sexta-feira, maio 13, 2011
Dia 18 – do Songo a Tete e a Chimoio
Tínhamos decidido que não iríamos sair tão cedo, porque precisávamos de descansar, mas o ritmo já estava instalado, e logo que o sol nasceu, tomei banho, peguei na mala e fui para o carro verificar níveis de tudo e mais alguma coisa ainda antes do Pedro se juntar para seguirmos viagem. Tomei um pequeno-almoço português (meia de leite e tosta mista, que me soube mesmo a Portugal), enquanto falávamos com o Sr. Teles que nos contava histórias de caçadas e pescarias e nos explicou como ver a barragem, agora de dia. Seguimos para lá e infelizmente a vista não é de todo a que esperava, vê-se só de lado, não se vê a parede toda mas só o coroamento. E tentar subir a pé um dos montes para ver melhor? Não é aconselhável sem guia, porque infelizmente durante a guerra os terrenos todos ali à volta foram plantados com minas e claro que o mapa de localização nunca apareceu e ainda não se fez desminagem a toda esta zona. Sendo assim, o melhor era seguir viagem, agora rumo a Tete, um pouco mais acima. Já não ia a Tete à mais de uma ano, e sempre que fui aterrei no aeroporto e pouco tempo tive para ver com calma porque ia em trabalho. A cidade cresceu imenso, está cheia de armazéns, carros, casas, gente, serviços... tudo e nada de interessante para fazer. Demos uma volta e parámos apenas naquela pastelaria de esquina para comer qualquer coisa, atravessámos a ponte do Zambeze, a ponte suspensa já com história e bonita sob um rio largo de águas calmas que reflecte as margens cheias de gente. A seguir a este desvio rumámos para sul, agora sim para iniciar a descida de regresso a Maputo, com paragem em Chimoio, antiga Vila Pery, para tentar ir a Manica, ver pinturas rupestres, ver a Serra Vumba, as montanhas de Chimanimani, o museu de geologia, e em Chimoio para ver a mesquita e a Cabeça do Velho (aquele monte onde ainda se fazem rituais tradicionais, como os casamentos). Mas aconteceu-nos mais uma desagradável surpresa, quando parámos a meio do caminho para novo abastecimento, o carro que vinha a andar bem, aqueceu, outra vez.... parámos 2 horas para deixar arrefecer, aproveitámos para dar uma das bolas que levávamos aos miúdos que pararam ali quando vinham da escola, enchemos o radiador de água (4 lts tinham pura e simplesmente evaporado) e depois de falar com a oficina no Chimoio, mais uma vez, fomos andando com calma tentando não imprimir nenhum esforço excessivo ao carro. Chegámos bem, sem mais percalços, demos entrada da viatura e tivemos de mais uma vez alterar os planos. Confirmei a nossa reserva para dormir no backpackers Pink Papaya, enquanto o Pedro tentava arranjar quem nos levasse ao Parque Nacional da Gorongosa na manhã seguinte. Depois de tudo tratado fomos para o Pink Papaya, largar as coisas. Seguindo algumas indicações da dona saímos a pé pelas ruas escuras da cidade à procura de sítio para comer, quando nos deparámos com tudo fechado, decidimos ficar sem jantar, e no regresso ao backpackers a Anya, aconselhou-nos então a casa de uns indianos que costumam fazer comida para levar. Entrámos pelo portão sentámos numa das mesas e comemos mesmo ali enquanto víamos telenovela brasileira (continuam fantásticas... mesmo depois de muitos anos sem ver nada do género). Tinham acabado de abrir ao público (tem cerca de 2 meses) e o serviço familiar agradou depois de tanta coisa que tinha já corrido mal (afinal era sexta-feira dia 13).
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