domingo, maio 01, 2005

Os dias que passámos no Mindelo... Eu e as minhas queridas e ilustres visitas

Durante os dias que se seguiram à viagem a Sto Antão, as minhas visitas (mãe e tia) tiveram de ocupar parte dos dias sem mim, porque eu sou uma moça trabalhadora e porque afinal eu não estou cá de férias.
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O facto delas terem vindo cá nesta altura ajudou-me muito a ter outra vez "pica" para trabalhar, estava a ficar desmotivada por todos os motivos e mais alguns, principalmente por não ter cá ninguém que puxasse por mim...
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Então o dia-a-dia das minhas visitas nas minhas costas, passaram por:
- idas à Lajinha tomar o banho matinal
- mercado de peixe e de legumes para comprar os provimentos para as deliciosas refeições
- ida à praia de S. Pedro com um grupo improvisado de turistas de outras nacionalidades e que se revelou um convívio multicultural muito bom
- passeios diários pela cidade, conhecendo assim muita gente diferente e muito simpática, desde o sapateiro do Togo até à Directora do Centro Cultural Português
- compra de artesanato para mais tarde recordar
- e muitas outras aventuras... que são delas, não são minhas e por isso não as sei contar...
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Depois do trabalho e durante as horas de almoço estava sempre com elas, e andámos a fazer coisas diferentes:
- Lanche na Kasa d'Ajinha, a comer um belo couscous com mel e queijo di terra, ou comer o belo do txuc com farinha de mandioca
- Ouvir a "lenda" Malaquias a desafinar no seu novo violino no restaurante Nella's
- Ida à Casa Café Mindelo para a Tertúlia mensal com Germano Almeida
- Lanche em casa da Zinha, irmã de uma amiga da minha mãe. E que maravilhoso lanche este... um verdadeiro lanche cabo-verdiano com chá, bolo de couscous, mel de cana, queijo di terra, fidjós de banana, pastel de midj e claro o magnífico doce de papaia
- Jantar de peixinho grelhado na casa da Carmita e do Djibla na casa da Baía das Gatas
- Almoço no Archote, um óptimo restaurante com um grande problema... demoraram mais de 1 hora para trazer a comida...
- Caminhadas de fim de tarde na marginal
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No último fim-de-semana que passaram cá comigo, decidimos alugar um carro para dar a volta à ilha, e nós as três com a Maria Adelina (grande amiga que fiz cá), fizemos o percurso turístico do costume, mas escolhemos o dia da enchente em todos os sítios... era dia 1 de Maio - dia do trabalhador e portanto toda a gente estava por todo o lado menos na cidade. O percurso que fizemos:
- Monte Verde - como não podia deixar de ser fomos ao ponto mais alto da ilha para ver que ainda existe um bocadinho de verdinho nesta ilha, e para ter uma vista panorâmica que se supões lindíssima... mas azar dos azares... durante o monte estava todo encoberto e não deu para ver nada, só apanhámos frio (muito frio) e pouco vimos.
- Salamansa - é uma aldeia de pescadores e tem uma das praias mais bonitas que já vi aqui... aproveitámos para apanhar um bocadinho de sol, apanhar umas conchas para a colecção e para comer praticamente todas as coisas boas que tínhamos trazido.
- Aldeia do Norte da Baía - um aldeiazinha perdida no meio do nada a caminho da Baía das Gatas, onde se constrói mais um de muitos empreendimentos turísticos gigantes que por aqui começam a crescer como cogumelos e que se pensa ser para lavagem de dinheiro de algum cidadão menos correcto...
- Baía das Gatas - outro ponto de interesse, mas que não se revelou lá muito bom neste dia também, porque o tempo pregou-nos mesmo uma partida e continuava o céu todo encoberto, não deu para tomar banho e a quantidade de gente que por ali se banhava era mais que muita.
- Praia Grande - aqui foi a surpresa total... a praia estava cheia, com gente a acampar, muita música, muito grogue, grelhadores de peixe por todo o lado e pessoas que não paravam de dançar ao ritmo de muita música cabo-verdiana que saía dos muitos rádios alimentados com geradores... esta gente levou tudo para a praia e divertiam-se à grandes enquanto uns posavam para as fotografias e outros caiam redondos para o chão depois de beberem mais do que deviam.
- Calhau - aqui fomos só ver a piscina natural e aproveitámos para fazer uma segunda pausa para o almoço, como já tínhamos comido tudo o que levávamos connosco parámos na tasca Hamburgo e ao fim de 1 hora de espera lá conseguimos comer um guisado de lulas... nós pensávamos que íamos comer espetadas de lulas grelhadas, mas saiu-nos o tiro pela culatra. Apesar de tudo o que valeu mesmo a pena foi comer moreia frita... um verdadeiro pitéu, com malagueta por cima... hummm é de lamber os dedos e chorar por mais.
- Aventura - como já não tínhamos muito mais para ver e como estávamos com jipe, decidimos partir à aventura, e fomos procurar praias escondidas no mapa às quais só se chega com carros resistentes. Descobrimos outra praia lindíssima, mesmo ao por do sol, a praia da Craquinha. É também uma praia de rocha e tem ondas fantásticas, mas já estava a ficar tarde para um mergulho e tivemos que voltar para trás. Quando nos preparávamos para ir embora uma família inteira que tinha ido ali passar o dia, quando viu que tinha máquina fotográfica comigo, pediu para tirar umas fotos... vocês deviam ver a felicidade estampada naqueles rostos, principalmente no rosto das crianças. Mais uma vez prometi que revelava as fotos que lhas oferecia, e logo na segunda-feira cumpri com o prometido.
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Depois deste dia cansativo, a andar por estradas calcetadas e por caminhos de terra batida com pedregulhos à mistura, voltámos para a cidade. Decidimos ainda ver a cidade a nascer para a noite acendendo as suas luzes a partir do Lazareto (que fica no sopé do monte cara).
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E para acabar em grande esta viagem fomos já ao cair da noite despedir-nos da Lajinha, porque no dia seguinte às 5 da manhã já devíamos estar a caminho do aeroporto. Infelizmente...

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