segunda-feira, maio 09, 2011
Dia 14 – Lago Niassa
Às 6h da manhã acordei tranquila e preguiçosa, rebolei da cama para fora e caminhei devagar pelo caminho de areia para a praia onde estava completamente sozinha. Óculos de mergulho na cara a fui perder-me nas águas doces do Lago pela última vez. Depois de ter lido 2 livros sobre os ciclídeos no dia anterior, estava agora capaz de os observar e até identificar alguns. Só saí da água quando os dedos começaram a enrugar, e depois de secar um bocadinho ao sol tomei o pequeno-almoço, na praia outra vez... o luxo. Peguei na máquina fotográfica e meti-me no bote em direcção à Ilha de Likoma. A meio caminho parámos em Cobué para carimbar a saída do país, e à chegada a Likoma, no meio do mercado que quase nada tem para vender, encontrámos o fiscal de fronteira do lado do Malawi (a ilha de Likoma pertence já ao Malawi). Era o sr. mais bem vestido da zona, com sapatos e calças pretas, camisa às riscas cor-de-rosa e roxas, que nos disse que o posto de fronteira é móvel e que podíamos sentar ali naqueles bancos para tratar da papelada. Abriu a pasta e sacou os impressos de entrada e também já os de saída, preenchemos tudo e depois do carimbo, ficaram registadas tanto a entrada como a saída, assim não tínhamos de o incomodar mais. Demos uma pequena volta à vila para ver a igreja anglicana que estava fechada, e que só daí a 2 horas podíamos visitar, vimos o hospital e a escola, e na pensão apanhámos o barco de volta para o lado Moçambicano. Disseram-nos que valia a pena ver a ilha, mas sinceramente, era um buraco sem nada para ver ou fazer. Depois de 30 minutos a furar ondas e a apanhar com água de todos os lados, chegámos novamente a Cobué, onde tivemos de esperar pelo fiscal de fronteira que devia estar algures num bar ou em casa a descansar. Aproveitei para fotografar a igreja totalmente destruída (igreja esta que tinha sido incendiada durante a guerra), e ainda tive de aturar um polícia que me queria cobrar dinheiro por fotografar a igreja... enfim... Regresso ao Nkwichi já com o lago mais calmo, almoço tardio na praia, mais um duche e agora um gin tónico ao pôr-do-sol de céu laranja e vermelho, visto de umas pedras lá ao fundo, enquanto o Ernesto tentava roer os meus dedos antes de adormecer. O último jantar foi mais uma vez na praia e o recolher foi bem cedo, porque amanhã o despertar será ainda de noite. Deixei tudo arrumado, tomei banho e sentei-me um bocadinho a ver as estrelas, meti-me na cama e desta vez tive de por o despertador para conseguir acordar.
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