terça-feira, outubro 13, 2009

E se...

Esta expressão acompanha-me desde que me lembro de mim e significa tão simplesmente que todos os dias, a cada momento, para pequenas e grandes decisões (desde escolher o que vou beber ao almoço, qual o próximo destino de férias, onde vou morar...), vejo e revejo rapidamente todas as alternativas que se me apresentam perante o problema.
A decisão normalmente é tomada por impulso (pelo menos eu faço assim), sabendo que nas decisões mais difíceis peso sempre a razão também, mas quase invariavalmente opto pelo que me apetece, sigo o meu "feeling". Não me arrependo disso porque todas as decisões tomadas contribuíram para chegar onde cheguei hoje, para ser quem sou, para alcançar aqueles objectivos maiores da minha vida, contribuíram para que no fundo hoje seja feliz com o que tenho e esteja tranquila quanto ao caminho que segui.
Sim, sei que estou a ser confusa, mas esta reflexão começou pouco antes da minha vinda para Moçambique, numa reconstrução interior do meu percurso, e nos últimos dias tem assomado à minha cabeça de forma muito mais intensa do que o normal.
Ultimamente pergunto-me "e se tivesse ficado em Portugal?". Independentemente da perspectiva que uso para analisar esta questão, chego sempre à mesma conclusão: se não tivesse vindo, se naquele momento de decisão tivesse optado por Portugal, não tenho dúvidas que já teria arranjado um outro momento de decisão que me levaria a sair de lá. No fundo o sair de Portugal era já um dado adquirido, o lugar para onde ir é que tomou muitas formas e a escolha estava apenas dependente das oportunidades no momento. Quando Moçambique voltou a surgir no meu mapa, então o destino final desta saída ficou claro e eu vim.
Deve ter sido uma das decisões mais rápidas da minha vida, acho mesmo que já estava tomada antes de me ser apresentada a questão. Sabia que viria para cá mais cedo ou mais tarde, também isso já estava decidido, por isso fiz as malas e vim.
Agora aqui, passados 9 meses da minha estadia, concluo que a vinda e estes primeiros tempos foram "um parto difícil" por várias razões: este era um regresso cheio de emoções, um desafio profissional intenso e um desafio pessoal que perseguia há já algum tempo. Passada esta fase percebo que resisti aos primeiros choques, resisti e estou cá.
Feliz por estar onde sinto que devia, é preciso agora olhar outra vez à minha volta e arranjar novos desafios. Agora passada a fase de regresso, vamos então à fase de integração (ou reintegração). Neste cenário abrem-se novos caminhos e alternativas. Preciso de ponderar questões como "o que fazer a seguir" para todos os campos da minha vida: viajar - sim, voluntariado - talvez (mas preciso de tempo com dias fixos para o fazer), associativismo - está em ponderação, formação - claramente, desportos - quais? (Yoga parece-me uma ideia cada vez mais presente).
Mesmo antes do fim do ano já penso que o primeiro ciclo está a fechar, agora vem esta nova fase cheia de novas perspectivas que preciso de considerar. Ano novo vida nova... vamos avançar.

terça-feira, outubro 06, 2009

Marloth Park mais uma vez

Na África do Sul, ao lado do Krugger Park e a cerca de 1h30 da cidade de Maputo, existe um sítio que tem enchido os meus olhos de savana e o meu espírito de paz. Este sítio chama-se Marloth Park e aqui vive-se no meio dos animais.







Chidenguele

No fim-de-semana grande de 4 de Setembro parti numa caravana de barcos por estrada para a lagoa de Chidenguele onde iríamos participar em mais uma regata. Não tenho muitas fotos da competição em si, mas do cenário que nos rodeava... hummm lindo....

Os preparativos para a viagem, barcos nos atrelados, atrelados nos carros e fazemo-nos à estrada

Os montinhos de madeira que se vende à beira da estrada nacional

Caminho longo, longo demais para quem carrega à cabeça a água tão essencial


Chegados a Chidenguele, fui ver os aposentos. E o melhor de tudo era sem dúvida a vista. Lá ao fundo no mar, durante estes 3 dias, passaram baleias que saltavam bem alto e nos davam um espectáculo único ao pequeno-almoço

A entrada no campo das regatas, isto já na lagoa

Alguns barcos que se preparam para mais uma regata
2 lasers a par

Ao lado do lodge, erguia-se tímida e escondida uma latrina... esta já é moderna

A lagoa...

A recepção de um dos lodges que existem aqui

Uma pequena praia onde podemos jogar volei à beira da água

Momentos de relax

Caminhada pela praia ao por-do-sol

O mágico momento em África

E à noite a lua que reflete na superfície lisa da lagoa

Roupa lavada que seca ao sol pendurada em galhos de árvores à beira da lagoa

E o caminho de regresso a casa...

Passando pelo Xai-Xai

sexta-feira, outubro 02, 2009

E hoje quando acordei... saiu-me isto.

Sinto-me perdida nestas voltas da vida
porque corro e ando e volto para trás,
quero ir mais longe e saltar de alegria
mas nos dias cinzentos não sou capaz.

Por vezes preciso de uns raios de sol,
de um sorriso na cara, de um olhar de carinho,
de um bom dia que me abraça
quando os lençóis brancos ainda me agarram aos sonhos
enquanto rebolo mais uma vez neste ninho.