Tenho andado um bocadinho calada quanto a este assunto, não por falta de actualizações e histórias inimagináveis, mas porque são mesmo muitas as vezes que acontecem no dia-a-dia aqui na cidade.
Na semana passada, durante a semana, decidi ir fazer a ronda dos pontos de recolha de lixo na cidade. Lá fui na carrinha pick-up com o supervisor de serviço. Ponto por ponto, mapa na mão, caneta na outra, a tirar notas escritas e mentais. Passaram horas de trabalho e por volta da 1h da manhã, já estávamos a terminar, vejo uma lanterninha a atravessar-se na estrada como quem vem do bairro do Aeroporto. "Polícia" dissemos em uníssono, "lá vou ter de mostrar os meus documentos" disse em desespero de sono, e resposta do supervisor "Pois... esta cor não ajuda". Fiquei atónita. Encostámos o carro e começa a conversa "Boa noite", "Boa noite, tudo bem?", "Tudo bem, e você aí do seu lado?", "Também, obrigado. Podemos ajudar?", "Estamos a pedir boleia.". Fiquei de boca aberta, sem conseguir emitir uma palavra. O supervisor olhava para mim à espera de ordens, eu olhei para os mapas e vi o que ainda faltava fazer do trabalho... bolas. Perguntei para onde iam, "Para o Comando Geral", "Ok, podem vir, mas na parte de trás". Em 2 segundo sobem 2 polícias armados com AK47, e um civil. Pensei por momentos que era um prisioneiro, mas este ficou a meio do caminho, precisava de boleia para casa... Irreal??? nem tanto. Mal saíram todos da carrinha desatei a rir às gargalhadas.
Mas as aventuras não acabam por aqui. No fim-de-semana tinha que ir mais uma vez à fronteira para renovar o visto (pelo última vez, espero), e ia aproveitar para ver animais selvagens... ou seja, iria ao Kruger mais uma vez. Cheguei à porta do parque e surpresa das surpresas... o parque estava fechado porque tinha atingido a lotação máxima. "Mas como? como é que este parque do tamanho de Portugal fica com a lotação esgotada?". Resignei-me e fui às compras ao supermercado e voltei para trás. Como era cedo não havia movimento na estrada nem na fronteira, por isso os polícias que estavam espalhados um pouco por todo o lado mandavam-me parar. Parei 5 vezes, só 5 vezes. Nunca me pediram os documentos, nem meus nem do carro, limitavam-se a perguntar se estava tudo bem, de onde tinha vindo e para onde ia. Perguntavam-me como era o Kruger e como se ia para lá. Adorei. Realmente se fosse eu ali em pé horas a fio ao sol à espera que alguém passe, também mandava parar todos os carros e fazia um bocadinho de conversa, sempre ajuda a passar o tempo.
Bem.... não que as histórias tenham parado por aqui... há mais... muito mais... mas já escrevi muito, as outras ficam para outro dia. Ok?
sexta-feira, abril 17, 2009
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3 comentários:
Grandes aventuras!?! Gostei. E das fotos... muito!! : )
Olá! Não sei em que país é, mas eu já me disseram que há um país, em que as pessoas são obrigadas a parar e a dar boleia a quem está nas paragens ou na rua. E agora, a propósito da economia, existe um reclame da Galp, que diz " se vai para o trabalho, dê boleia a quem segue o mesmo destino que o seu, de forma a ocupar os lugares do carro.". Claro que não diz isto por estas palavras, mas o reclame televisivo diz isto. O que é certo é que antigamente era mais ou menos assim. A minha Mãe é Professora e lembro-me muito bem, que as Professoras davam boleia umas ás outras e quando se viam carros cheio de mulheres, á semana, já se sabiam que eram Professoras. Hoje em dia não se passa isto. As pessoas vão sozinhas de carro para o trabalho. Já nada é como o antigamente! beijos e bom fim de semana. Esse episódio dos polícias está deveras caricato.
Gargalhadas!!! Muitas GARGALHADAS!!
É realmente uma experiência única e inesquecível que tens o privilégio de estar a viver!
Obrigado por partilhares essas fabulosas aventuras connosco!!! :)
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