quinta-feira, maio 12, 2011
Dia 17 – de Caia ao Songo
Até hoje nunca tínhamos saído antes do nascer do sol, mas este troço da viagem era grande por isso saímos às 5h da manhã para ver se conseguíamos chegar ao Songo a tempo de ver a barragem de Cahora Bassa. A viagem foi complicada não pela escuridão mas pelo nevoeiro denso que apanhámos durante a primeira hora de estrada. Quando chegámos ao Inchope, provavelmente o cruzamento mais importante e mais movimentado de Moçambique, virámos finalmente para Chimoio de onde seguiríamos para a última subida para norte. Mal saímos da bomba de combustível percebi que estava com a direcção do carro demasiado pesada, abri o capot e tínhamos óleo espalhado por todo o lado. Um outro viajante parou ao nosso lado e logo ali vimos que estávamos sem óleo de direcção no depósito. Abastecemos, ligámos para a oficina da Toyota no Chimoio e avisámos da nossa chegada em breve. Seguimos viagem com cuidado e à chegada foi detectada em pouco tempo a fuga. Um tubo estava já “cansado” e foi substituído, logo depois seguimos viagem para o Songo, mas já com 3 horas de atraso, já não ia dar para ver a barragem de dia e muito menos para seguirmos depois viagem para Tete, onde um amigo do Pedro nos tinha oferecido dormida. A viagem foi relativamente rápida, e particularmente interessante. A paisagem mudava mais uma vez, desfilando do nosso lado esquerdo as montanhas de Chimanimani e do nosso lado direito uma planície sem fim ponteada com inselbergs. Dezenas de povoações ao longo do caminho, de onde saíam cães, porcos, galinhas e cabras, para além da “procissão” de pessoas que em todas as estradas do país percorrem as bermas, apenas andando, carregando à cabeça um pouco de tudo, ou simplesmente paradas, sentadas, como que à espera de algo. À medida que a paisagem ia ficando mais árida também as palhotas ficavam diferentes e também a organização das aldeias mudava novamente de estilo. Já ao pôr-do-sol chegámos à cancela de acesso ao Songo e à barragem, e depois de 20 minutos a mostrar identificação aos polícias e a fazer o nosso registo lá nos deixaram entrar, basicamente com a "condição" de darmos boleia a um dos polícias que ia para a vila do Songo à escola. Fomos pelo lado da barragem, que vimos já iluminada, mas apenas do lado do grande lago. Aqui o carro queixou-se da subida difícil e aqueceu... outra vez... esperámos e depois de arrefecer lá fomos para o Songo para o Centro Social onde conseguimos ainda ficar com o último quarto disponível. Demos uma volta ao Songo, ou melhor dizendo, aos Songos, visto que a vila está dividida em duas zonas, norte e sul, tão separadas uma da outra que mais parecem duas vilas diferentes. Regressámos ao centro social para jantar no restaurante “Teles”, onde efectivamente se come muito bem. Mais uma vez dormir, não sem antes abastecer a viatura com o combustível que tínhamos nos jerricans, não valia a pena andar com 40 kg a mais no carro quando afinal já há postos de abastecimento por todo o país.
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