E é assim que a viagem termina antes do tempo... são 15h e estou no aeródromo do Chimoio, à espera do avião que vem da Beira para nos levar de volta a Maputo. O meu carro morreu... quer dizer, não sei bem se morreu, mas decidiu que era ainda muito cedo para voltar para casa, e deciciu que ir ficar por aqui mesmo, pelo menos mais uma semana. Esta manhã acordei bem cedo para fazer o último safari na Gorongosa, estava cheia de energia resultado daquela esperança que teima até ao fim, que me faz pensar que ainda vou ver leões. Mas depois de 3h vimos apenas os do costume, tirei mais umas fotos dos saltos dos antílopes enquanto fogem, e pouco ou nada mais. Arrumei tudo e fomos de carro novamente para Chimoio, no carro do Sr. Victor. Cheguei à oficina onde estava o carro, e a equipa disse-me que tinha feito vários testes e que não tinha detectado nada de anormal com o carro, nem fugas, nem ruídos, nem aquecimento, nem nada. Pedi-lhes então para fazermos mais um teste e quando dei à chave o carro morreu... e já não saiu mais dali. Com 3 ou 4 telefonemas resolvi a questão do transporte do carro para Maputo, e o local para o arranjar. Enquanto isto o Pedro foi à LAM comprar os nossos bilhetes de regresso. Havia um voo ainda esta tarde, e por isso comecei a arrumar as malas no carro com as coisas pessoais e com os artigos de artesanato que tinha comprado. O resto que era do carro, peças e ferramentes, ficou tudo. Pegámos nas malas e lá fomos nós, embora de Chimoio, sem ir a Manica, sem ver as pinturas rupestres, sem chegar perto das montanhas de Chimanimani, sem sequer ver a Cabeça do Velho ou a Mesquita. Ficámos no aeródromo horas e horas, e segundo a LAM o avião estava já a chegar. Eram 19h quando desistiram e nos levaram para o Hotel Inter. Depois de um check-in atribulado fui tomar um banho quente, e tentar lavar o cabelo com um daqueles sabonetes pequeninos... uma aventura que se traduziu num penteado mais ao estilo ninho de rato. Já a cambalear de tanto sono fui jantar, mas o jantar demorou e demorou... esperei 2 horas... já não aguentava mais e fui refilar. Lá nos trouxeram uma massa com todos e um arroz com peixe... estranho... fiquei-me pela massa. Saí depois a correr para o meu quarto onde aterrei estoirada na cama fofa e quente e onde dormi apenas até às 6h do dia seguinte.
No dia seguinte o despertar foi às 6h, nem sabíamos bem a que horas era o avião, e ao telefone disseram-me que saímos no transfer às 7h. Ok.... lá rebolei para fora da cama, tomei o duche e fechei a mala, desci e comi o pequeno-almoço muito rápido, e seguimos para o aeródromo mais uma vez. Desta vez o avião vinha mesmo.... ou talvez não... afinal estava mesmo avariado e tinha regressado ainda ontem a Maputo vazio. Esperámos e esperámos, ainda pensámos em ir de autocarro mas só saía às 17h e só chegaríamos de madrugada, por isso esperámos mais um pouco. Entretanto uma amiga minha estava na Beira e vinha em trabalho ao Chimoio, pensei que seria boa ideia aproveitar depois a boleia dela para ir à Beira apanhar o avião da noite. Foi nesta altura (eram já 11h da manhã) que nos disseram que um boeing iria tentar aterrar pela primeira vez neste aeródromo para nos ir buscar, pois éramos tantos (já estavam 2 voos inteiros ali à espera). O piloto tentou e conseguiu e 1h depois embarcávamos finalmente rumo a Maputo. Sobrevoámos esta província cheia de magia que não consegui ver, cheia de verde, de montanhas, de palhotas em aldeias perdidas, de tradições, de música, de muito que não vi e queria ver. Terá de ficar para uma próxima vez. Para além desta parte, falhei ainda a cidade da Beira, onde o meu pai nasceu, perdi também o regresso ao Bazaruto e a ida à ilha de Santa Carolina onde os meus pais passaram a lua de mel... perdi isto, mas é já tudo aqui tão perto (a 1 ou 2 dias de viagem de carro, pertinho mesmo), hei-de voltar.
Amei Moçambique, adorei a viagem, e agora no regresso sinto-me bem, sinto-me como se regressasse a casa, à minha casa de Maputo. Ainda tenho um balanço para fazer... mas agora com a minha mãe a caminho para me visitar, este balanço deverá ser feito mais tarde, quando a poeira do caminho assentar.
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1 comentário:
Queremos fotos! Queremos fotos!!!
:) Bjs, Rita
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