Aiiii.... se tivesse escrito esta mensagem ontem... seria tão negativa...
Ontem pensei mil e uma vezes, ou talvez um milhão, quais teriam sido as razões que me mantinham aqui...
Tanto stress, tanto trabalho, tão poucas horas de sono... Senti por momentos que o mundo à minha volta desabava, caía aos pedaços sem que eu pudesse fazer alguma coisa para impedir, sem que tivesse forças para me agarrar mais ao meu sonho, ao sonho de estar aqui.
Estava cansada, demasiado cansada e já sem forças para falar ou receber más notícias. Mas o telefone tocou com 2 más notícias (não eram péssimas, apenas más). Mas aquela mensagem e os inúmeros telefonemas que se seguiram para resolver estes pequenos problemas de trabalho, deitaram-me abaixo e impediram-me de adormecer.
E como precisava de adormecer... em paz... descansar... recuperar das horas infinitas que me têm faltado de descanso neste último ano.
E pensava... o que me faz ainda insistir em ficar aqui, em continuar a lutar, a remar contra a maré? Será que sou só teimosa? ou não consigo admitir que algumas coisas falhem? e pensando bem percebi que o que tem falhado e me tem deitado abaixo nada tem a haver comigo, não depende de mim.
Então deveria ser capaz de descansar, mas não conseguia. Vi e revi todos os meus passos e decisões, não vi como poderia ter feito as coisas de forma diferente, e no entanto houve carros que avariaram, pessoas que faltaram, exigências e solicitações muitas e muito grandes... passei por tudo isto no seu devido tempo, mas parece que nada disto nunca tem fim.
São testes da vida? Não. É mesmo a vida.... a vida é que é assim. Cheia de provações, testes, desafios, batalhas, avanços e falhanços, conquistas, sorrisos, lágrimas, coisas boas e coisas más.
Finalmente consegui dormir. O meu mal era mesmo sono... Acordei com o telemóvel a tocar mais um problema... mas desta vez o sol deu-me energia e sem pensar muito fui resolvendo o que estava ao meu alcance resolver.
Olho agora para trás para estes dias e para ontem em particular e vejo que fiz tudo o que podia e que devia, tudo do que dependia de mim. Por isso estou de consciência tranquila e percebo que tenho que encarar o futuro como um percurso que não posso controlar, mas que trará sempre mais um desafio.
Apesar de estar longe da família neste dia, longe do meu meio nesta época de Natal, percebo que recebi a prenda que precisava de receber: compreender a minha verdadeira dimensão no mundo, o meu percurso, os limites do meu ser, querer e poder.
Tem sido sempre em momentos difíceis que percebo algo mais sobre mim e o que me rodeia, sobre o que é importante, verdadeiramente importante. É nestes momentos que se cresce e se olha para o mundo com os olhos de criança sábia, que aprecia o sol como se fosse a primeira vez, mas que no entanto percebe que precisa dele para viver.
E com isto me retiro para a ceia de Natal entre amigos que é já daqui a pouco. Presentes tenho poucos para dar, quase nenhuns, mas levo um sorriso nos lábios e uma leveza de espírito que ontem por esta hora não conseguia ter.
Bom Natal meus queridos amigos, mesmo de longe segue aquele abraço forte do fundo do meu coração.
quinta-feira, dezembro 24, 2009
quarta-feira, dezembro 23, 2009
Carta para as minhas amigas
Minhas queridas
tenho montes, toneladas de saudades de todas e dos nossos encontros.
Apesar de não me "cheirar" nada a Natal, porque está calor em vez de frio, porque está sol em vez de chuva, porque não há música de natal na rua, porque não estou numa casa cheia de gente, porque não há no ar aquele cheiro de fritos de natal, porque nem sequer tenho o bacalhau de molho à espera da ceia de amanhã... apesar de tudo isto, quero desejar-vos um bom natal.
Adorei as vossa fotos, as barriguinhas redondinhas e cheias de vida, o vosso encontro que foi também quase meu nesse dia de frio... parei um bocadinho para "entrar" nas vossas/nossas conversas, e apesar de não vos ter podido dar beijinhos e rir com as nossas histórias, sinto que estive um bocadinho aí.
