Tantas coisas acontecem todos os dias por aqui… e não consigo arranjar tempo para as escrever, mas o dia de ontem vale a pena ser contado…
Acordei com o sol a bater na janela e soube-me tão bem que já me levantei com um sorriso nos lábios… Bem cedo já estava numa esplanada a tomar o pequeno-almoço com um amigo e em 10 minutos juntaram-se mais dois. Já com a energia em cima fui trabalhar e foi sempre a correr… dia produtivo, bem mais do que o normal.
Ao almoço estava um calor quase insuportável, aliás nestes dias a pele está sempre húmida e colante, até para vestir a roupa é complicado. Saí do trabalho e tive direito a um almoço caseiro que me soube pela vida. Depois do café Nespresso fiquei a descansar um bocadinho e voltei para o escritório.
Ao fim da tarde fui ao Mica para ver rodas de contentores e andei por ali enrolada em espírito consumista natalício a escolher a minha árvore de natal e os enfeites. Percebi que não tenho jeito nenhum para isto, mas enfim… fiz o que podia.
Segui para casa já só com tempo de tomar o 3º banho do dia, troquei de roupa e fui ao Moçambique Fashion Week. Era noite de “young desinners”, com roupas um bocado lunáticas que encobriam quase por completo ideias interessantes que gostava de reproduzir (gostei de muito poucas). No fim do desfile de cada estilista lá descia o idiota de cada colecção… e era vê-los passar ao som das palmas e risotas libertadas pela audiência. 2 ou 3 eram normais, mas os outros… desde um que não podia ser mais mariconço e enfezado, ao que trazia galochas azuis brilhante e mochila do Bugs Bunny (no mínimo estranho…), ou ainda a um outro que logo a seguir apareceu com umas jardineiras do Tweety… Foi risota total.
Saímos do desfile e com o estômago já a refilar decidimos e comer qualquer coisa. “CFM. Vamos aos pastéis de massa tenra”… azar, estava fechado. Então vamos aos frangos na feira popular, o único sítio que ainda estava aberto só vendia frangos para fora… não tinha nem uma mesa para sentar. Por fim rendi-me às propostas dos que estavam comigo: Gipsy. Um bar de luz vermelha com ambiente de ver jogos de futebol na televisão, localizado na rua de maior de boites e bares de meninas… Pergunto-me eu: porque é que um sítio que tem potencial para ser bom (atenção que tem boa clientela e são raras as meninas que por ali circulam), com pizzas óptimas e funcionários que vão atrás de nós para devolver o que nos esquecemos dentro do estabelecimento (a carteira da Patrícia foi devolvida ainda nem tínhamos dado pela falta dela), sim… porque é que um espaço destes tem de estar numa rua destas? Garanto-vos que se não fosse a fome e a insistência num teria pisado aquele sítio, mas o medo que tinha de ir a esta rua, foi superado pelo bom ambiente que se sentia dentro do bar.
Daqui, já com a barriga cheia, fui ao Rua d’Arte, a uma 3ª feira… uma loucura para mim que só saio aos fins-de-semana e só muito de vez em quando. Era noite de festa para os estilistas, que depois do desfile fizeram a noite aqui. Uma amiga minha fazia anos e estava também a festejar ao som da música que não varia, mas que é o mais próximo do que gosto de ouvir, que há em Maputo. Dançar, dançar, saltar, muitos sorrisos de abraços, reencontros com amigos que já não via à muito tempo (isto de estar fechada no meu casulo não pode continuar). Adorei a noite e a companhia, o som e o calor abrasador que mesmo às 2h30 da manhã se fazia sentir. Esta tarde já tenho combinada a cervejinha semanal com os amigos no sítio do costume (Piri-piri). Vai ser bom como sempre é, aos poucos e poucos uma “família” de amigos começa a formar-se aqui, num sitio a que aos poucos vamos chamando casa, a 8500km do ponto de origem.
quarta-feira, dezembro 09, 2009
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