quinta-feira, maio 05, 2011
Dia 10 - Ilha das Rolas à Ilha do Ibo
Acordámos bem cedo na vã esperança de que o vento teria acalmado o suficiente para vermos o fundo do mar, mas estava frio, o vento subia a cada minuto, e até ao largo das Rolas as ondas estavam picadas. A água ainda estava transparente, mas o frio do vento não convidava a mais um mergulho. Achámos que o melhor era darmos por terminada a nossa viagem nas águas quentes das Quirimbas. Depois de mais um pequeno-almoço a bordo, seguimos em direcção ao Ibo, a última paragem desta viagem pelo paraíso. Chegámos bem cedo, por volta das 9h, estava já a maré bastante baixa, o que no obrigou a navegar cautelosamente pelo canal entre baixios e a desembarcar nas areias lodosas em frente ao lodge. Não éramos esperados antes do almoço, por isso caminhámos tranquilamente pela zona de mangal até ao lodge onde fomos recebidos com grande surpresa mas também com muita disponibilidade. Rapidamente arranjaram-nos os quartos e um guia para dar a voltinha histórica à ilha. Soubemos nesta altura que éramos os únicos hóspedes do Lodge nessa noite, e por isso cada uma de nós ficou alojado em edifícios diferentes, cada um com a sua piscina e jardim, o verdadeiro luxo africano. Fui para o quarto, daqueles de tecto alto, com mobília estilo árabe antiga, camas altas com rede mosquiteira tipo dossel, candeeiros de vidro e muitas almofadas nos sofás e cadeiras, flores na cama e finalmente água doce e quentinha tão convidativa que sempre que ia ao quarto me obrigava a tomar mais um longo banho. Não tomava um banho verdadeiro de água doce e nem lavava ou escovava o cabelo desde que tinha embarcado no dhow Eve... e soube tão bem... Saímos do lodge já com o guia que nos mostrou os caminhos de terra batida que percorrem toda a vila do Ibo, desde o forte em forma de estrela, passando por antigos armazéns, casas, os outros micro-fortes e a restaurada igreja. Parei em todos os 4 sítios onde se podia comprar artesanato e comprei o que havia, jóias das mais bonitas e únicas, objectos de prata moldados pelas mãos experientes dos mestres que ainda se dedicam a este trabalho. Comprei tudo o que pude, todas as peças eram simplesmente demasiado fantásticas, e infelizmente percebe-se que se não forem os turistas que por aqui passam, a comprar praticamente tudo o que existe, esta arte está condenada a desaparecer para sempre. Depois de muitas fotos a edifícios e a crianças sorridentes, depois de conversa com alguns dos locais, que são das pessoas mais simpáticas que já conheci, depois de um pequeno escaldão e de muitas compras, voltei ao lodge para almoçar debaixo das árvores junto à piscina no meio do jardim. Saímos novamente para desta vez sem guia, palmilhar cada canto deste sítio, e... fiquei apaixonada... adorei, amei, pensei seriamente em ficar. Se decidir recomeçar de novo, este será o sítio perfeito para o fazer. Ibo a terra mística, calma, bonita e acolhedora, com história em cada pedra, com águas quentes e invernos amenos, terra de gente simpática e calorosa. Já ao fim da tarde e agora no terraço do lodge, bebi o meu gin tónico da praxe ao pôr-do-sol.... Isto é realmente o paraíso. Caiu então a noite assim de repente, e o silêncio invadiu o ambiente sob o céu mais estrelado de sempre. Depois do jantar, simplesmente descansei e adormeci.
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