Por aqui vou festejar o natal em casa de amigos, novos amigos, e isso é bom, muito bom. Montei uma árvore de natal em minha casa, quase que me enche a sala de luz e de cor. Costumo dizer que não tenho tempo para comprar prendas, mas sempre o consegui fazer. Só que desta vez parece que vai ser mesmo impossível. Não tenho uma fnac ou um allegro aqui bem perto para ir a correr ao fim do dia (bem tarde) para comprar o que gostava de oferecer. Mas outros dias virão, e tal como aprendi este ano, o natal é efectivamente quando e sempre que nós quisermos.
Por isso minhas amigas do coração, desejo que seja sempre natal para vocês.
Um beijinho gigante do tamanho do mundo para as meninas lindas e as suas barrigas (com ou sem bébé).
Ana
tenho montes, toneladas de saudades de todas e dos nossos encontros.
Apesar de não me "cheirar" nada a Natal, porque está calor em vez de frio, porque está sol em vez de chuva, porque não há música de natal na rua, porque não estou numa casa cheia de gente, porque não há no ar aquele cheiro de fritos de natal, porque nem sequer tenho o bacalhau de molho à espera da ceia de amanhã... apesar de tudo isto, quero desejar-vos um bom natal.
Adorei as vossa fotos, as barriguinhas redondinhas e cheias de vida, o vosso encontro que foi também quase meu nesse dia de frio... parei um bocadinho para "entrar" nas vossas/nossas conversas, e apesar de não vos ter podido dar beijinhos e rir com as nossas histórias, sinto que estive um bocadinho aí.
Por aqui vou festejar o natal em casa de amigos, novos amigos, e isso é bom, muito bom. Montei uma árvore de natal em minha casa, quase que me enche a sala de luz e de cor. Costumo dizer que não tenho tempo para comprar prendas, mas sempre o consegui fazer. Só que desta vez parece que vai ser mesmo impossível. Não tenho uma fnac ou um allegro aqui bem perto para ir a correr ao fim do dia (bem tarde) para comprar o que gostava de oferecer. Mas outros dias virão, e tal como aprendi este ano, o natal é efectivamente quando e sempre que nós quisermos.
Por isso minhas amigas do coração, desejo que seja sempre natal para vocês.
Um beijinho gigante do tamanho do mundo para as meninas lindas e as suas barrigas (com ou sem bébé).
Ana
quinta-feira, dezembro 10, 2009
Árvore de Natal
Decidi comprar uma árvore de natal, mesmo pinheiro (de plástico, está claro) para montar na sala. Já que passo cá o Natal, ao menos que sinta que é Natal. Então fui ao Mica (uma espécie de Continente e Aki tudo num só sítio), depois de voltas e voltas, lá comprei o pinheiro. Com mais umas voltas comprei umas bolas e enfeites do género em dourado e vermelho, peguei também num conjunto de luzes pequeninas brancas e vim para casa. Abri o pinheiro e ficou bonito, coloquei as luzes e liguei à corrente... não eram brancas mas sim de todas as cores e a piscar... bolas... vou trocar esta porcaria. Tirei tudo da árvore e decidi que amanhã vou lá trocar. Entretanto como tinha comprado uma extensão também decidi experimentar para ver se funcionava. Liguei à corrente e PUM, apagaram-se as luzes todas... o quadro foi abaixo. Às apalpadelas lá encontrei o telemóvel e com a luz ténue consegui ir até às velas, acendi 3 e procurei o frontal que andava perdido numa das muitas gavetas desta casa. Fui ao quadro, liga, desliga, liga só um, só dois... não funciona... descobri que a arca congeladora está ligada, o quarto ao lado do meu tem luz, o modem também funciona e só uma tomada na sala... enfim, tudo o resto desligado... tv, rádio, frigorífico, fogão, termocumulador... ai que vou tomar banho de água fria... o que vale é que é verão.
Esta casa está a desfazer-se aos bocados... no outro dia caiu uma janela com dobradiças, caixilharia e tudo... não estava vento nem a janela estava aberta... enfim... não percebo.
