“Srs Passageiros, pedimos a vossa atenção (…) for the safety vídeo presentation” foi com qualquer coisa do género que começou o percurso para a pista, com falhas de memória incluídas. Estava cansada, estes últimos dias de preparativos tinham-me deixado de rastos. As despedidas tinham sido sempre que possível nos dias anteriores e a maior parte não presenciais, porque efectivamente assim custa menos, mas mesmo assim esgotei a minha dose de lágrimas. Tal como escrevo no post anterior, as despedidas não são fáceis mas esta tem um sabor diferente e especial.
Voltando a voo. Olho pela janela, o lugar é privilegiado, estou junto ao nariz, tão perto que sou das primeiras a perceber que descolamos suavemente do solo. As luzes do lado oriental de Lisboa afastam-se de nós, subimo-nos vislumbrando o lado que menos gostos de Lisboa, prefiro as minhas bandas, mas não se pode ter tudo… passamos o rio Tejo em ascensão e já na península de Setúbal começa a turvar-se a vista, a bruma dos dias cinzentos mesmo de noite paira no ar. Em segundos esconde as minhas referências em terra, em vez destas tenho as estrelas, as minhas guias e companheiras de viagem de sempre, aquelas que aprendi a reconhecer nos acampamentos na Serra de Estrela e que vi mudar nas noites quentes de África, aquelas que estão lá todas as noites, em todos os meus voos.
De manhã bem cedo o despertar faz-se com uma toalha quente nas mãos e um “bom dia” do comandante, o pequeno-almoço é servido e passado pouco tempo inicia-se a descida para Jo-burg (Joanesburgo). Finalmente abro a janela e agora reconheço o vasto continente africano que tanto me fascina, já o sobrevoo, já quase o toco, daqui a pouco mais de 3 horas pisarei o solo, a ansiedade da chegada cresce em mim.
Passadas 3 horas efectivamente piso solo africano, mas ainda na África do Sul, foi detectada uma avaria no motor… depois de ficarmos fechados no avião até suar em bica lá conseguimos autorização para desembarcar na free-shop do aeroporto. As lojas de artesanato africano misturam-se com a Body-shop, a Lacoste e outras do género. Dei voltas e voltas, finalmente o problema está resolvido, com 3 horas de atraso partimos para o destino final e aterro no aeroporto de Mavalane… Maputo at last. O bafo quente denuncia o verão africano, dão 17:30 e estão 35ºC, que maravilha…
À minha espera e já quase em desespero, mas avisado do atraso, esperavam-me da empresa, saí com as malas que trazia no avião, as da bagagem não acompanhada têm de ficar para amanhã porque o terminal de carga já está a fechar a esta hora. Sigo para o hotel , tomo um banho, troco dinheiro, vou jantar, desfaço as malas e às 21h cometo a minha primeira loucura um mergulho na piscina no terraço do hotel, a cidade toda à minha volta, é noite a temperatura óptima. Sim, estou cá.
terça-feira, janeiro 06, 2009
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1 comentário:
Grande vida!!!
Também quero um bocadinho de calor que aqui está um frrrrrio!!!
Grande beijinho de casa,
Mãe, Rita, Avó e companhia
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