lhe estão a conceder liberdade, mas pelo contrário a levá-lo ao sofrimento e até mesmo à morte?
Imaginem, tentem só imaginar, o que seria de vocês se os vossos familiares vos levassem para longe de casa, para um sítio onde não sabiam onde encontrar comida nem abrigo, e como se a solidão e o desespero não bastassem ainda tinham que atravessar estradas cheias de carros a alta velocidade que não se desviam.... Conseguem imaginar?
Quando se abandona o nosso melhor amigo (sim, porque eles continuam a ser os nossos melhores amigos, pois nunca nos deixariam nem trairiam), é isto que acontece...
Algumas pessoas agora dizem, "mas depois há pessoas que os recolhem", pois há, mas não são assim tantas e por vezes não chegam a tempo de os ajudar.
De entre todos os animais (muitos) que tenho visto estendidos na berma, só consegui salvar 1. A Rusca, a cadela mais meiga que já conheci...
terça-feira, junho 26, 2007
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