O que será que vai acontecer a seguir? Vou de fim-de-semana para a Ponta do Ouro e preocupo-me com isto depois. :)
Esta casa está a desfazer-se aos bocados... no outro dia caiu uma janela com dobradiças, caixilharia e tudo... não estava vento nem a janela estava aberta... enfim... não percebo.
O que será que vai acontecer a seguir? Vou de fim-de-semana para a Ponta do Ouro e preocupo-me com isto depois. :)
quarta-feira, dezembro 09, 2009
O dia de ontem
Tantas coisas acontecem todos os dias por aqui… e não consigo arranjar tempo para as escrever, mas o dia de ontem vale a pena ser contado…
Acordei com o sol a bater na janela e soube-me tão bem que já me levantei com um sorriso nos lábios… Bem cedo já estava numa esplanada a tomar o pequeno-almoço com um amigo e em 10 minutos juntaram-se mais dois. Já com a energia em cima fui trabalhar e foi sempre a correr… dia produtivo, bem mais do que o normal.
Ao almoço estava um calor quase insuportável, aliás nestes dias a pele está sempre húmida e colante, até para vestir a roupa é complicado. Saí do trabalho e tive direito a um almoço caseiro que me soube pela vida. Depois do café Nespresso fiquei a descansar um bocadinho e voltei para o escritório.
Ao fim da tarde fui ao Mica para ver rodas de contentores e andei por ali enrolada em espírito consumista natalício a escolher a minha árvore de natal e os enfeites. Percebi que não tenho jeito nenhum para isto, mas enfim… fiz o que podia.
Segui para casa já só com tempo de tomar o 3º banho do dia, troquei de roupa e fui ao Moçambique Fashion Week. Era noite de “young desinners”, com roupas um bocado lunáticas que encobriam quase por completo ideias interessantes que gostava de reproduzir (gostei de muito poucas). No fim do desfile de cada estilista lá descia o idiota de cada colecção… e era vê-los passar ao som das palmas e risotas libertadas pela audiência. 2 ou 3 eram normais, mas os outros… desde um que não podia ser mais mariconço e enfezado, ao que trazia galochas azuis brilhante e mochila do Bugs Bunny (no mínimo estranho…), ou ainda a um outro que logo a seguir apareceu com umas jardineiras do Tweety… Foi risota total.
Saímos do desfile e com o estômago já a refilar decidimos e comer qualquer coisa. “CFM. Vamos aos pastéis de massa tenra”… azar, estava fechado. Então vamos aos frangos na feira popular, o único sítio que ainda estava aberto só vendia frangos para fora… não tinha nem uma mesa para sentar. Por fim rendi-me às propostas dos que estavam comigo: Gipsy. Um bar de luz vermelha com ambiente de ver jogos de futebol na televisão, localizado na rua de maior de boites e bares de meninas… Pergunto-me eu: porque é que um sítio que tem potencial para ser bom (atenção que tem boa clientela e são raras as meninas que por ali circulam), com pizzas óptimas e funcionários que vão atrás de nós para devolver o que nos esquecemos dentro do estabelecimento (a carteira da Patrícia foi devolvida ainda nem tínhamos dado pela falta dela), sim… porque é que um espaço destes tem de estar numa rua destas? Garanto-vos que se não fosse a fome e a insistência num teria pisado aquele sítio, mas o medo que tinha de ir a esta rua, foi superado pelo bom ambiente que se sentia dentro do bar.
Daqui, já com a barriga cheia, fui ao Rua d’Arte, a uma 3ª feira… uma loucura para mim que só saio aos fins-de-semana e só muito de vez em quando. Era noite de festa para os estilistas, que depois do desfile fizeram a noite aqui. Uma amiga minha fazia anos e estava também a festejar ao som da música que não varia, mas que é o mais próximo do que gosto de ouvir, que há em Maputo. Dançar, dançar, saltar, muitos sorrisos de abraços, reencontros com amigos que já não via à muito tempo (isto de estar fechada no meu casulo não pode continuar). Adorei a noite e a companhia, o som e o calor abrasador que mesmo às 2h30 da manhã se fazia sentir. Esta tarde já tenho combinada a cervejinha semanal com os amigos no sítio do costume (Piri-piri). Vai ser bom como sempre é, aos poucos e poucos uma “família” de amigos começa a formar-se aqui, num sitio a que aos poucos vamos chamando casa, a 8500km do ponto de origem.
Acordei com o sol a bater na janela e soube-me tão bem que já me levantei com um sorriso nos lábios… Bem cedo já estava numa esplanada a tomar o pequeno-almoço com um amigo e em 10 minutos juntaram-se mais dois. Já com a energia em cima fui trabalhar e foi sempre a correr… dia produtivo, bem mais do que o normal.
Ao almoço estava um calor quase insuportável, aliás nestes dias a pele está sempre húmida e colante, até para vestir a roupa é complicado. Saí do trabalho e tive direito a um almoço caseiro que me soube pela vida. Depois do café Nespresso fiquei a descansar um bocadinho e voltei para o escritório.
Ao fim da tarde fui ao Mica para ver rodas de contentores e andei por ali enrolada em espírito consumista natalício a escolher a minha árvore de natal e os enfeites. Percebi que não tenho jeito nenhum para isto, mas enfim… fiz o que podia.
Segui para casa já só com tempo de tomar o 3º banho do dia, troquei de roupa e fui ao Moçambique Fashion Week. Era noite de “young desinners”, com roupas um bocado lunáticas que encobriam quase por completo ideias interessantes que gostava de reproduzir (gostei de muito poucas). No fim do desfile de cada estilista lá descia o idiota de cada colecção… e era vê-los passar ao som das palmas e risotas libertadas pela audiência. 2 ou 3 eram normais, mas os outros… desde um que não podia ser mais mariconço e enfezado, ao que trazia galochas azuis brilhante e mochila do Bugs Bunny (no mínimo estranho…), ou ainda a um outro que logo a seguir apareceu com umas jardineiras do Tweety… Foi risota total.
Saímos do desfile e com o estômago já a refilar decidimos e comer qualquer coisa. “CFM. Vamos aos pastéis de massa tenra”… azar, estava fechado. Então vamos aos frangos na feira popular, o único sítio que ainda estava aberto só vendia frangos para fora… não tinha nem uma mesa para sentar. Por fim rendi-me às propostas dos que estavam comigo: Gipsy. Um bar de luz vermelha com ambiente de ver jogos de futebol na televisão, localizado na rua de maior de boites e bares de meninas… Pergunto-me eu: porque é que um sítio que tem potencial para ser bom (atenção que tem boa clientela e são raras as meninas que por ali circulam), com pizzas óptimas e funcionários que vão atrás de nós para devolver o que nos esquecemos dentro do estabelecimento (a carteira da Patrícia foi devolvida ainda nem tínhamos dado pela falta dela), sim… porque é que um espaço destes tem de estar numa rua destas? Garanto-vos que se não fosse a fome e a insistência num teria pisado aquele sítio, mas o medo que tinha de ir a esta rua, foi superado pelo bom ambiente que se sentia dentro do bar.
Daqui, já com a barriga cheia, fui ao Rua d’Arte, a uma 3ª feira… uma loucura para mim que só saio aos fins-de-semana e só muito de vez em quando. Era noite de festa para os estilistas, que depois do desfile fizeram a noite aqui. Uma amiga minha fazia anos e estava também a festejar ao som da música que não varia, mas que é o mais próximo do que gosto de ouvir, que há em Maputo. Dançar, dançar, saltar, muitos sorrisos de abraços, reencontros com amigos que já não via à muito tempo (isto de estar fechada no meu casulo não pode continuar). Adorei a noite e a companhia, o som e o calor abrasador que mesmo às 2h30 da manhã se fazia sentir. Esta tarde já tenho combinada a cervejinha semanal com os amigos no sítio do costume (Piri-piri). Vai ser bom como sempre é, aos poucos e poucos uma “família” de amigos começa a formar-se aqui, num sitio a que aos poucos vamos chamando casa, a 8500km do ponto de origem.
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